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AÇÃO
A estréia do surfe
CARLOS SARLI
COLUNISTA DA FOLHA
Quando Kelly Slater
executou um preciso e inesperado 360 numa onda de três
pés, a turma presente à Huntigton Beach, Califórnia, percebeu
que o show iria começar. E os organizadores dos X-Games se convenceram de que o surfe não poderia mesmo ter ficado muito
mais tempo fora da festa.
Eram oito e meia da manhã do
dia 9 de agosto, e a praia estava
lotada. Sobre o píer se acotovelavam dezenas de pessoas. Todos ali
para flagrar a primeira vez que o
surfe competia nas olimpíadas
radicais e inaugurava um novo
formato de prova, a que a ESPN
deu o nome de "The Game": dois
times, oito atletas cada um, dois
tempos, Leste contra Oeste.
Jogada de marketing ou não, os
atletas trataram de acirrar a rivalidade entre os times após o aquecimento, quando Slater, do time
da Costa Leste, perguntou a Rob
Machado, da Oeste, se ele não
preferiria desistir antes de começar e poupar o esforço extra.
Como bons americanos que são,
os organizadores promoveram
uma entrada à la LA Lakers, e os
nomes dos surfistas eram anunciados enquanto eles faziam a
triunfal entrada pela areia. Pela
Costa Leste, caíram na água Shea
Lopez, Aaron Cormican, Ben
Bourgeois e Damien Hobgood. No
"banco", e esperando a hora de
entrar, Slater, Cory Lopez, Taj
Burrow e Shane Dorian. Pela Costa Oeste, Taylor Knox, Machado,
Pat O'Connell, Tim Curran, Dane
Reynolds e Kalani Robb.
O formato pioneiro, usado
inauguralmente nesses jogos, previa dois tempos, com "titulares"
executando manobras no primeiro, e "reservas", no segundo.
No final, depois de algumas horas de farra, a vitória e as primeiras medalhas do surfe nos X-Games foram para a Costa Leste. Ficou a certeza de que o esporte foi
muito bem recebido pela organização dos jogos, de que a rivalidade entre Leste e Oeste, que está
sendo forçosamente reinventada,
pode de fato pegar e de que o novo
formato, idealizado pelo surfista
Brad Gerlach, funciona. Resta
agora os organizadores abrirem
as portas do "The Game" para
atletas estrangeiros, como fazem,
por meio de seletivas mundiais,
com os outros esportes dos X-Games. Do jeito que está, com dois
"wild cards" por time e a presença
de surfistas locais apenas, a proposta dos X-Games como olimpíada dos esportes de ação fica, ao
menos no surfe, comprometida.
Os demais eventos dos X-Games
de Los Angeles começam hoje.
Como acontece desde a primeira edição dos X-Games, os brasileiros são destaque. A impressionante Fabíola da Silva, mais uma
vez, compete no Agressive In Line
Skate. Detalhe: entre os homens,
categoria na qual geralmente leva uma medalha. É que Fabíola
faturava tudo com sobras quando
disputava com mulheres.
Além dela, Rodil de Araújo, no
skate street park, e Bob Burnquist,
na rampa vertical, também têm
chances excelentes. Na bike, Marcos Paulo de Jesus, o Pig, pode trazer para casa um título inédito na
categoria Flatland, aquela que
exige manobras precisas sem que
o atleta coloque os pés no chão.
Brasileiro de snowboard
Em sua nova edição, os melhores atletas do país estarão competindo
a partir de terça-feira em Valle Nevado, Chile, em provas de boarder
cross, parallel giant slalom e half pipe. Na semana seguinte, serão as
provas de esqui.
Mundial de surfe - WQS
Ausente para atuar nos X-Games, Shane Beschen perdeu a liderança
do ranking de acesso para Neco Padaratz, que nem precisou competir porque a prova francesa de Anglet foi interrompida nas triagens.
Corrida de aventura
Mais de cem equipes estão inscritas para etapa de Brotas, SP, do Caloi
Adventure Camp no próximo sábado.
E-mail sarli@revistatrip.com.br
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