São Paulo, segunda-feira, 14 de julho de 2008

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Seleção usa banco e fatura Grand Prix

Mari e Thaisa são fundamentais para Brasil superar contusões e vencer pela sétima vez o torneio, que não terá mais Fofão

Alvo de críticas em Atenas-04 e cortada após o Pan do Rio, atacante exibe evolução em nova posição e ganha prêmio de melhor do campeonato


DA REPORTAGEM LOCAL

Fofão já havia erguido a taça do Grand Prix, a última na carreira da levantadora que se despede do torneio, quando o nome de Mari foi anunciado no ginásio em Yokohama, no Japão.
A atacante subiu novamente ao pódio para receber o prêmio de melhor atacante da competição. Mais do que um marco de superação pessoal, o troféu era um símbolo das apostas certas de José Roberto Guimarães.
Mari mudou de posição e passou quase um ano longe da seleção, cortada por problemas disciplinares e queda de rendimento. Ganhou nova chance e iniciou o Grand Prix no banco.
Ao seu lado, e às vezes até fora do grupo das 12 inscritas por jogo, estava a central Thaisa.
As duas tiveram paciência para esperar a chance e, quando foram acionadas, ganharam a confiança do treinador. Tornaram-se peças fundamentais na conquista do sétimo título do Grand Prix, o quarto sob o comando de Zé Roberto, que assumiu a equipe em 2003.
A equipe venceu o Japão ontem, por 3 sets a 0.
Mari foi ponta titular durante toda a fase decisiva da competição. Terminou o torneio como a segunda atacante mais eficiente, com 53,39% de aproveitamento, e foi eleita a melhor jogadora no Japão.
Sua campanha no Grand Prix é prova de sua evolução na nova posição. Antes, Mari atuava como oposto, atacante que não tem obrigação de receber o saque. Agora é ponta e tem como atribuição também passar.
Em quadra, a jogadora mostrou mais maturidade. Em 2004, nos Jogos Olímpicos de Atenas, ela foi um dos principais alvos de críticas por causa da derrota brasileira para a Rússia nas semifinais. Depois do Pan-2007, foi cortada.
"Com ela, ganhamos em versatilidade. Mari pode atuar nas duas posições e tem evoluído muito como ponteira. Eu esperava que isso acontecesse. Ela sofreu nesse tempo em que ficou longe da seleção, mas voltou com nova postura e nova vontade", afirmou Zé Roberto.
Thaisa também foi um dos pilares do jogo brasileiro. Nas estatísticas de bloqueio, a central só ficou atrás de Walewska, premiada como a melhor no fundamento. Após algum entra-e-sai no time, também conquistou o posto de titular que parecia ter Fabiana como nome certo antes do Grand Prix.
Carol Gattaz ainda disputava a terceira vaga, mas deve ser cortada. Zé Roberto também deve optar entre Joycinha e Valeskinha para fechar o time.
Os sucessos de Mari e Thaisa são apenas dois exemplos de como o treinador pôde contar com o banco de reservas durante a competição.
Logo antes da estréia, Fofão sofreu pancada no joelho e ficou fora dos primeiros jogos. Carol era a única levantadora no time e manteve bom nível.
Depois, Jaqueline sofreu pancada no joelho, e Paula Pequeno teve lesão no tornozelo. Mesmo com todas as alterações, o Brasil sofreu somente uma derrota no Grand Prix, nos 3 sets a 2 contra a China, na primeira semana.
"Não esperava que o título chegasse dessa forma. Achei que seria mais difícil, principalmente para mim", afirmou a levantadora Fofão, 38, que disputou sua última edição do campeonato, o terceiro mais importante do vôlei, só atrás da Olimpíada e do Mundial.
"Fiquei três semanas parada e tive receio de não ter tempo de me entrosar bem com o grupo, de não jogar bem. Nosso nível de concentração foi o que nos diferenciou de qualquer equipe. Vou guardar cada viagem, cada jogo na memória. O que mais marca é a convivência com o grupo. Foi perfeito."


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