RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL

A crise por que passa o futebol de São Paulo pode ser bem comprovada no retrospecto dos clubes paulistas contra os de outros Estados na Copa João Havelange, a versão 2000 do Brasileiro.
Os times de São Paulo superam, conjuntamente, apenas os de Pernambuco e o modesto Gama, representante único do Distrito Federal na elite da competição.
No retrospecto direto contra os cariocas, os paranaenses e os goianos, os paulistas levam boa desvantagem -o campeonato, que teria ontem mais sete jogos, já se aproxima de sua metade.
A maior desvantagem ocorre diante dos times do Rio de Janeiro, que investiram pesado para a competição, especialmente o Flamengo, que se reforçou com Edílson, Denílson, Gamarra e Alex.
Foram disputados até agora 15 jogos entre paulistas e cariocas. Os times do Rio venceram sete confrontos. Houve seis empates. Os paulistas venceram apenas duas vezes -o São Paulo conseguiu bater no estádio do Morumbi o Flamengo, por 3 a 2, de virada, e o Fluminense, por 2 a 0.
Os cariocas, que viram o futebol paulista vencer o Campeonato Brasileiro nos dois últimos anos, com o Corinthians, marcaram 20 gols nas equipes de São Paulo na Copa JH até agora. Os paulistas fizeram, por sua vez, apenas 14 gols nos times do Rio na competição.
Os dois clubes paranaenses que atuam no Módulo Azul da Copa João Havelange, Coritiba e Atlético, e o Goiás, único representante do futebol goiano na divisão de elite do torneio, ainda estão invictos diante dos times paulistas.
Foram três confrontos entre paulistas e paranaenses. Os times do Paraná venceram duas partidas e seguraram um empate. Paulistas e goianos também se enfrentaram três vezes, com duas vitórias do Goiás e um empate -no único jogo disputado em Goiás, o Corinthians acabou sendo derrotado por 3 a 0 em sua estréia.
Contra os times mineiros, gaúchos e baianos, os clubes de São Paulo não estão em desvantagem, mas também não conseguiram confirmar a propalada supremacia do futebol paulista no país.
Contra os baianos, inclusive, os times paulistas levam prejuízo nos gols. Foram duas vitórias paulistas, duas baianas e dois empates, mas os nordestinos marcaram nove gols e sofreram sete.
Contra os gaúchos, o equilíbrio é total, até agora. Contra as equipes de Minas, os paulistas ganham só nos gols (15 a 13).
Até a rodada de ontem, apenas três times paulistas estavam classificados para a fase final da Copa João Havelange. No total, 12 equipes passam para a outra fase, mas só Santos, São Paulo e Ponte Preta seguiriam na competição.
Palmeiras e Corinthians, que tinham dois dos melhores times do país até alguns meses, fizeram verdadeiros ""desmanches" e passam por séria crise técnica.
Mesmo com dinheiro, os dois clubes mais tradicionais do Estado parecem estar ""economizando" para a próxima temporada.
O Corinthians contratou recentemente Muller, Djair, Rogério e Scheidt porque a equipe do técnico Oswaldo Alvarez acumulou uma série de fracassos, o que acabou gerando protestos da torcida.
O São Paulo também negociou vários atletas. O time, apesar da campanha razoável, está em crise, com atritos entre o técnico do time, Levir Culpi, e alguns dirigentes e jogadores insatisfeitos.
O Santos, única equipe paulista que investiu bastante na temporada, ocupa a quarta posição, mas colheu alguns resultados negativos e não convenceu sua torcida.
A Lusa não possui ambições na competição, que não tem descenso, e busca apenas não dar vexame, como nos 4 a 1 sofrido diante do irregular Botafogo, no Rio.
O ""lanterninha" da competição é o Guarani. A equipe de Campinas, a única que ainda não venceu no torneio, chegou a ficar entre as oito melhores da edição do ano passado, sendo eliminada apenas pelo Corinthians, time que acabaria com o título.
Os principais artilheiros da Copa JH são de outros Estados. Allan Delon (Vitória) e Dill (Goiás) têm 11 e 10 gols, respectivamente.


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