São Paulo, terça-feira, 14 de setembro de 2004

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FUTEBOL

Clube apresenta últimos atletas e frustra técnico, que queria um atacante

São Paulo encerra reforços na temporada e cala Leão

EDUARDO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL

A diretoria do São Paulo apresentou ontem seu último pacote de reforços, pediu trégua à torcida e cutucou Emerson Leão.
Com a chegada do lateral-esquerdo Júnior, 31, do volante Ramalho, 24, e do meia-atacante Nildo, 28, o clube diz ter encerrado as contratações para este ano. E não importa a opinião do técnico.
"Aqui no São Paulo treinador não pede jogador. É a diretoria quem avalia a necessidade", disse o presidente do clube, Marcelo Portugal Gouvêa, após ser questionado se atenderia o pedido do técnico para trazer um atacante.
No sábado, após o empate com o Cruzeiro, Leão falou que o problema não era "dinheiro", mas sim falta de "opções". No entanto ele afirmou ainda ter esperança de contar com um substituto para Luis Fabiano, vendido ao Porto.
Embora tenha dito que "dinheiro" não era obstáculo, Leão procurou, por conta própria, um centroavante. Mas, ao saber do preço, desistiu de oferecer o negócio aos dirigentes. "Era muito caro", disse o treinador, que sondou os atacantes Aloísio e Magno Alves. Ele não deu entrevistas ontem.
O pedido de reforços foi um dos motivos que desgastaram o técnico Cuca no clube. Assim como Leão, ele também chegou a ser repreendido publicamente pelo presidente são-paulino.
A diretoria argumenta que foi a que mais contratou jogadores para esta temporada. No início do ano, trouxe oito reforços. Após a eliminação na Libertadores, outros três foram contratados. Com os três apresentados ontem, foram 14 jogadores.
"É muito difícil contratar hoje. Quem diz que não estamos fazendo isso só quer tumultuar o ambiente. E os jogadores que vieram têm experiência", disse Gouvêa, que reclamou do comportamento dos torcedores no Pacaembu.
Ao final do jogo, o dirigente, que não compareceu ao estádio, foi hostilizado pela torcida, que pediu reforços e chamou o time de "sem vergonha".
Ontem, em tom conciliador, Gouvêa estendeu a bandeira branca aos torcedores. "Eu queria fazer um apelo aos são-paulinos: que dê um crédito de confiança à equipe. Pedimos que a torcida compareça em massa ao Morumbi no domingo e ultrapasse a do Corinthians", afirmou o cartola, que disse aceitar as críticas se o time falhar no Brasileiro.
Dessa maneira, em um clima tenso, foram apresentados os últimos três reforços do clube.
O meia-atacante Nildo, ex-Sport, rebateu as suspeitas de que ainda sofre com o joelho, que passou por cirurgia para a reconstrução dos ligamentos em 2000.
A diretoria são-paulina, preocupada com isso, cancelou a apresentação do atleta na semana passada e o submeteu a uma ressonância. Nildo passou no teste, mas os médicos do clube consideram o joelho do atleta suscetível a novas lesões. "Fui o artilheiro do Sport na temporada e o maior assistente para gols. Contra fatos não há argumentos", disse Nildo, que ficará no clube até dezembro. "Ele está bem, mas o joelho se decompõe com o tempo", disse o superintendente de futebol são-paulino, Marco Aurélio Cunha.
O volante Ramalho, que também assinou até o fim do ano, disse não temer a pressão da torcida.


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