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COI aprova 50 mudanças para evitar escândalo de corrupção
das agências internacionais
O COI (Comitê Olímpico Internacional) decidiu ontem, em sessão extraordinária, em Lausanne,
na Suíça, decretar o fim das visitas
de seus membros a cidades candidatas para abrigar Olimpíadas.
Esse era um dos pontos mais
controvertidos na lista de 50 recomendações elaboradas pela Comissão COI-2000.
O grupo foi criado como parte
de uma tentativa de a entidade
tentar melhorar sua imagem depois que o maior escândalo de
corrupção de sua história estourou no final do ano passado.
A comissão foi formada por 82
pessoas, entre elas o presidente do
Comitê Olímpico Brasileiro, Carlos Arthur Nuzman, e o ex-presidente da Fifa João Havelange.
O processo de escolha das sedes
olímpicas começou a ser fortemente questionado quando surgiram denúncias de corrupção na
definição da organizador dos Jogos de Inverno de 2002.
A cidade norte-americana de
Salt Lake City, vitoriosa no processo, teria gasto mais de um US$
1 milhão apenas em presentes para membros do COI.
Seis integrantes da entidade,
que teriam recebido regalias das
candidatas, foram expulsos em
março. Quatro renunciaram.
A proposta pelo fim das visitas
recebeu 89 votos a favor e 10 contra. Houve uma abstenção.
Além da proposta vencedora,
havia outra: as viagens poderiam
ser feitas, mas deveriam acontecer sob determinadas condições.
Antes da votação, 36 membros
do COI discursaram defendendo
uma ou a outra proposta.
Com a decisão de ontem, o COI
colocou fim a um sistema que foi
implantado em 1984.
Desde então, as candidaturas
eram responsáveis pelos gastos
dos membros do COI e de seus
acompanhantes quando eles visitavam as cidades.
A assembléia do COI encerrada
ontem na Suíça durou dois dias e
também tornou mais rígido o
processo para as cidades tentarem abrigar Olimpíadas.
Atualmente, é necessário apenas o apoio de seus respectivos
comitês olímpicos nacionais.
Com o novo sistema, as pretendentes devem cumprir requisitos
mínimos para se habilitarem ao
começo do processo.
O COI nomeia então uma comissão que fará uma visita de inspeção e produzirá um relatório.
O Comitê Executivo da entidade, que também sofreu alteração,
passando de 11 para 15 integrantes, ainda terá o poder de descartar alguma candidatura se considerar que suas chances de vitória
são irrisórias.
Após o término do processo, todas as candidaturas deverão revelar as fontes de suas receitas.
As mudanças definidas durante
a sessão extraordinária também
alteram a composição dos membros da entidade e aumentam a
transparência de suas ações e,
principalmente, de suas finanças.
A contabilidade da entidade,
com todos seus detalhes, deve ser
publicada a cada quatro anos.
Atualmente, esses dados só são
divulgados ocasionalmente.
Apesar de todas as mudanças, o
próprio COI se mostra cauteloso
quanto a seus resultados.
""Todos os países estão com as
cadeias cheias de ladrões, mas isso não impede que aconteçam
mais roubos", disse o suíço Marc
Hodler, do Comitê Executivo.
Dando continuidade ao processo de limpeza da imagem do COI,
o presidente Juan Antonio Samaranch deve comparecer na quarta-feira ao Congresso dos EUA
para explicar o processo de escolha das sedes olímpicas.
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