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FUTEBOL
Grêmio afasta jogador de 24 anos e se soma à lista de equipes que tomaram atitudes para prevenir nova tragédia
Morte de Serginho altera rotina de clubes
KLEBER TOMAZ
DA REPORTAGEM LOCAL
LÉO GERCHMANN
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE
A morte de Serginho, do São
Caetano, provocou mudanças no
funcionamento dos demais clubes. Ontem, pela segunda vez na
semana, um time anunciou o
afastamento de um jogador em
razão de problemas de saúde.
O Grêmio tirou de campo o volante Émerson, 24. A medida, preventiva, ocorreu após o clube
constatar alteração cardíaca em
exame realizado nesta semana.
Após a morte de Serginho, dia
27 de outubro, alguns times brasileiros fizeram alterações operacionais e de conduta nos seus departamentos médicos, com o objetivo de detectar mais cedo problemas de saúde nos atletas.
No caso do gremista, por exemplo, o afastamento aconteceu
mesmo sem o time ter certeza de
que ele não está apto a jogar. Somente após mais avaliações, na
semana que vem, ele saberá se pode continuar sua carreira.
"Temos feito avaliações periódicas e em uma dessas avaliações
apareceu uma pequena alteração.
De forma preventiva, foi solicitada uma avaliação cardiológica do
Émerson", afirmou o médico do
clube, Fábio Krebs.
Em seguida, o volante Bebeto
Campos, do Paysandu, resolveu
abandonar os gramados, na última quarta-feira, depois de ter
diagnosticada cardiomiopatia.
Outro clube, o Goiás, decidiu
mudar a data de seus exames de
rotina. "Após o caso Serginho, antecipamos em mais de um mês o
exame que era para acontecer só
no final do Brasileiro. Na segunda-feira, fizemos exames cardiológicos e cardiorrespiratórios em
todo o elenco", disse Marco Gilabert, médico do Goiás.
O caso Serginho também deu a
largada para a corrida pelos desfibriladores (aparelhos usados para
reanimar vítimas de parada cardiorrespiratória). O Goiás afirmou ter adquirido o seu após a
morte do zagueiro, já Palmeiras,
São Paulo, Bahia e Atlético-PR, teriam o aparelho. Botafogo e Atlético-MG ainda não têm.
A onda de mudanças começou
há pouco mais de duas semanas,
quando Serginho teve parada cardiorrespiratória em jogo contra o
São Paulo, no Morumbi, e morreu
durante procedimento médico.
Clubes também estão se movimentando no sentido de treinar
os jogadores para que eles possam
realizar um atendimento de
emergência no campo. O São
Paulo, por exemplo, negocia isso
com o Hospital Sírio Libanês e o
São Luiz. Já o Goiás pôs uma rampa de acesso para a ambulância ficar atrás do gol do Serra Dourada.
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