|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros
Terra, grama e cimento
Nadal ganha Aberto dos EUA , completa o Grand Slam e mostra versatilidade inédita nos pisos do tênis em uma só temporada
DE SÃO PAULO
Em 2005, quando começou a ganhar fama no circuito, Rafael Nadal era outro espanhol que prometia dominar o saibro, mas que seria
coadjuvante nas quadras rápidas, que formam a maioria
do circuito do tênis.
Mas ontem, ao fazer história em Nova York, o espanhol
de 24 anos mostrou uma facilidade de adaptação impressionante aos principais pisos
do tênis profissional.
Com uma vitória por 3 sets
a 1 (6/4, 5/7, 6/4 e 6/2) sobre o
sérvio Novak Djokovic, Nadal conquistou o Aberto dos
EUA e se tornou o sétimo jogador da história a ganhar os
quatro Grand Slams -além
do torneio americano, o
Aberto da Austrália, Roland
Garros e Wimbledon.
Só Don Budge, em 1938, alcançou o feito com menos
idade que o espanhol -o
americano tinha 22 anos
quando completou os quatro
títulos dos grandes torneios.
Tanto quanto pela precocidade, o feito de Nadal impressiona porque aconteceu
em 2010. Em um intervalo de
pouco mais de três meses, ele
foi campeão nas três superfícies que formam os Grand
Slams -o saibro de Roland
Garros, em Paris, a grama de
Wimbledon, em Londres, e o
concreto do Aberto dos EUA.
Nunca na história um tenista triunfou em Grand
Slams na mesma temporada
em três pisos diferentes
-quando Rod Laver ganhou
os quatro grandes num mesmo ano, em 1969, os Abertos
dos EUA e da Austrália eram
disputados em quadras de
grama, e não de concreto, como acontece atualmente.
Na decisão de ontem, Nadal, como já havia feito em
Wimbledon, provou que é,
sim, possível triunfar nos pisos rápidos mesmo sendo um
jogador de fundo de quadra.
O espanhol foi poucas vezes à rede para volear. Segundo as estatísticas oficiais
da partida, fez isso 20 vezes,
contra 45 de Djokovic -o sérvio, nas semifinais, eliminou
o suíço Roger Federer, o que
vai lhe valer, a partir de hoje,
o segundo lugar no ranking.
Mas o repertório de bolas
vencedoras e a concentração
de Nadal prevaleceram. O jogo só não foi menos parelho
porque Nadal desperdiçou
muitos break points -só
converteu 6 das 26 oportunidades que teve na partida.
No quarto set, Djokovic se
descontrolou emocionalmente, cometeu erros e virou
presa fácil para Nadal.
Agora com nove títulos de
Grand Slam na carreira, o espanhol aparece no quarto lugar do ranking de títulos desses torneios na era profissional, iniciada em 1968.
À frente dele, Federer (16),
o americano Pete Sampras
(14) e o sueco Bjorn Borg (11).
Só este último chegou ao nono título mais jovem que Nadal, que com o título nos EUA
vai disparar ainda mais na liderança do ranking da ATP.
Texto Anterior: Clubes grandes fazem largada de pequenos Próximo Texto: "Cazaque russa" é campeã nas duplas Índice | Comunicar Erros
|