São Paulo, quinta-feira, 14 de outubro de 2004

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FUTEBOL

Maceió vaia recaída da seleção que bateu neste ano recorde ofensivo do treinador, que disse ter 'tentado de tudo'

Parreira do empate ofusca Parreira do gol

DO ENVIADO A MACEIÓ

O Carlos Alberto Parreira "rei do empate" venceu ontem o Carlos Alberto Parreira "goleador em 2004". O resultado, um modorrento 0 a 0 e vaias e frustração para o público alagoano.
Exibindo sua segunda pior pontaria nestas eliminatórias sul-americanas (4 chutes certos em 16), o Brasil sucumbiu diante da forte marcação da Colômbia.
E deu a Parreira vantagem na disputa do título de técnico que mais empatou na história da seleção. Com o tropeço de ontem, já são 33 igualdades (a oitava em 2004). Parreira supera todos aqueles que comandaram o time nacional por mais de 20 partidas.
"Tentamos tudo o que podia ser tentado, mas não conseguimos furar o bloqueio. Mérito deles", lamentou Parreira após o jogo, em meio às vaias do torcedor.
Artilheiro do time nas eliminatórias (9 gols), Ronaldo, que jogou sob os olhares de Daniella Cicarelli e da mãe, Sonia, teve cinco chances de marcar. Só acertou o gol duas vezes, mas parou nas mãos do colombiano Calero. Foi a primeira vez que ele passou em branco na seleção com a noiva no estádio -fizera três contra a Argentina, em Belo Horizonte, e um contra a Bolívia, em São Paulo.
A frustração dos alagoanos encontra respaldo nos números da seleção neste ano.
Com um time que costuma atacar, mas se expõe muito, segundo o próprio Parreira, o treinador tem sua temporada com as partidas mais cheias de gols no comando da equipe. Nas 17 vezes que havia entrado em campo antes do duelo com a Colômbia, havia vazado os adversários 41 vezes e sofrido 15 gols.
Computados, isso significava uma média de 3,29 gols por partida da equipe, o que representava uma marca quase 20% maior do que acontece no atual Campeonato Brasileiro e que bate com folga todos os outros cinco anos cheios de Parreira no comando da seleção (em 1991 ele dirigiu o time em apenas dois amistosos).
No ano passado, por exemplo, o time nacional do treinador registrou em seus jogos a modesta marca de 2,08 gols. Na primeira vez que dirigiu a equipe, em 1983, a temporada acabou com uma média de 2,38 gols nas partidas da seleção. Somando toda a sua segunda passagem, entre 1991 e 1994, cravou a média da artilharia nos confrontos em 2,91.
"Muitas vezes jogamos com um meio-campo sem jogadores específicos de marcação. Isso torna o time bastante ofensivo, mas também fica vulnerável", diz o treinador, justificando os gols sofridos por sua defesa em 2004.
(PAULO COBOS)

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