São Paulo, quarta-feira, 14 de agosto de 2002

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VÔLEI

Titular há 13 anos, melhor levantador do país atinge marca histórica hoje, contra a Holanda, pela Liga Mundial

Intocável, Maurício completa 500 jogos na seleção brasileira

DA REPORTAGEM LOCAL

Há 13 anos, as jogadas da seleção brasileira saem das mãos do mesmo homem: Maurício Lima, 34. Hoje, quando entrar na quadra para enfrentar a Holanda pela Liga Mundial, o levantador atingirá a impressionante marca de 500 jogos com a camisa do Brasil.
No país, nenhum jogador de vôlei chegou perto desse número. Carlão, capitão na conquista da medalha de ouro em Barcelona-1992, fez 382 jogos; o levantador William, a quem Maurício substituiu na seleção, jogou 358 vezes, e Bernard, prata em Los Angeles-1984, foi titular em 341 partidas.
No vôlei mundial, apenas os cubanos Raul Diago e Ihosvany Hernandez e o holandês Peter Blangé atingiram a marca.
"Fico muito orgulhoso e feliz com essa marca história. Mas vou encarar a partida de número 500 como todas as outras", disse o levantador, que pode ajudar o Brasil a obter hoje a classificação antecipada às semifinais da Liga.
O time nacional enfrenta a Holanda, às 15h30, no Recife.
Além da longevidade na seleção, Maurício coleciona os principais títulos brasileiros no esporte.
Armou as jogadas do Brasil na conquista do inédito ouro na Olimpíada de Barcelona-1992.
Também subiu ao primeiro lugar do pódio duas vezes na Liga Mundial -em 1993, com o treinador campeão olímpico, José Roberto Guimarães, e em 2001, já sob o comando de Bernardinho.
E é o novo técnico quem aponta uma deficiência do levantador.
"Ele é genial, mas precisa defender mais, ser mais operário. O problema é que ele é um artista e às vezes fica meio bobo, admirando as maravilhas que faz", disse.
Maurício também venceu seis Sul-Americanos e três Copas América, além de sete nacionais.
Nos 14 anos que se seguiram à sua primeira convocação para o time adulto -foi a Seul-1988-, o levantador ficou fora da seleção em poucas ocasiões importantes.
No fim de 1997, ganhou folga da Copa dos Campeões e se casou com Roberta, com quem tem dois filhos -João Victor, 2, e Maria Eduarda, nascida em junho.
Dois anos mais tarde, ficou de fora da Copa do Mundo e do Pré-Olímpico por opção do então técnico Radamés Lattari. Voltou em seguida para os Jogos de Sydney.
Com a chegada de Bernardinho à seleção, viu o fim de uma fase ruim do vôlei nacional, iniciada com o fracasso em Atlanta-1996.
"Eu conheci os dois lados. O sucesso é muito melhor, mas o difícil é permanecer nele. Nesses anos, aprendi muita coisa e creio que posso ajudar a manter o Brasil no topo", disse Maurício, que já pensa na aposentadoria.
"Só de imaginar, dói o coração. Mas a hora está chegando e só me resta aproveitar cada instante."
A hora de parar deve ser após a Olimpíada de Atenas, em 2004. Mas antes de se preocupar com os Jogos, Maurício quer buscar o único título que falta ao vôlei masculino do país, o do Mundial, em setembro. (MARIANA LAJOLO)


NA TV - Brasil x Holanda, Globo e Sportv, ao vivo, a partir das 15h30



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