São Paulo, sexta-feira, 14 de outubro de 2005

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Interior de SP patina nos Nacionais

DA REPORTAGEM LOCAL

Fazia tempo que a maré dos times do interior paulista não andava tão braba nas três divisões do Brasileiro. Acostumado a ter boas campanhas e com um título nacional, conquistado pelo Guarani em 1978, o futebol de fora da capital do Estado não ilude hoje.
Na Série C, em que desde 2001 pelo menos uma equipe era promovida, ninguém se classificou às quartas-de-final. Atlético Sorocaba e Rio Branco de Americana foram eliminados nas oitavas.
Antes disso, a Portuguesa Santista, o América de Rio Preto e o União São João saíram já na primeira fase, em grupos de quatro. O último clube, o Mogi Mirim, foi eliminado na fase seguinte.
Na Série B, Santo André e Marília têm situação muito complicada nos quadrangulares semifinais, com chances apenas matemáticas. O Guarani, que caiu no ano passado, não tem mais chances de acesso à elite.
Na Série A, a melhor colocação é o 11º lugar da Ponte Preta, e o São Caetano é 16º e corre risco de descenso após um início de século com dois vice-campeonatos nacionais e um da Libertadores.
O panorama só não é pior que em 1998, quando a melhor posição de um time do interior na primeira divisão foi a 17ª, da Ponte, com o Guarani em 19º. Nesse ano o Bragantino, que chegou à final em 1991, foi rebaixado à Série B.
Na segunda divisão, os paulistas não iam tão mal desde 2001, quando o Jundiaí (hoje Paulista) foi eliminado antes de chegar às quartas. O Estado ainda amargou um rebaixado à Série C: o União Barbarense, que também despencou no Paulista para a A-2.
"Neste ano, a gente fez um investimento alto para voltar à Série B. Mas, muitas vezes, erra no investimento", acredita Pedro Morgado, diretor de futebol União São João, que diz que o clube investiu cinco vezes mais neste ano, por entender que a competição era sua única chance de disputar um torneio nacional em 2006.
Até decisão em contrário do TJD-SP, que montou comissão para analisar os jogos apitados pelos fraudulentos Edilson Pereira de Carvalho e Paulo José Danelon, o time está rebaixado e participará da Segundona estadual.
"Sem menosprezar os adversários que passaram, Rio Branco e Sorocaba, as duas melhores equipes eram a nossa e a do América de Rio Preto. Não fosse o pênalti inexistente do senhor árbitro Rodrigo Guarizo do Amaral num jogo em que a gente só precisava empatar, a gente estava aí."
Já Waldir Cipriani, presidente do Atlético Sorocaba, também culpa a arbitragem e chega a afirmar que houve manipulação nos jogos da terceira divisão.
"Penso que alguém deve achar que está faltando mais times do Norte e do Nordeste. Nós não tivemos em nenhum dos nossos jogos um pênalti a nosso favor."
Cipriani também reclama da atuação da arbitragem no jogo que eliminou o clube, contra o Ipatinga. "No primeiro jogo, tivemos um gol invalidado por um bandeirinha mineiro. Depois, aqui em Sorocaba, arrumaram um árbitro capixaba, quando seria muito mais fácil trazer um paranaense", afirma ele, dizendo que tem os confrontos gravados para mostrar o que ocorreu.


Texto Anterior: Pingue-pongue: Simon fala que lances difíceis são "urucubaca"
Próximo Texto: Frase
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.