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ATLETISMO
Democrática, modalidade mostra 20% dos Jogos
Cerca de 2.000 atletas iniciam a disputa por medalhas hoje
ADALBERTO LEISTER FILHO
FÁBIO SEIXAS
ENVIADOS ESPECIAIS A PEQUIM
São cerca de 2.000 atletas
participantes dos Jogos de Pequim. Ou seja, 20% dos competidores estarão em ação a partir
desta noite, no estádio Ninho
de Pássaro, na mais abrangente
e democrática modalidade da
Olimpíada: o atletismo.
A partir das 22h, com o início
das provas do heptatlo feminino, começa também a corrida
de países com pouca ou nenhuma expressão esportiva por
seus momentos bissextos de
glória na história do evento.
O atletismo é a modalidade
recordista em diversidade de
medalhas. Na história olímpica, conduziu 88 países ao pódio.
Desses, 60 conquistaram pelo
menos um ouro. O segundo esporte que mais países premiou
foi o boxe: 73 nações.
"Qualquer país no mundo
tem condições de manter uma
pista de atletismo. As crianças
começam correndo descalças,
não precisam de nenhum equipamento. Essa é a mágica do
atletismo", afirmou à Folha
Donovan Bailey, medalha de
ouro nos 100 m em Atlanta-96.
O ex-velocista é o retrato
dessa realidade. Nascido na Jamaica, formou-se corredor defendendo o Canadá. Dois países que ostentam glórias empolgantes nas pistas olímpicas.
Não há nada mais significativo que as Bahamas. Graças ao
atletismo, o arquipélago caribenho foi o primeiro colocado
em Atenas-2004 na relação de
medalhas por habitante. Com
um ouro e um bronze, chegou à
média de uma medalha para
cada 159 mil pessoas.
A distribuição de glórias na
pista e no campo coloca países
da periferia do Movimento
Olímpico em posição central
no quadro de medalhas.
Em que outra modalidade,
por exemplo, nações pobres como Quênia e Etiópia estariam
no top 10 dos mais premiados
da história entre os países que
ainda disputam os Jogos?
Mesmo em provas dominadas por potências, como o salto
em distância (os EUA ganharam 21 dos 25 ouros olímpicos), em Pequim há chance de
diversidade: o favorito é o panamenho Irving Saladino.
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