São Paulo, domingo, 13 de novembro de 2005

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

FUTEBOL

Vitória de 8 a 0 sobre os Emirados Árabes é a maior da seleção sob Parreira e sobre outro time nacional em 28 anos

Substitutos ofuscam astros em goleada

PAULO COBOS
ENVIADO ESPECIAL A ABU DHABI

O placar mais dilatado entre os mais de cem jogos do Brasil com Carlos Alberto Parreira como técnico e a maior goleada da equipe dos últimos 28 anos sobre outra seleção nacional teve os coadjuvantes ofuscando os astros.
Com seis gols marcados por jogadores que entraram no segundo tempo, o Brasil venceu os Emirados Árabes por 8 a 0.
Os seis tentos superam com folga a participação na artilharia dos atletas que entraram em campo no decorrer das partidas nos outros 16 jogos da temporada da seleção -foram apenas três entre os 40 gols anotados pelo time.
Sob Parreira, o placar máximo da seleção havia sido uma vitória de 8 a 2 sobre Honduras em 1994.
Sorte de quem teve chance de mostrar serviço. "O Gustavo Nery e o Fred aproveitaram a chance que tiveram", disse Parreira sobre o desempenho do lateral-esquerdo, autor de algumas das melhores jogadas da equipe, e do atacante, que marcou duas vezes.
"Hoje consegui mostrar o carinho que tenho pela seleção", disse Gustavo Nery. "Melhor impossível", disse Fred, que se aproveitou da ausência dos machucados Ronaldo e Ricardo Oliveira.
Diante de um rival inexpressivo, os Emirados ocupam o 89º posto no ranking da Fifa, o Brasil começou disperso. Em um falha de Roberto Carlos, aos 12min, o time da casa puxou um contra-ataque que terminou em perigosa finalização. Dois minutos depois, foi a vez de Dida falhar -novamente os anfitriões não aproveitaram.
Só uma jogada individual para acabar com a pasmaceira brasileira. Aos 21min, Kaká chutou, a bola rebateu na zaga e voltou para o meia-atacante, que a dominou, se livrou de dois zagueiros e chutou forte para abrir o placar.
Com Robinho e Adriano em noite pouco inspirada, o Brasil tomou um gol aos 39min, mas o juiz marcou impedimento inexistente. Os organizadores não perceberam e cometeram uma gafe -soltaram fogos de artifício e balões.
Para dar descanso aos titulares e fazer o time acordar, Parreira fez quatro substituições no intervalo. Entre os que entraram, estavam Edmílson e Fred, convocados que tinham hoje a maior chance para garantir vaga na Copa.
Mas foi outro substituto que teve papel decisivo no segundo gol. O corintiano Gustavo Nery invadiu a área e foi derrubado, aos 7min. Pênalti, que Adriano bateu para marcar. Seis minutos depois, foi a vez de Fred, em chute rasteiro da entrada da área, marcar o seu -o terceiro do Brasil.
Com a vitória garantida, Parreira passou a fazer substituições em atacado (só Dida, Lúcio e Kaká atuaram durante os 90 minutos). Mas o ritmo não diminuiu. Aos 20min, Lúcio marcou de cabeça. Aos 26, Juninho fez o quinto de falta. Dez minutos depois, Gustavo Nery cruzou para Juninho marcar o sexto. Ainda havia tempo para Fred, em belo voleio, fazer o sétimo, e Cicinho fechar a goleada, já nos acréscimos.
Pelo calendário da Fifa, a seleção só joga agora em março. "Fechamos o ano com chave de ouro", disse Parreira.


Texto Anterior: Futebol - Juca Kfouri: Verdades desmentidas do futebol
Próximo Texto: Brasil analisa base próxima a Dortmund
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.