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BOXE
Retorno dos nocautes
EDUARDO OHATA
DA REPORTAGEM LOCAL
Depois de três decisões por
pontos, uma luta de Popó
voltará a ser definida por nocaute, na madrugada de domingo.
Após estudar teipes do desafiante de Popó, Juan Carlos "Ranchero" Ramirez, contra Agapito
Sanchez e "Bobby Boy" Velardez,
arrisco o palpite de que a luta será
definida em uns seis assaltos.
Uma boa notícia para Popó é
que Ramirez tem estilo diferente
de seus últimos rivais, conhecidos
pela técnica e movimentação.
O mais importante: "Ranchero"
não é canhoto, diferentemente de
Joel Casamayor e Daniel Attah,
detalhe que sempre atrapalha.
Mas voltando a Ramirez, ele,
como (quase) todo mexicano, é
conhecido por ser brigador. Sua
tática consiste em caminhar para
a frente desferindo golpes. E gosta
de se manter no centro do ringue.
Justamente por esses fatores,
apesar de contar com boa altura
(1,70 m) e envergadura, Ramirez
negligencia essas vantagens. Não
as utiliza para manter distância.
Quando foge dos golpes, não
usa movimento lateral, limita-se
a seguir uma linha reta para trás.
O mexicano mantém a guarda
alta, mas esta é muito vazada,
tornando-o suscetível aos ganchos ou cruzados de esquerda. Foi
com os dois golpes que "Bobby
Boy" o derrubou por duas vezes.
Além disso, pela forma atabalhoada com que vai para cima
dos oponentes, os uppercuts (golpes de baixo para cima) constituem outra boa opção contra ele.
Enfim, "Ranchero" tem um estilo feito sob medida para Popó.
Um ponto para o qual o brasileiro precisa ficar atento são os diretos de direita longos que Ramirez atira sem nenhuma preparação, um fator de imprevisibilidade. Todos lembram que o brasileiro foi à lona contra lutadores que
não são considerados pegadores.
O condicionamento é outro
ponto forte de Ramirez, 25. Contra Sanchez e Velardez, o mexicano seguiu lançando golpes até a
conclusão dos dois combates.
Também conta com boa capacidade de recuperação. Contra Velardez, por exemplo, foi à lona por
três vezes, mas sempre retornava
ao combate. Foi um corte que
acabou definindo a sua derrota.
E, como sobe de categoria (já foi
supergalo e pena), a velocidade é
outra característica da qual Ramirez pode tirar vantagem.
As estatísticas dos pugilistas:
Ramirez tem 29 vitórias, 12 nocautes, e quatro derrotas. É profissional há sete anos e quatro
meses. Disputou 33 lutas, em um
total de 294 assaltos. Desses, 20 foram por disputas de cinturões.
A duração média de suas lutas é
de 8,9 assaltos e sua porcentagem
de nocautes é de 36%. Venceu as
seis lutas que chegaram ao 12º assalto. Venceu um e perdeu outro
dos combates que chegaram ao
11º. Nas lutas que atingiram o 10º
assalto, venceu 11 e perdeu uma.
Popó, 27, está invicto, com 32 vitórias e 29 nocautes. É profissional há sete anos e oito meses. Tem
32 lutas, num total de 130 assaltos. Desses, 48 foram em lutas de
título. A duração média de suas
lutas é de quatro assaltos, e 90%
de seus combates terminaram por
nocaute. Chegou ao 12º assalto
duas vezes; ao décimo, uma vez;
ao nono, uma vez; ao oitavo, três
vezes, e ao sétimo, uma vez.
Preliminares 1
Se depender dos retrospectos, os demais brasileiros que participam
da programação são todos favoritos. É que os pugilistas brasileiros
estão invictos, enquanto os seus oponentes têm cartéis negativos, segundo a empresa especializada Fight Fax. O meio-pesado Laudelino
Barros (15 lutas) encara Vinson Durham, que tem 21 vitórias, quatro
nocautes, 27 derrotas e dois empates. O leve Juliano Ramos (nove lutas) enfrenta Raul Fernandez, cujo cartel registra duas vitórias, um
nocaute, e três derrotas. Já Valdemir Pereira (12 lutas) tem como
oponente Oney Hellens, que acumula 16 vitórias, quatro nocautes, 19
derrotas e dois empates.
Preliminares 2
Felix Cora x Michael Simms (cruzadores) é a principal preliminar.
E-mail eohata@folhasp.com.br
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