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ATLETISMO
Chance de ser único brasileiro com quatro ouros em Pan motiva Eronilde Araújo, que disputa hoje o Troféu Brasil
Sem índice, tricampeão corre por recorde
EDUARDO OHATA
DA REPORTAGEM LOCAL
Eronilde Araújo, dono do maior
número de ouros individuais brasileiros no atletismo nos Jogos
Pan-Americanos, três, tem sua
busca pelo quarto ouro dificultada por ainda não ter garantido índice para Santo Domingo-2003 e
por estar fora de sua melhor forma técnica, pois vem de lesão.
Mesmo assim, Araújo, 32, participa hoje, às 14h, das semifinais de
sua especialidade, os 400 m com
barreiras, no Troféu Brasil, em
São Paulo, para tentar obter o índice (49s20) para o Pan. As finais
acontecem amanhã, às 9h15.
Os tempos registrados por
Araújo nas últimas semanas, na
Colômbia e em São Caetano, ficaram acima dos 50 segundos.
O prazo final para conseguir o
índice vence no próximo dia 29.
Foi no Pan de Winnipeg-1999,
que Araújo, a exemplo do que havia feito Adhemar Ferreira da Silva, no salto triplo, na edição de
1959, conquistou sua terceira medalha de ouro na competição. A
marca de Silva havia permanecido inigualada por 40 anos.
Por conta de uma tendinite no
tendão de sua perna esquerda,
Araújo ficou inativo desde a disputa do Troféu Brasil de 2002, em
setembro, até janeiro deste ano.
Para não eliminar suas chances
de correr em Santo Domingo e
conquistar o quarto ouro inédito,
Araújo, em conjunto com seu técnico, Jayme Netto, decidiu evitar
cirurgia. "Se isso acontecesse,
Eronilde não iria ao Pan. E ser o
primeiro brasileiro da história a
ganhar quatro ouros [individuais
no atletismo no Pan] seria algo espetacular para ele", diz Netto.
O atleta lembra que, antes da
parada, fazia a prova regularmente em menos de 50 segundos.
"[Ser campeão pela quarta vez]
seria importante. O azar foi que
melhorei [da contusão] em cima
do Troféu Brasil. Estou melhor fisicamente, mas, tecnicamente, tenho que acertar as barreiras e colocar mais velocidade nos últimos
100 m", afirmou Araújo.
"Está difícil, estou fazendo todo
o possível. Mas acho que agora é
entregar para Deus", finalizou.
Segundo o atleta, a ansiedade
por não ter conseguido o índice
prejudica, até em termos técnicos,
as chances de Araújo registrar
uma marca inédita no Pan. "Ao
invés de já estar me preparando
para o Pan, me preocupo com essa situação de ainda não ter alcançado o índice", lamenta o atleta.
Caso não conquiste a classificação para o Pan via Troféu Brasil, o
time de Araújo, que, em seguida,
disputará o Sul-Americano, na
Venezuela, planeja sua participação em provas na Europa com a
finalidade de beneficiá-lo com
uma sequência de competições.
Mesmo que consiga ir para Santo Domingo, nas palavras de seu
próprio técnico, Araújo terá um
"desafio muito grande" pela frente: o atual campeão mundial dos
400 m com barreiras, título que
conquistou em Edmonton-2001,
o dominicano Félix Sanchez.
"Será difícil, mas, se Eronilde estiver muito bem treinado e em
bom momento, pode vencer. Ele
tem uma estrela danada", analisa
Netto, sobre um eventual confronto entre seu atleta e Sanchez.
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