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Ferrari se despede do seu time dos sonhos
Brawn vai para a Honda, e Todt deve ser o último a sair
DA REPORTAGEM LOCAL
O mais bem-sucedido núcleo
de profissionais da história da
F-1 recebeu ontem a pá de cal.
Dois comunicados quase simultâneos acabaram, definitivamente, com o grupo que deu
seis Mundiais de Construtores
seguidos à Ferrari e cinco títulos ao maior de seus pilotos,
Michael Schumacher.
Primeiro, a Honda anunciou
a contratação de Ross Brawn, o
célebre estrategista das sete
conquistas do alemão -trabalhara com o piloto na Benetton
antes de ser levado por ele para
Maranello. Em 2007, o inglês
tirou um ano sabático, mas havia prometido conversar com a
Ferrari antes de qualquer acerto com outra escuderia da F-1.
Se conversou, não deu certo.
"Estou entusiasmado com essa
oportunidade. Os 12 meses
afastado me ajudaram a colocar
algumas idéias no lugar. Simplesmente achei que não haveria um desafio grande para
mim na Ferrari", disse Brawn.
Instantes depois, foi a vez de
a Ferrari divulgar um comunicado. O teor, as mudanças no
organograma interno do time.
O nome de Jean Todt, diretor
geral e artífice do renascimento
da equipe, não consta na nota.
A Ferrari informa apenas
que Stefano Domenicalli, hoje
diretor esportivo, ocupará sua
função. Mario Almondo, atual
diretor técnico, será diretor de
operações, cargo criado ontem.
Sua vaga será ocupada pelo
projetista Aldo Costa. Por fim,
Gilles Simon será o novo encarregado pela área de motores.
Após anos no limbo, a Ferrari
iniciou uma nova fase em 1993,
com a chegada de Todt. Dois
anos depois, ele convenceu Luca di Montezemolo, presidente
da escuderia, a contratar Schumacher, então "apenas" bicampeão da F-1, com a Benetton.
Ao fim de um 1996 fraco, o
alemão conseguiu levar para
Maranello seus homens de
confiança: Brawn e o projetista
Rory Byrne. Em Maranello,
eles se juntaram a Paolo Martinelli, especialista em motores.
Estava montado o "dream
team" da F-1. Em 1999, após 16
anos na fila, a Ferrari ganhou o
Mundial de Construtores. E,
em 2000, Schumacher conquistou o primeiro Mundial de
Pilotos da equipe em 21 anos.
A primeira baixa do grupo foi
Byrne, que, em 2005, mudou
para a Tailândia para tocar sua
escola de mergulho. No ano
passado, Martinelli se transferiu para a Fiat, e Schumacher se
aposentou. Brawn, até ontem,
era dúvida. Ou seja: na melhor
das hipóteses, apenas Todt fica.
Nem isso, porém, deve se
confirmar. O francês estaria
negociando com a Toyota.
As mudanças afetam diretamente os pilotos brasileiros.
Sem Todt, seu empresário, Felipe Massa perderia força na
Ferrari. Já na Honda, Rubens
Barrichello voltará a trabalhar
com Brawn, com quem atuou
nas seis temporadas em que esteve em Maranello.
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