|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Ricardo Teixeira reabre rixa com melhor jogador da história e decide não alterar a tabela do Brasileiro para que paulistas pudessem disputar torneio no mês que vem na Coréia do Sul
CBF veta ida do São Paulo e esvazia a Copa de Pelé
FERNANDO MELLO
DO PAINEL FC
MARÍLIA RUIZ
DA REPORTAGEM LOCAL
A CBF decidiu não liberar o São
Paulo para participar da Copa da
Paz e colocou a pá de cal no torneio que Pelé queria ver como o
novo Mundial de clubes.
A decisão final já foi tomada por
Ricardo Teixeira, que embarcou
anteontem à noite para Paris. O
dirigente deixou ordem para o
presidente interino da CBF, Nabi
Abi Chedid, informar o clube que
a liberação não seria dada.
O ato, mais que um simples veto, dá início a mais um capítulo na
rixa entre o principal cartola do
país e o maior jogador da história.
Esse é o primeiro golpe dado pela CBF em um projeto de Pelé desde que os dois se reconciliaram,
durante as CPIs que devassaram o
futebol no Congresso.
A empresa de marketing de Pelé
no Brasil, a Pelé Pro, é uma das organizadoras do evento, que será
disputado na Coréia do Sul na segunda quinzena de julho. O dinheiro para a viabilização do torneio virá do reverendo Moon, líder de uma seita religiosa.
Para ser o garoto-propaganda
do torneio, Pelé receberá pelo menos US$ 8 milhões. Mas, com a
saída do São Paulo e com as desistências de Roma e Bayer Leverkusen a um mês do torneio, a Copa
da Paz está por um fio.
Além da "declaração de guerra"
a Pelé, que chegou a pedir o afastamento de Teixeira após o fim
das CPIs, o presidente licenciado
da CBF acirrará os ânimos com o
São Paulo, principal aliado de
Eduardo José Farah, também licenciado da Federação Paulista.
Durante a reunião que selou a
paz entre Teixeira e Farah, no fim
de maio, na sede da FPF, a cúpula
são-paulina chegou a pedir o
adiamento dos jogos contra Fluminense, Atlético-PR, Vitória e
Ponte Preta. Teixeira desconversou, mas já tinha tomado a decisão de vetar a viagem.
A alegação da CBF para a negativa já está pronta. A entidade vai
argumentar que não pode abrir o
precedente de mudar quatro rodadas da tabela para beneficiar
um só clube, em detrimento dos
outros 23 participantes da Série A.
Nabi Abi Chedid dirá aos são-paulinos que Santos e Cruzeiro
também pediram liberação para
disputar amistosos no exterior
durante o Brasileiro do ano passado e não foram atendidos.
O não de Teixeira, segundo a
Folha apurou, teve ainda o dedo
da Globo, detentora dos direitos
do Nacional. A TV, que tentou vetar a viagem na confecção do contrato, avalia que a alteração de datas do torneio esvaziará o Brasileiro e não é compatível com o regulamento de turno e returno, pontos corridos, regulamento que está sendo utilizado pela primeira
vez na competição.
O presidente do São Paulo,
Marcelo Portugal Gouvêa, confirmou ter recebido ofício da CBF de
que não haverá alteração de datas
no Nacional. Na segunda, ele decide se manda o time reserva à
Asia ou se desiste do torneio.
Texto Anterior: Painel FC Próximo Texto: Memória: Ex-jogador ficou 8 anos rompido com dirigente Índice
|