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São Paulo, quinta-feira, 13 de novembro de 2003

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FUTEBOL

Seria cruel e injusto

SONINHA
COLUNISTA DA FOLHA

"Tá louco, esse time não ganha uma jogada pelo alto!" Era a 12ª bola cruzada na área do Palmeiras, e nenhum dos ataques aéreos do rival tinha sido bem-sucedido. Ao mesmo tempo em que faz uma linda festa no atacado, o torcedor na arquibancada reclama de tudo no varejo. Xinga os atletas, se impacienta, volta e meia solta um "esse time é muito ruim". Mas o sentimento geral dos palmeirenses é de orgulho: "Caiu na bola, vai subir na bola". Ainda pode não subir, mas seria uma daquelas injustiças e crueldades históricas do futebol.
Há um consenso de que esse time precisaria melhorar para disputar a Série A. Algumas pessoas concedem: o Palmeiras precisaria de reforços para disputar o título, mas poderia brigar pela Libertadores. É preciso reconhecer que o Palmeiras, além de lutar muito, já fez algumas belas exibições de futebol. E, além dos destaques mencionados muitas vezes (Marcos, Magrão, Marcinho -ótimo na antecipação e no desarme e está aprendendo a bater menos-, Diego, Vágner e Edmilson, para citar alguns), tem um lateral-esquerdo, Lúcio, que pode dar tantas alegrias quanto Roberto Carlos e Júnior deram ao time.
 
Só para provocar: o quadrangular da Série B, tão elogiado pela alta dose de emoção, não é um mata-mata, e sim um microcampeonato por pontos corridos. Jogam todos contra todos em ida e volta; os melhores pontuadores vencem. Sabe-se quantos jogos cada time vai fazer e contra quem. Ninguém pode ser eliminado depois de apenas dois jogos, mas as últimas partidas podem não valer mais nada...
Um campeonato de pontos corridos fica mais emocionante com menos times -ele é mais curto, a distância entre os de cima e os de baixo é menor e percebe-se mais facilmente que todo jogo é decisivo. O Brasileirão com 20 times será um "vinteangular" legal!
Os quadrangulares se comparam aos mata-matas pelo fato de o time classificado em último poder ser campeão, e o melhor em todo o torneio ficar fora por causa de dois ou três jogos.
 
Agora, sem provocar: se Palmeiras e Botafogo não estivessem no quadrangular, ele seria tão emocionante? Na verdade, seria, mas o interesse seria completamente diferente.
 
Se o Cruzeiro não for campeão, será cruel e injusto. Principalmente porque alguém ainda vai dizer que o Alex "não decide" ou qualquer maldade do gênero.
O Santos tem dado espetáculo; dá gosto ver esse time jogar. Ele tem uma sintonia que só quem é feliz junto há quase dois anos consegue atingir. São muitos talentos em muitas posições; quando não é um que brilha, é o outro (ou vários outros).
Já o Cruzeiro tem muito equilíbrio, corre menos riscos, é mais constante. Falhou pouquíssimas vezes no campeonato. E também já deu muitos espetáculos.

Sinal trocado
Nem sempre palavrão é grosseria; às vezes é muito simpático. O "filho da p..." que Flávio Saretta disse, rindo, após jogada espetacular de Guga (enquanto o próprio se atirava para cima dele, como se comemorassem juntos um gol) foi um sinal de carinho e amizade. Nenhum vestígio do sentido original.

Parabéns!
Marcelo Campos Pinto, da Globo Esportes, sobre a fórmula do Brasileiro-2004: "Deveriam ter ouvido o torcedor. Quem paga a conta no final nunca é consultado". O que é isso, uma mea-culpa? Então não teremos mais jogos às 11h ou às 14h? Legal!

Apóio!
A campanha por Copa do Brasil e Libertadores separadas.

E-mail
soninha.folha@uol.com.br


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