São Paulo, quinta-feira, 13 de novembro de 2008

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JUCA KFOURI

Brincadeira ou novidade?


O presidente da CBF alerta para a existência de espertalhões e exalta a ética do Comitê da Copa-2014

EIS TRECHOS do raro artigo de Ricardo Teixeira publicado no "Globo" de anteontem. Ou é uma gozação infernal ou a demonstração de que ele já pode pensar em fazer as coisas como se deve:
"A Copa de 2014 está entrando numa etapa decisiva: em março próximo, a Fifa irá anunciar as escolhidas como cidades-sedes do maior evento esportivo do mundo, que irá ocorrer no Brasil.(...)
Está claro que a seleção das cidades será feita exclusivamente a partir dos critérios definidos pela Fifa, com base no histórico da entidade de realizar esse evento ao redor do planeta.(...)
É claro que a decisão da Fifa não será uma mera compilação do IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) das cidades brasileiras. Se fosse assim, bastaria a Fifa enviar uma carta para a ONU e selecionar as 10 ou 12 cidades com melhores índices. (...)
Questões como a infra-estrutura atual, a qualidade dos transportes, a rede hoteleira, etc., serão importantíssimas. Mas outros aspectos, como a tradição futebolística, o hábito de realizar eventos de grande mobilização, o apoio da sociedade e das lideranças, também serão considerados. No final, contará o que cada cidade irá agregar para o marketing da Copa.
O foco das candidatas à Copa deve ser trabalhar duro. Quanto mais projetos consistentes, melhor.(...) É natural um certo clima de ansiedade entre as concorrentes, mas desde já é preciso afastar de forma peremptória o risco de ver surgir um personagem potencialmente típico nessas horas, o chamado espertalhão.
Quero ser bem claro nesse ponto: o Comitê Organizador da Copa não indica, não prefere, não sugere, não apoia, não condiciona, não sinaliza, não recomenda, nem credencia quem quer que seja. Isso vale para empresas de consultoria de qualquer tipo, prestadores de serviço em geral, empresas de construção, de marketing, enfim, seja qual for o fornecedor ou o interesse.
Sempre existe o risco de aventureiros aparecerem por aí dizendo -ao pé do ouvido, nas sombras- que contratando essa empresa ou aquele profissional as coisas "ficam mais fáceis", "azeitadas". Ou tem aquele truque de dizer que essa ou aquela empresa de construção for apontada para fazer um estádio, por exemplo, aí então a cidade será escolhida. Ou que fulano fala em nome de sicrano. Enfim, o arsenal da malandragem é conhecido. Por isso mesmo, é preciso estar alerta.
Recomendo fortemente a quem estiver liderando esse processo nas cidades que, caso seja abordado por algum aproveitador desse tipo, não hesite nenhum segundo. Chame a polícia, denuncie, pois trata-se de um estelionatário. Terá todo o nosso apoio.
Tenho certeza de que isso não vai acontecer, pois estamos atentos e tudo está sendo feito com transparência. Mas destaco desse ponto para que não pairem dúvidas. Até porque o trabalho desenvolvido até agora tem sido tão exemplar do ponto de vista ético que ninguém deve cair na tentação de se deixar iludir por um desavisado".
Teixeira mostra conhecer bem o submundo e exagera ao achar ético nomear a filha Joana Havelange para o comitê. Mas torçamos...

blogdojuca@uol.com.br


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