São Paulo, domingo, 14 de julho de 2002

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FUTEBOL

Recuperando a forma

RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL

Viva a Copa dos Campeões!
Sem querer virar de vez a página da Copa do Mundo, mas já deixando o assunto meio para trás, a bola da vez é o principal torneio interclubes do planeta.
Enxugaram a nobre competição. Verdade seja dita, o G-14, grupo que reúne os mais poderosos times europeus, não aprovou a modificação, obviamente por razões financeiras -quatro ou seis jogos a mais podem dar mais "canseira" aos atletas, mas garantem uma grana maior da TV.
A amputação da segunda fase com grupos, porém, deve agradar bastante a quem mais interessa: o público. Desde que a Copa dos Campeões foi inchada, o torneio ficou meio besta no começo, com algumas partidas de interesse menor (devido à qualidade pequena de alguns participantes e mais especialmente ao seu sistema de disputa, bem cansativo).
Os mata-matas foram ligeiramente ampliados, o que garante mais jogos decisivos (atraentes).
Franz Beckenbauer foi a primeira e a mais influente voz na luta para diminuir a Copa dos Campeões. Não porque é manda-chuva de um dos principais clubes do continente, o Bayern de Munique (membro do G-14, aliás), mas porque simplesmente gosta muito de futebol e sabe bem como funciona esse negócio hoje.
Se os clubes europeus podem lucrar menos agora -tudo aponta para isso-, vão gastar menos também, cortando despesas com salários em quase 20%, partindo para trocas de atletas (não compras vultosas) etc.
Mesmo potências européias do futebol vivem nos últimos meses momentos difíceis, com dívidas e quedas acentuadas de suas ações nas Bolsas. Não é só a Fiorentina, que está sendo impedida de falir devido a um pool formado por Milan, Inter e Juventus, mas Lazio, Roma, Barcelona, Manchester United, Borussia Dortmund e mais uma série de gigantes terão de aderir a uma nova realidade.
Pelo menos a audiência da Copa dos Campeões, com esse novo formato, certamente aumentará.
Curioso é ver como os calendários na Europa e na América do Sul foram tratados após a Copa. Os dois continentes acertadamente partiram para a redução de partidas e para a preservação de seus atletas e clubes, mas na nossa região a ordem foi estrangular os torneios internacionais.
A Conmebol já criou muita disputa sem sentido, mas tem oferecido boas opções para uma versão da Copa da Uefa (a Mercosul foi uma boa idéia que poderia ser melhorada com uma fusão com a Merconorte e a transformação em Copa Pan-Americana). Não deverá haver, no entanto, torneio continental na América do Sul no segundo semestre.
Mais pela manutenção do monopólio de uma emissora de TV do que por qualquer outra coisa, perdem os principais clubes do continente, que ficam sem os bons prêmios dos torneios da Conmebol e sem o dinheiro de outros canais, e perdem os atletas do país, que ficam sem a chance de uma boa exposição internacional.
Em contrapartida, o Brasil apostou em sua Copa dos Campeões, uma tolice dentro do calendário nacional, que foi inchada a ponto de começar na sequência da Copa do Mundo e de atrapalhar as finais da Libertadores.
A Copa dos Campeões autêntica (mesmo com não-campeões), a da Europa, ficou ótima após a "lipo". A homônima brasileira, em spa no Nordeste, poderia sumir.

Supercopas e novos times

Juventus e Parma decidem a Supercopa da Itália na Líbia no dia 25 de agosto (a família Gadhafi tem ações da Juventus). Será a segunda vez que a disputa será fora da Europa (em 93, o Milan bateu o Torino em Washington). Já no dia 30 de agosto, Real Madrid e Feyenoord jogam a Supercopa da Europa em Mônaco. Outra novidade será Cazaquistão, que passa a jogar mesmo no velho continente. O Zhanis Astana disputará a Copa dos Campeões.

Nacionais

Só no dia 1º de setembro começa a festa na Itália e Espanha. O Espanhol larga na frente, com Barcelona x Atlético de Madrid, de volta à elite. O Inglês deve ter três semanas de descanso em janeiro.

Velhos craques

Gullit, Van Basten e Rijkaard deverão pagar 1.500 euros cada um por evasão de divisas na época em que atuavam no Milan.

E-mail
rbueno@folhasp.com.br

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