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FUTEBOL
Em jogo que marca a estréia de Guilherme, técnico espera Inter muito retrancado e diz que gol deve demorar a sair
Parreira pede paciência aos corintianos
JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
DA REPORTAGEM LOCAL
O corintiano que for hoje ao Pacaembu deve ter muita paciência.
Quem acha isso é Carlos Alberto
Parreira, que espera encontrar o
Internacional com "nove jogadores na defesa". "E olha que eu não
estou contando o goleiro", comentou ontem o treinador.
"Temos que jogar com a cabeça.
O Inter vem num 4-5-1 [quatro jogadores na defesa, cinco no meio
e um no ataque" e vai passar a
maior parte do jogo lá atrás, tentando se defender como puder."
"A torcida tem que ser paciente,
porque o gol pode demorar muito
a sair. Não é porque ganhamos na
estréia [2 a 1 contra o Atlético-MG, em Belo Horizonte] e eles
perderam em casa [3 a 1 para o
Flamengo] que vai ser fácil. Vocês
não podem fazer análises depois
de apenas uma rodada."
Para Parreira, a mídia, no Brasil, é muito imediatista. "O campeonato mal começou e todos já
estão nos tratando como favoritos ao título. Ainda é cedo para
qualquer prognóstico."
Para a partida de hoje, que começa às 21h40, o técnico teme
que uma das principais qualidades do Corinthians, o índice de
aproveitamento de passes, caia.
E o motivo é o fato de o time,
novamente, não contar com o
meia Ricardinho, que está negociando sua transferência para o
futebol inglês. No primeiro semestre, a equipe teve o melhor
desempenho entre todos os participantes do Rio-SP no índice de
passes certos -88,6%. Ricardinho, por sua vez, teve 89,6%.
Para a surpresa de Parreira,
mesmo sem Ricardinho, o Corinthians acertou 91,6% de seus passes, segundo o Datafolha, na estréia em Minas. Renato, que havia
tido média de 86,2% no Rio-SP e
substituiu o meia, conseguiu
93,2% contra o Atlético-MG, arrancando elogios do treinador.
"Mas aquilo foi um jogo só.
Vou procurar manter o ritmo e a
média, mas não vai ser fácil fazer
a torcida esquecer o Ricardinho.
Ele está na memória de todos os
corintianos, como o Sócrates e o
Marcelinho", disse Renato.
O jogo contra o Inter, além de
nova oportunidade para o meia,
será o primeiro de Guilherme, 28,
com a camisa do Corinthians.
"Com ele, muda um pouco o
posicionamento, porque a gente
ganha um homem de área, um
matador", afirmou Parreira.
"Fiz um coletivo só, mas sou
daqueles que dão a cara para bater. Tenho boa cabeça, sou bem
moleque, gostei do grupo e tem
tudo para dar certo. Sei que posso
virar ídolo, mas isso é uma coisa
que só depende de mim. Tenho
que apresentar em campo o que
esperam que eu faça. E o que todo
mundo espera é que eu faça gols",
concluiu o atacante.
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