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São Paulo, sexta-feira, 14 de março de 2003

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BOXE

Retorno dos nocautes

EDUARDO OHATA
DA REPORTAGEM LOCAL

Depois de três decisões por pontos, uma luta de Popó voltará a ser definida por nocaute, na madrugada de domingo.
Após estudar teipes do desafiante de Popó, Juan Carlos "Ranchero" Ramirez, contra Agapito Sanchez e "Bobby Boy" Velardez, arrisco o palpite de que a luta será definida em uns seis assaltos.
Uma boa notícia para Popó é que Ramirez tem estilo diferente de seus últimos rivais, conhecidos pela técnica e movimentação.
O mais importante: "Ranchero" não é canhoto, diferentemente de Joel Casamayor e Daniel Attah, detalhe que sempre atrapalha.
Mas voltando a Ramirez, ele, como (quase) todo mexicano, é conhecido por ser brigador. Sua tática consiste em caminhar para a frente desferindo golpes. E gosta de se manter no centro do ringue.
Justamente por esses fatores, apesar de contar com boa altura (1,70 m) e envergadura, Ramirez negligencia essas vantagens. Não as utiliza para manter distância.
Quando foge dos golpes, não usa movimento lateral, limita-se a seguir uma linha reta para trás.
O mexicano mantém a guarda alta, mas esta é muito vazada, tornando-o suscetível aos ganchos ou cruzados de esquerda. Foi com os dois golpes que "Bobby Boy" o derrubou por duas vezes.
Além disso, pela forma atabalhoada com que vai para cima dos oponentes, os uppercuts (golpes de baixo para cima) constituem outra boa opção contra ele.
Enfim, "Ranchero" tem um estilo feito sob medida para Popó.
Um ponto para o qual o brasileiro precisa ficar atento são os diretos de direita longos que Ramirez atira sem nenhuma preparação, um fator de imprevisibilidade. Todos lembram que o brasileiro foi à lona contra lutadores que não são considerados pegadores.
O condicionamento é outro ponto forte de Ramirez, 25. Contra Sanchez e Velardez, o mexicano seguiu lançando golpes até a conclusão dos dois combates.
Também conta com boa capacidade de recuperação. Contra Velardez, por exemplo, foi à lona por três vezes, mas sempre retornava ao combate. Foi um corte que acabou definindo a sua derrota.
E, como sobe de categoria (já foi supergalo e pena), a velocidade é outra característica da qual Ramirez pode tirar vantagem.
As estatísticas dos pugilistas:
Ramirez tem 29 vitórias, 12 nocautes, e quatro derrotas. É profissional há sete anos e quatro meses. Disputou 33 lutas, em um total de 294 assaltos. Desses, 20 foram por disputas de cinturões.
A duração média de suas lutas é de 8,9 assaltos e sua porcentagem de nocautes é de 36%. Venceu as seis lutas que chegaram ao 12º assalto. Venceu um e perdeu outro dos combates que chegaram ao 11º. Nas lutas que atingiram o 10º assalto, venceu 11 e perdeu uma.
Popó, 27, está invicto, com 32 vitórias e 29 nocautes. É profissional há sete anos e oito meses. Tem 32 lutas, num total de 130 assaltos. Desses, 48 foram em lutas de título. A duração média de suas lutas é de quatro assaltos, e 90% de seus combates terminaram por nocaute. Chegou ao 12º assalto duas vezes; ao décimo, uma vez; ao nono, uma vez; ao oitavo, três vezes, e ao sétimo, uma vez.

Preliminares 1
Se depender dos retrospectos, os demais brasileiros que participam da programação são todos favoritos. É que os pugilistas brasileiros estão invictos, enquanto os seus oponentes têm cartéis negativos, segundo a empresa especializada Fight Fax. O meio-pesado Laudelino Barros (15 lutas) encara Vinson Durham, que tem 21 vitórias, quatro nocautes, 27 derrotas e dois empates. O leve Juliano Ramos (nove lutas) enfrenta Raul Fernandez, cujo cartel registra duas vitórias, um nocaute, e três derrotas. Já Valdemir Pereira (12 lutas) tem como oponente Oney Hellens, que acumula 16 vitórias, quatro nocautes, 19 derrotas e dois empates.

Preliminares 2
Felix Cora x Michael Simms (cruzadores) é a principal preliminar.

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