São Paulo, quarta-feira, 14 de agosto de 2002

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FUTEBOL

Em jogo que marca a estréia de Guilherme, técnico espera Inter muito retrancado e diz que gol deve demorar a sair

Parreira pede paciência aos corintianos

JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
DA REPORTAGEM LOCAL

O corintiano que for hoje ao Pacaembu deve ter muita paciência. Quem acha isso é Carlos Alberto Parreira, que espera encontrar o Internacional com "nove jogadores na defesa". "E olha que eu não estou contando o goleiro", comentou ontem o treinador.
"Temos que jogar com a cabeça. O Inter vem num 4-5-1 [quatro jogadores na defesa, cinco no meio e um no ataque" e vai passar a maior parte do jogo lá atrás, tentando se defender como puder."
"A torcida tem que ser paciente, porque o gol pode demorar muito a sair. Não é porque ganhamos na estréia [2 a 1 contra o Atlético-MG, em Belo Horizonte] e eles perderam em casa [3 a 1 para o Flamengo] que vai ser fácil. Vocês não podem fazer análises depois de apenas uma rodada."
Para Parreira, a mídia, no Brasil, é muito imediatista. "O campeonato mal começou e todos já estão nos tratando como favoritos ao título. Ainda é cedo para qualquer prognóstico."
Para a partida de hoje, que começa às 21h40, o técnico teme que uma das principais qualidades do Corinthians, o índice de aproveitamento de passes, caia.
E o motivo é o fato de o time, novamente, não contar com o meia Ricardinho, que está negociando sua transferência para o futebol inglês. No primeiro semestre, a equipe teve o melhor desempenho entre todos os participantes do Rio-SP no índice de passes certos -88,6%. Ricardinho, por sua vez, teve 89,6%.
Para a surpresa de Parreira, mesmo sem Ricardinho, o Corinthians acertou 91,6% de seus passes, segundo o Datafolha, na estréia em Minas. Renato, que havia tido média de 86,2% no Rio-SP e substituiu o meia, conseguiu 93,2% contra o Atlético-MG, arrancando elogios do treinador.
"Mas aquilo foi um jogo só. Vou procurar manter o ritmo e a média, mas não vai ser fácil fazer a torcida esquecer o Ricardinho. Ele está na memória de todos os corintianos, como o Sócrates e o Marcelinho", disse Renato.
O jogo contra o Inter, além de nova oportunidade para o meia, será o primeiro de Guilherme, 28, com a camisa do Corinthians.
"Com ele, muda um pouco o posicionamento, porque a gente ganha um homem de área, um matador", afirmou Parreira.
"Fiz um coletivo só, mas sou daqueles que dão a cara para bater. Tenho boa cabeça, sou bem moleque, gostei do grupo e tem tudo para dar certo. Sei que posso virar ídolo, mas isso é uma coisa que só depende de mim. Tenho que apresentar em campo o que esperam que eu faça. E o que todo mundo espera é que eu faça gols", concluiu o atacante.



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