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STOP & GO
Triste fim
JOSÉ HENRIQUE MARIANTE
Com certo atraso, a coluna
analisa hoje a decisão do título
no Japão, a corrida mais estranha do ano, para não dizer da
década. A má largada de Schumacher, a fantástica largada de
Hakkinen, a apatia de Irvine, as
acusações de Coulthard, nada,
absolutamente nada foi capaz
de salvar o melhor campeonato
dos últimos anos de um epílogo
chocho, incapaz de resumir uma
temporada de grandes corridas.
Magny-Cours, Nurburgring e
Malásia, só para citar as excepcionais, mereciam uma conclusão épica. O roteiro foi bem até a
bandeirada em Sepang. A partir
de então, os produtores do filme
exigiram uma cena final quadrada e de retorno garantido.
Mataram o campeonato.
É óbvio que a Ferrari tinha
seus segredos no carro. E era
mais do que óbvio que, derrotada no tapetão, a McLaren iria
transformar seu MP4/14 em um
disco voador sobre rodas. E que
tudo isso iria passar batido, fosse
qual fosse o resultado, já que o
esporte não suportaria mais um
tribunal -sim, isso é prerrogativa de nosso glorioso bananal.
E, no final das contas, Hakkinen foi bicampeão, feito que, no
máximo, aumenta seu salário
-vexatório, revelou-se, nesta
semana, que a Mercedes correu
atrás de Schumacher com um
emprego para toda a vida.
E Schumacher, tenha ou não
tirado o pé (Irvine, com uma
corrida medíocre, ficou sem argumentos para reclamar do alemão), de novo tentará o título
em 2000. Está se lixando para as
acusações da mídia e só faz elogiar Barrichello, esperto que é.
Enfim, nenhuma novidade.
Apenas a confirmação de que o
esporte aditivado dos dirigentes,
antes de produzir emoção barata, mina a competitividade.
Se a Ferrari estava irregular
na Malásia, e tudo indica que
sim, deveria ter perdido o título
naquele domingo. Mas resolveram salvar Suzuka à custa de todo um campeonato -imagine o
que seria 2000 com os brios ferraristas em alta e uma McLaren
tentando provar-se digna.
NOTAS
A chance
Do completo desemprego a
uma das mais cobiçadas vagas
da próxima temporada, Hélio
de Castro Neves ganhou a
chance de uma vida na temporada de 2000. Grande chance
também para os promotores
da Indy no Brasil. Agora, a coisa ou vai ou racha de vez.
A frase
"Irvine é mesmo um cara engraçado. De cada dez coisas
que diz, nove são besteiras." De
Rubens Barrichello, profundo,
em entrevista para a revista
"Caras". Depois de Suzuka, todo mundo resolveu meter a boca no piloto irlandês. Quanta
falta pode fazer um título.
Lucro
A FIA faturou nada menos
do que US$ 69.250 em multas
aplicadas aos pilotos na temporada que acabou. Ralf Schumacher foi quem mais pagou, US$
12.250 no total, todas por excesso de velocidade nos boxes.
E-mail mariante@uol.com.br
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