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BASQUETE
Ainda sem clube, principal jogadora do país reclama de veto da CBB e não descarta atuar em time da liga de Oscar
"Corro risco de não ir à seleção", diz Janeth
MARIANA LAJOLO
DA REPORTAGEM LOCAL
Janeth Arcain, principal jogadora de basquete país, ainda está
sem clube. Figura fácil na WNBA
nos últimos anos, não planejava
atuar nos EUA em 2006 para poder se dedicar à seleção e ao Mundial no Brasil -o calendário da liga norte-americana invade o período do campeonato.
Agora, porém, poderá ficar fora
do evento mesmo se atuar em casa. Janeth não fechou com nenhuma equipe e não descarta atuar na
Nossa Liga de Basquetebol.
A confederação brasileira não
reconhece a entidade de Oscar.
Com isso, clubes e atletas que jogarem a competição paralela ficam impedidos de disputar os
campeonatos da federação internacional. O mesmo acontece com
os clubes que atuam na NLB.
"Estão confundindo as coisas.
Atleta tem emprego. Não tem nada a ver com a decisão do clube",
declara Janeth.
"Ainda não defini nada. Não é
hora. Vou esperar as coisas acontecerem. Mas se coloque no meu
lugar. Se um clube da liga me faz
uma proposta, corro o risco de
não ir à seleção. Amo defender o
Brasil, quero ir ao Mundial, mas
não posso ficar parada. A seleção
ocupa só um período do ano.
Quem vai pagar minhas contas?".
Janeth, 36, é uma das apoiadoras da NLB. Não tem cargo na entidade, mas ajuda na criação da
Associação de Jogadores.
O clube que mantém (Associação Esporte Janeth Arcain), que
conta com categorias de base, está
inscrito na liga presidida pelo ex-ala Oscar. A entidade, por enquanto, organizará só torneios
adultos, o que não impede os menores de serem convocados.
O campeonato masculino da
NLB terá 18 equipes e começa em
25 de outubro. O feminino ainda
não tem data marcada e contará
com seis participantes.
"Eu acredito que a Nossa Liga
possa vir a ser uma grande liga.
Aliás, gosto e apóio qualquer um
que queira fazer o melhor para o
basquete", afirma a jogadora.
Na avaliação da NLB, os atletas
de suas competições poderiam
ser convocados, já que continuam
filiados às federações estaduais,
subordinadas à confederação. Assim, estariam no Sistema Federal
Desportivo, o que os tornaria vinculados legalmente à Fiba.
O argumento, porém, não deve
ter força como base para nenhuma ação legal nas seleções na visão de Heraldo Panhoca, especializado em direito esportivo.
"Convocação é um ato subjetivo. Como provar que o atleta foi
convocado por esse ou aquele
motivo? A CBB também pode voltar atrás e dizer que vai sim convocar só os melhores. Como atestar o critério?", diz o advogado.
As primeiras convocações saem
em meados do ano que vem.
Na apresentação do calendário
dos clubes, o presidente Gerasime
Bozikis, o Grego, afirmou que, se
uma estrela estivesse na liga, iria
lamentar a não-convocação.
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