São Paulo, terça-feira, 14 de setembro de 2010

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Terra, grama e cimento

Nadal ganha Aberto dos EUA , completa o Grand Slam e mostra versatilidade inédita nos pisos do tênis em uma só temporada

DE SÃO PAULO

Em 2005, quando começou a ganhar fama no circuito, Rafael Nadal era outro espanhol que prometia dominar o saibro, mas que seria coadjuvante nas quadras rápidas, que formam a maioria do circuito do tênis.
Mas ontem, ao fazer história em Nova York, o espanhol de 24 anos mostrou uma facilidade de adaptação impressionante aos principais pisos do tênis profissional.
Com uma vitória por 3 sets a 1 (6/4, 5/7, 6/4 e 6/2) sobre o sérvio Novak Djokovic, Nadal conquistou o Aberto dos EUA e se tornou o sétimo jogador da história a ganhar os quatro Grand Slams -além do torneio americano, o Aberto da Austrália, Roland Garros e Wimbledon.
Só Don Budge, em 1938, alcançou o feito com menos idade que o espanhol -o americano tinha 22 anos quando completou os quatro títulos dos grandes torneios.
Tanto quanto pela precocidade, o feito de Nadal impressiona porque aconteceu em 2010. Em um intervalo de pouco mais de três meses, ele foi campeão nas três superfícies que formam os Grand Slams -o saibro de Roland Garros, em Paris, a grama de Wimbledon, em Londres, e o concreto do Aberto dos EUA.
Nunca na história um tenista triunfou em Grand Slams na mesma temporada em três pisos diferentes -quando Rod Laver ganhou os quatro grandes num mesmo ano, em 1969, os Abertos dos EUA e da Austrália eram disputados em quadras de grama, e não de concreto, como acontece atualmente.
Na decisão de ontem, Nadal, como já havia feito em Wimbledon, provou que é, sim, possível triunfar nos pisos rápidos mesmo sendo um jogador de fundo de quadra.
O espanhol foi poucas vezes à rede para volear. Segundo as estatísticas oficiais da partida, fez isso 20 vezes, contra 45 de Djokovic -o sérvio, nas semifinais, eliminou o suíço Roger Federer, o que vai lhe valer, a partir de hoje, o segundo lugar no ranking.
Mas o repertório de bolas vencedoras e a concentração de Nadal prevaleceram. O jogo só não foi menos parelho porque Nadal desperdiçou muitos break points -só converteu 6 das 26 oportunidades que teve na partida.
No quarto set, Djokovic se descontrolou emocionalmente, cometeu erros e virou presa fácil para Nadal.
Agora com nove títulos de Grand Slam na carreira, o espanhol aparece no quarto lugar do ranking de títulos desses torneios na era profissional, iniciada em 1968.
À frente dele, Federer (16), o americano Pete Sampras (14) e o sueco Bjorn Borg (11). Só este último chegou ao nono título mais jovem que Nadal, que com o título nos EUA vai disparar ainda mais na liderança do ranking da ATP.


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