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FUTEBOL
Maceió vaia recaída da seleção que bateu neste ano recorde ofensivo do treinador, que disse ter 'tentado de tudo'
Parreira do empate ofusca Parreira do gol
DO ENVIADO A MACEIÓ
O Carlos Alberto Parreira "rei
do empate" venceu ontem o Carlos Alberto Parreira "goleador em
2004". O resultado, um modorrento 0 a 0 e vaias e frustração para o público alagoano.
Exibindo sua segunda pior pontaria nestas eliminatórias sul-americanas (4 chutes certos em
16), o Brasil sucumbiu diante da
forte marcação da Colômbia.
E deu a Parreira vantagem na
disputa do título de técnico que
mais empatou na história da seleção. Com o tropeço de ontem, já
são 33 igualdades (a oitava em
2004). Parreira supera todos
aqueles que comandaram o time
nacional por mais de 20 partidas.
"Tentamos tudo o que podia ser
tentado, mas não conseguimos
furar o bloqueio. Mérito deles",
lamentou Parreira após o jogo,
em meio às vaias do torcedor.
Artilheiro do time nas eliminatórias (9 gols), Ronaldo, que jogou sob os olhares de Daniella Cicarelli e da mãe, Sonia, teve cinco
chances de marcar. Só acertou o
gol duas vezes, mas parou nas
mãos do colombiano Calero. Foi a
primeira vez que ele passou em
branco na seleção com a noiva no
estádio -fizera três contra a Argentina, em Belo Horizonte, e um
contra a Bolívia, em São Paulo.
A frustração dos alagoanos encontra respaldo nos números da
seleção neste ano.
Com um time que costuma atacar, mas se expõe muito, segundo
o próprio Parreira, o treinador
tem sua temporada com as partidas mais cheias de gols no comando da equipe. Nas 17 vezes que havia entrado em campo antes do
duelo com a Colômbia, havia vazado os adversários 41 vezes e sofrido 15 gols.
Computados, isso significava
uma média de 3,29 gols por partida da equipe, o que representava
uma marca quase 20% maior do
que acontece no atual Campeonato Brasileiro e que bate com folga
todos os outros cinco anos cheios
de Parreira no comando da seleção (em 1991 ele dirigiu o time em
apenas dois amistosos).
No ano passado, por exemplo, o
time nacional do treinador registrou em seus jogos a modesta
marca de 2,08 gols. Na primeira
vez que dirigiu a equipe, em 1983,
a temporada acabou com uma
média de 2,38 gols nas partidas da
seleção. Somando toda a sua segunda passagem, entre 1991 e
1994, cravou a média da artilharia
nos confrontos em 2,91.
"Muitas vezes jogamos com um
meio-campo sem jogadores específicos de marcação. Isso torna o
time bastante ofensivo, mas também fica vulnerável", diz o treinador, justificando os gols sofridos
por sua defesa em 2004.
(PAULO COBOS)
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