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São Paulo, quinta-feira, 14 de agosto de 2003

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AÇÃO

A estréia do surfe

CARLOS SARLI
COLUNISTA DA FOLHA

Quando Kelly Slater executou um preciso e inesperado 360 numa onda de três pés, a turma presente à Huntigton Beach, Califórnia, percebeu que o show iria começar. E os organizadores dos X-Games se convenceram de que o surfe não poderia mesmo ter ficado muito mais tempo fora da festa.
Eram oito e meia da manhã do dia 9 de agosto, e a praia estava lotada. Sobre o píer se acotovelavam dezenas de pessoas. Todos ali para flagrar a primeira vez que o surfe competia nas olimpíadas radicais e inaugurava um novo formato de prova, a que a ESPN deu o nome de "The Game": dois times, oito atletas cada um, dois tempos, Leste contra Oeste.
Jogada de marketing ou não, os atletas trataram de acirrar a rivalidade entre os times após o aquecimento, quando Slater, do time da Costa Leste, perguntou a Rob Machado, da Oeste, se ele não preferiria desistir antes de começar e poupar o esforço extra.
Como bons americanos que são, os organizadores promoveram uma entrada à la LA Lakers, e os nomes dos surfistas eram anunciados enquanto eles faziam a triunfal entrada pela areia. Pela Costa Leste, caíram na água Shea Lopez, Aaron Cormican, Ben Bourgeois e Damien Hobgood. No "banco", e esperando a hora de entrar, Slater, Cory Lopez, Taj Burrow e Shane Dorian. Pela Costa Oeste, Taylor Knox, Machado, Pat O'Connell, Tim Curran, Dane Reynolds e Kalani Robb.
O formato pioneiro, usado inauguralmente nesses jogos, previa dois tempos, com "titulares" executando manobras no primeiro, e "reservas", no segundo.
No final, depois de algumas horas de farra, a vitória e as primeiras medalhas do surfe nos X-Games foram para a Costa Leste. Ficou a certeza de que o esporte foi muito bem recebido pela organização dos jogos, de que a rivalidade entre Leste e Oeste, que está sendo forçosamente reinventada, pode de fato pegar e de que o novo formato, idealizado pelo surfista Brad Gerlach, funciona. Resta agora os organizadores abrirem as portas do "The Game" para atletas estrangeiros, como fazem, por meio de seletivas mundiais, com os outros esportes dos X-Games. Do jeito que está, com dois "wild cards" por time e a presença de surfistas locais apenas, a proposta dos X-Games como olimpíada dos esportes de ação fica, ao menos no surfe, comprometida. Os demais eventos dos X-Games de Los Angeles começam hoje.
 
Como acontece desde a primeira edição dos X-Games, os brasileiros são destaque. A impressionante Fabíola da Silva, mais uma vez, compete no Agressive In Line Skate. Detalhe: entre os homens, categoria na qual geralmente leva uma medalha. É que Fabíola faturava tudo com sobras quando disputava com mulheres.
Além dela, Rodil de Araújo, no skate street park, e Bob Burnquist, na rampa vertical, também têm chances excelentes. Na bike, Marcos Paulo de Jesus, o Pig, pode trazer para casa um título inédito na categoria Flatland, aquela que exige manobras precisas sem que o atleta coloque os pés no chão.

Brasileiro de snowboard
Em sua nova edição, os melhores atletas do país estarão competindo a partir de terça-feira em Valle Nevado, Chile, em provas de boarder cross, parallel giant slalom e half pipe. Na semana seguinte, serão as provas de esqui.

Mundial de surfe - WQS
Ausente para atuar nos X-Games, Shane Beschen perdeu a liderança do ranking de acesso para Neco Padaratz, que nem precisou competir porque a prova francesa de Anglet foi interrompida nas triagens.
Corrida de aventura Mais de cem equipes estão inscritas para etapa de Brotas, SP, do Caloi Adventure Camp no próximo sábado.

E-mail sarli@revistatrip.com.br


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