São Paulo, segunda, 14 de setembro de 1998

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Em 1 mês, Brasil vai 'do inferno ao céu'

Gazeta do Povo
Leila, escolhida a melhor jogadora do Grand Prix, com colegas de equipe durante intervalo de treino da seleção brasileira, no Paraná


da Reportagem Local



Desacreditadas após três derrotas seguidas na primeira rodada do Grand Prix, um mês atrás, em Macau, as jogadoras brasileiras creditaram à união da equipe a conquista da competição. Algumas delas, como Leila -autora do último ponto contra a Rússia, em um bloqueio- e Virna choraram bastante após a decisão. Para a meio-de-rede Janina, 26, é possível comparar o momento inicial de fracasso da seleção no Grand Prix ao inferno, e o momento atual, após o título, ao céu. "Ouvíamos dizer que no Brasil comentavam que tínhamos perdido porque jogamos de salto alto, que só estávamos preocupadas com o macaquinho ( uniforme novo, que adere ao corpo, rejeitado pela jogadoras pouco antes do início da competição)", disse ela.
"O que aconteceu foi que tivemos pouco tempo de trabalho. Só nos apresentamos em agosto, pouco antes de viajarmos dois dias, para um fuso horário totalmente diferente, e já jogarmos na sequência", acrescentou.
Além da falta de treino e do cansaço da viagem, houve problemas de contusão (com Hilma, Fernanda Doval e Ana Flávia) e até infecção intestinal (Fofão).
Após as primeiras derrotas, o técnico Bernardo Rezende, o Bernardinho, conseguiu implantar um sistema de treinamentos definido antes das novas rodadas do Grand Prix, e com isso justificou o início das vitórias.
"Neste mês na Ásia trabalhamos muito. Todas criaram o espírito de melhorar a cada dia. Foi a essência da reviravolta", afirmou ele.
"Essa conquista mostrou que somos fortes", declarou Virna, 27, segunda maior pontuadora do Grand Prix, com 113 pontos marcados em 11 partidas. A russa Elena Godina marcou 123 pontos, e a brasileira Raquel, 20, que substituiu com sucesso Ana Moser, veio a seguir, com 100 pontos.
No Grand Prix, o sexteto-base brasileiro foi Fofão, Raquel, Ana Paula, Karin, Virna e Leila.
"A ajuda que uma deu à outra, nos jogos e treinos, foi fundamental para o título. Estamos nas nuvens. Mas amanhã (hoje) já voltamos a trabalhar, pois nosso objetivo maior é o Mundial", completou Janina, a mais alta jogadora da competição (1,92 m).



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