São Paulo, terça-feira, 13 de novembro de 2007

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Ferrari se despede do seu time dos sonhos

Brawn vai para a Honda, e Todt deve ser o último a sair

DA REPORTAGEM LOCAL

O mais bem-sucedido núcleo de profissionais da história da F-1 recebeu ontem a pá de cal.
Dois comunicados quase simultâneos acabaram, definitivamente, com o grupo que deu seis Mundiais de Construtores seguidos à Ferrari e cinco títulos ao maior de seus pilotos, Michael Schumacher.
Primeiro, a Honda anunciou a contratação de Ross Brawn, o célebre estrategista das sete conquistas do alemão -trabalhara com o piloto na Benetton antes de ser levado por ele para Maranello. Em 2007, o inglês tirou um ano sabático, mas havia prometido conversar com a Ferrari antes de qualquer acerto com outra escuderia da F-1.
Se conversou, não deu certo. "Estou entusiasmado com essa oportunidade. Os 12 meses afastado me ajudaram a colocar algumas idéias no lugar. Simplesmente achei que não haveria um desafio grande para mim na Ferrari", disse Brawn.
Instantes depois, foi a vez de a Ferrari divulgar um comunicado. O teor, as mudanças no organograma interno do time.
O nome de Jean Todt, diretor geral e artífice do renascimento da equipe, não consta na nota.
A Ferrari informa apenas que Stefano Domenicalli, hoje diretor esportivo, ocupará sua função. Mario Almondo, atual diretor técnico, será diretor de operações, cargo criado ontem. Sua vaga será ocupada pelo projetista Aldo Costa. Por fim, Gilles Simon será o novo encarregado pela área de motores.
Após anos no limbo, a Ferrari iniciou uma nova fase em 1993, com a chegada de Todt. Dois anos depois, ele convenceu Luca di Montezemolo, presidente da escuderia, a contratar Schumacher, então "apenas" bicampeão da F-1, com a Benetton.
Ao fim de um 1996 fraco, o alemão conseguiu levar para Maranello seus homens de confiança: Brawn e o projetista Rory Byrne. Em Maranello, eles se juntaram a Paolo Martinelli, especialista em motores.
Estava montado o "dream team" da F-1. Em 1999, após 16 anos na fila, a Ferrari ganhou o Mundial de Construtores. E, em 2000, Schumacher conquistou o primeiro Mundial de Pilotos da equipe em 21 anos.
A primeira baixa do grupo foi Byrne, que, em 2005, mudou para a Tailândia para tocar sua escola de mergulho. No ano passado, Martinelli se transferiu para a Fiat, e Schumacher se aposentou. Brawn, até ontem, era dúvida. Ou seja: na melhor das hipóteses, apenas Todt fica.
Nem isso, porém, deve se confirmar. O francês estaria negociando com a Toyota.
As mudanças afetam diretamente os pilotos brasileiros. Sem Todt, seu empresário, Felipe Massa perderia força na Ferrari. Já na Honda, Rubens Barrichello voltará a trabalhar com Brawn, com quem atuou nas seis temporadas em que esteve em Maranello.


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