DA REPORTAGEM LOCAL E

DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

O goleiro Danrlei passou os últimos 11 de seus 30 anos defendendo o Grêmio dentro de campo. E é bem provável que, quando encerrar a carreira, continue a fazê-lo: o jogador não esconde o desejo de presidir o clube do coração.
Os planos políticos de Danrlei, porém, esbarram numa ressalva. "Tem de ser remunerado, até porque certamente não terei a vida ganha. Além disso, a diretoria tem de ser composta por gente que viveu aqui dentro", diz, apontando para o gramado do Estádio Olímpico.
A intenção de assumir o cargo gremista mais importante não é um devaneio. Hoje, o jogador é considerado mais forte que o presidente, Flávio Obino, e todos os membros da diretoria. É praticamente intocável.
Seu raio de ação no Olímpico vai além do gramado, cenário de uma década de conquistas. Ali, ganhou a Libertadores em 1995, o Brasileiro no ano seguinte, três Copas do Brasil e cinco títulos estaduais.
Apesar disso, por causa do temperamento explosivo, colecionou fãs e detratores.
Uma parte da torcida iniciou um movimento para que Danrlei seja incluído na letra do hino do Grêmio, composto em 1953 por Lupicínio Rodrigues durante uma greve de ônibus -daí o "Até a pé nós iremos...". Lara, goleiro histórico, que jogou entre 1920 e 1953, é citado na composição.
Danrlei apenas sorri quando é lembrado da iniciativa da torcida. O riso também vem quando indagado sobre o fato de ser o estilista de seu uniforme, de seus cortes de cabelo, causador de confusões e defensor ferrenho dos interesses do clube.
Outro dia, questionado sobre o fato de o Grêmio ser a pior equipe do Brasileiro, mostrou toda sua tensão. "Respeita o Grêmio, é só o que te digo. Não fala desse jeito do clube", disse, em tom ameaçador, para um repórter. Danrlei não se dá bem com os jornalistas. "Vários querem me prejudicar."
Sobre a crise, é sucinto. "Dou meu exemplo trabalhando muito. É assim que exerço minha liderança." (AD e LG)


Texto Anterior: Grêmio, 100, vê a consagração nos outros
Próximo Texto: Frases
Índice