|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
FUTEBOL
Irredutível, meia resiste a movimento dos jogadores contra sua aposentadoria após o final da Copa dos Campeões
São-paulinos tentam manter Raí na ativa
RICARDO PERRONE
ENVIADO ESPECIAL A MACEIÓ
O meia Raí, 35, enfrenta um movimento criado pelos jogadores
do São Paulo para fazer com que
ele desista de encerrar a carreira
após a participação da equipe na
Copa dos Campeões.
A decisão dele foi tomada na última segunda-feira. No dia seguinte, começou a mobilização
dos companheiros do jogador,
que por enquanto ignora o apelo.
"Eles falaram comigo informalmente. Pensei muito antes de tomar essa decisão e não vou voltar
atrás", declarou Raí.
O primeiro a falar com o meia
sobre a possibilidade de ele mudar de idéia foi o goleiro Rogério.
"Conversei com o Raí, mas ele
parece estar decidido a parar",
afirmou o goleiro.
O argumento de Rogério é a
chance de Raí conquistar mais
um título da Taça Libertadores.
Isso poderá ocorrer se o São Paulo
vencer a Copa dos Campeões e
garantir uma vaga no principal
torneio interclubes do continente.
"Estou sempre dizendo ao Raí
que, se a gente vencer essa competição e se classificar para a Libertadores, ele vai prorrogar o contrato dele até o final de 2001."
Mas o argumento não parece
seduzir o meia, bicampeão do torneio continental, em 1992 e 1993.
"Não vou mudar de idéia por
causa da Libertadores, ainda mais
porque teria que esperar até o ano
que vem", afirmou Raí.
Antes da partida contra o Vitória, os jogadores se uniram para
tentar convencer o meia.
"Depois da palestra feita pelo
treinador, nós falamos ao Raí que
venceríamos a Copa dos Campeões para convencê-lo", disse o
meia-atacante Marcelinho.
Antes, o técnico Levir Culpi já
havia prometido oferecer o título
da competição ao jogador.
O treinador afirmou ter ficado
emocionado ao saber que Raí assinou um contrato em branco para poder participar da Copa dos
Campeões.
Apesar de manter a sua posição,
o meia deverá ter uma nova conversa com os jogadores. "Se tivermos um novo contato, veremos
como fica."
Numa prova de que está mesmo
decidido a parar, Raí mostrou que
já tem planos para quando estiver
aposentado como atleta.
Antes de definir o seu futuro
profissional, ele pensa em como
gastar o tempo que terá livre.
"Dos 17 aos 35 anos quase não
tive finais de semana de folga.
Vou ficar afastado do futebol,
mas, em compensação, terei mais
tempo para aproveitar", disse.
Raí revelou que a rotina da vida
de jogador, com treinos e jogos
seguidos, teve influência na sua
decisão de parar.
Ao anunciar a sua retirada, o
meia havia dito ainda estar motivado, mas com medo de perder a
vontade de jogar durante um contrato mais longo.
"A rotina não foi fundamental
na minha decisão, mas é uma coisa que vai cansando", desabafou.
Por enquanto, a única certeza
de Raí é que ele irá se dedicar mais
à Fundação Gol de Letra, que
mantém em conjunto com o meia
Leonardo, do Milan, da Itália.
Caso não altere os seus planos, o
principal ídolo da torcida são-paulina poderá fazer o seu último
jogo válido por um campeonato
amanhã, se a equipe perder para o
Vitória, em João Pessoa, e for eliminada na primeira fase.
Após o torneio, Raí ainda deverá disputar uma partida amistosa
para marcar o encerramento de
sua carreira. "Faremos um amistoso, mas ainda não definimos a
data e o adversário", disse Paulo
Amaral, presidente do São Paulo.
Texto Anterior: Futebol: Luxemburgo faz ameaça de proibir torcida em treinos Próximo Texto: Diretoria do clube convence Culpi a ficar Índice
|