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VÔLEI
Titular há 13 anos, melhor levantador do país atinge marca histórica hoje, contra a Holanda, pela Liga Mundial
Intocável, Maurício completa 500 jogos na seleção brasileira
DA REPORTAGEM LOCAL
Há 13 anos, as jogadas da seleção brasileira saem das mãos do
mesmo homem: Maurício Lima,
34. Hoje, quando entrar na quadra para enfrentar a Holanda pela
Liga Mundial, o levantador atingirá a impressionante marca de 500
jogos com a camisa do Brasil.
No país, nenhum jogador de vôlei chegou perto desse número.
Carlão, capitão na conquista da
medalha de ouro em Barcelona-1992, fez 382 jogos; o levantador
William, a quem Maurício substituiu na seleção, jogou 358 vezes, e
Bernard, prata em Los Angeles-1984, foi titular em 341 partidas.
No vôlei mundial, apenas os cubanos Raul Diago e Ihosvany
Hernandez e o holandês Peter
Blangé atingiram a marca.
"Fico muito orgulhoso e feliz
com essa marca história. Mas vou
encarar a partida de número 500
como todas as outras", disse o levantador, que pode ajudar o Brasil a obter hoje a classificação antecipada às semifinais da Liga.
O time nacional enfrenta a Holanda, às 15h30, no Recife.
Além da longevidade na seleção, Maurício coleciona os principais títulos brasileiros no esporte.
Armou as jogadas do Brasil na
conquista do inédito ouro na
Olimpíada de Barcelona-1992.
Também subiu ao primeiro lugar do pódio duas vezes na Liga
Mundial -em 1993, com o treinador campeão olímpico, José
Roberto Guimarães, e em 2001, já
sob o comando de Bernardinho.
E é o novo técnico quem aponta
uma deficiência do levantador.
"Ele é genial, mas precisa defender mais, ser mais operário. O
problema é que ele é um artista e
às vezes fica meio bobo, admirando as maravilhas que faz", disse.
Maurício também venceu seis
Sul-Americanos e três Copas
América, além de sete nacionais.
Nos 14 anos que se seguiram à
sua primeira convocação para o
time adulto -foi a Seul-1988-, o
levantador ficou fora da seleção
em poucas ocasiões importantes.
No fim de 1997, ganhou folga da
Copa dos Campeões e se casou
com Roberta, com quem tem dois
filhos -João Victor, 2, e Maria
Eduarda, nascida em junho.
Dois anos mais tarde, ficou de
fora da Copa do Mundo e do Pré-Olímpico por opção do então técnico Radamés Lattari. Voltou em
seguida para os Jogos de Sydney.
Com a chegada de Bernardinho
à seleção, viu o fim de uma fase
ruim do vôlei nacional, iniciada
com o fracasso em Atlanta-1996.
"Eu conheci os dois lados. O sucesso é muito melhor, mas o difícil é permanecer nele. Nesses
anos, aprendi muita coisa e creio
que posso ajudar a manter o Brasil no topo", disse Maurício, que já
pensa na aposentadoria.
"Só de imaginar, dói o coração.
Mas a hora está chegando e só me
resta aproveitar cada instante."
A hora de parar deve ser após a
Olimpíada de Atenas, em 2004.
Mas antes de se preocupar com os
Jogos, Maurício quer buscar o
único título que falta ao vôlei
masculino do país, o do Mundial,
em setembro.
(MARIANA LAJOLO)
NA TV - Brasil x Holanda,
Globo e Sportv, ao vivo, a
partir das 15h30
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