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São Paulo, quarta-feira, 14 de maio de 2003

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VÔLEI

Apenas 2 dos 7 atletas "estrangeiros" que venceram o Mundial acertaram volta ao país, que pode ver novas exportações

Fracassa plano para repatriar campeões

MARIANA LAJOLO
DA REPORTAGEM LOCAL

O tão sonhado repatriamento dos campeões mundiais de vôlei não vai acontecer. Na próxima temporada, que antecede a Olimpíada de Atenas, os brasileiros continuarão a ver suas principais estrelas brilharem no exterior.
Dos sete jogadores da seleção que atuaram fora do país no último ano, cinco não devem percorrer o caminho de volta.
O capitão Nalbert continua no Macerata, da Itália. Ele deve disputar o mais competitivo campeonato do mundo com Giba, que negocia com o Cuneo (ex-time de Giovane), Gustavo, pretendido pelo Treviso, e Dante, finalista da competição pelo Modena. Já Anderson tem proposta para ficar na NEC (Japão) e ou arrumar as malas rumo ao vôlei italiano.
Apenas Giovane e André Nascimento foram repatriados, ambos pelo Telemig-Minas. O ponta, após o imbróglio envolvendo sua transferência do Suzano para o Banespa, jogou o fim da temporada na Itália. Já André teve passagem pelo Panathinaikos, da Grécia. Os dois atuarão ao lado de seus companheiros na Argentina, em 2002, Henrique e Ricardinho.
A lista de campeões mundiais exportados pode crescer ainda mais. O levantador Maurício, substituído no Minas por seu reserva na seleção, deve ir também para a Itália. Já o líbero Escadinha estuda proposta da França.
O único clube que ainda pode conter esse êxodo é o Banespa. Sem orçamento definido para 2003/2004, a equipe paulista é a única entre as grandes do país que ainda não está com o seu elenco, ao menos parcialmente, definido. Escadinha e o meio-de-rede Rodrigão, que jogaram no time na Superliga passada, esperam proposta para renovação.
A vontade de promover a volta dos atletas campeões mundiais foi manifestada pela Confederação Brasileira de Vôlei logo após a conquista na Argentina. A principal motivação era o temor pela queda no interesse pela Superliga por causa da ausência das maiores estrelas do país. Mas a vontade da CBV, que chegou a armar um "plano de repatriamento", esbarrou nas altas propostas estrangeiras -feitas em dólar- e na falta de verba das equipes brasileiras.
A entidade já viveu situação semelhante, mas, na época, obteve êxito. Dois anos após a conquista da medalha de ouro na Olimpíada de Barcelona-1992, a CBV, em parceria com o Banco do Brasil, repatriou cinco dos seis titulares que estavam no exterior.
Marcelo Negrão, Tande, Carlão, Giovane e Maurício voltaram ao Brasil graças a um investimento de US$ 2 milhões por ano feito até os Jogos de Atlanta-1996.


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