São Paulo, Quinta-feira, 14 de Outubro de 1999
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AÇÃO

Questão de tempo


CARLOS SARLI

Um brasileiro campeão mundial de surfe. É o que todos que praticam e acompanham o esporte no país anseiam.
Matematicamente não estamos tão longe. Comparado a outros esportes individuais, temos uma presença expressiva -entre os 44 melhores do mundo, 7 são brasileiros. E ao que tudo indica, esse número irá aumentar na próxima temporada, resultado de estarmos promovendo, há cinco anos, a perna mais forte do ranking de acesso.
Ainda em termos de números, Victor Ribas, apesar de estar apenas em 11º lugar, tem chances, beneficiado pelos descartes, de chegar ao título.
Suas chances são tão remotas quanto as de Mark Occhilupo não conquistar seu merecido campeonato mundial. Occy é sem dúvida, entre os que disputam o Tour, o surfista que tem mais história, carisma e, principalmente, surfe para chegar ao título. Nos três melhores campeonatos do ano até aqui, Tavarua, Fiji, mesmo sem ondas grandes, Teahupoo, Taiti, impressionante, e Mundaka, Espanha, fechando de gala as estréias da temporada, o australiano esteve imbatível.
Como se viu, em esquerdas grandes e de qualidade só deu ele. O que leva à seguinte conclusão: ainda que ele não saia do Brasil campeão (perdeu em sua primeira bateria no Rio Marathon para o novato Raoni Monteiro e vai disputar a repescagem hoje), não deixará o título escapar em Pipeline, Havaí, se as condições estiverem como de costume.
Voltando às chances brasileiras, Neco Padaratz, que em 1998 abandonou o Tour na metade, apresentou para organização da ASP atestado médico obtido no Japão no qual apresentava problemas gástricos. Na reunião de final de ano no Havaí serão definidos os convidados da próxima temporada, quando pela primeira vez os wild cards estarão pontuando. Caso o argumento de Neco emplaque, nossas chances aumentam.

NOTAS

Reunião da ASP
Outra decisão que será tomada na reunião da ASP no Havaí é de quanto será o aumento da premiação para o ano 2000. Por melhor que ela seja, é pouco. Para se ter uma idéia, o hexacampeão Kelly Slater, depois de oito anos competindo, faturou pouco mais de US$ 700 mil em prêmios, menos de US$ 100 mil por temporada.

Rio
Ondas de um metro de leste recepcionaram os surfistas ontem na abertura do Rio Marathon Internacional, penúltima etapa do mundial de surfe (WCT). No domingo, o evento terá transmissão ao vivo pela Sportv.

Rosa bronco
Com duas vitórias consecutivas no WQS, Maresias (SP) e Barra (RJ), Peterson Rosa assumiu a ponta do ranking de acesso e entrou na briga pelo título brasileiro.


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