São Paulo, sábado, 13 de novembro de 2004

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FUTEBOL

Grêmio afasta jogador de 24 anos e se soma à lista de equipes que tomaram atitudes para prevenir nova tragédia

Morte de Serginho altera rotina de clubes

KLEBER TOMAZ
DA REPORTAGEM LOCAL

LÉO GERCHMANN
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

A morte de Serginho, do São Caetano, provocou mudanças no funcionamento dos demais clubes. Ontem, pela segunda vez na semana, um time anunciou o afastamento de um jogador em razão de problemas de saúde.
O Grêmio tirou de campo o volante Émerson, 24. A medida, preventiva, ocorreu após o clube constatar alteração cardíaca em exame realizado nesta semana.
Após a morte de Serginho, dia 27 de outubro, alguns times brasileiros fizeram alterações operacionais e de conduta nos seus departamentos médicos, com o objetivo de detectar mais cedo problemas de saúde nos atletas.
No caso do gremista, por exemplo, o afastamento aconteceu mesmo sem o time ter certeza de que ele não está apto a jogar. Somente após mais avaliações, na semana que vem, ele saberá se pode continuar sua carreira.
"Temos feito avaliações periódicas e em uma dessas avaliações apareceu uma pequena alteração. De forma preventiva, foi solicitada uma avaliação cardiológica do Émerson", afirmou o médico do clube, Fábio Krebs.
Em seguida, o volante Bebeto Campos, do Paysandu, resolveu abandonar os gramados, na última quarta-feira, depois de ter diagnosticada cardiomiopatia.
Outro clube, o Goiás, decidiu mudar a data de seus exames de rotina. "Após o caso Serginho, antecipamos em mais de um mês o exame que era para acontecer só no final do Brasileiro. Na segunda-feira, fizemos exames cardiológicos e cardiorrespiratórios em todo o elenco", disse Marco Gilabert, médico do Goiás.
O caso Serginho também deu a largada para a corrida pelos desfibriladores (aparelhos usados para reanimar vítimas de parada cardiorrespiratória). O Goiás afirmou ter adquirido o seu após a morte do zagueiro, já Palmeiras, São Paulo, Bahia e Atlético-PR, teriam o aparelho. Botafogo e Atlético-MG ainda não têm.
A onda de mudanças começou há pouco mais de duas semanas, quando Serginho teve parada cardiorrespiratória em jogo contra o São Paulo, no Morumbi, e morreu durante procedimento médico.
Clubes também estão se movimentando no sentido de treinar os jogadores para que eles possam realizar um atendimento de emergência no campo. O São Paulo, por exemplo, negocia isso com o Hospital Sírio Libanês e o São Luiz. Já o Goiás pôs uma rampa de acesso para a ambulância ficar atrás do gol do Serra Dourada.


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