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FUTEBOL NO MUNDO
Missão de paz
RODRIGO BUENO
A Fifa tem procurado passar a
impressão nos últimos anos de
que luta pela paz mundial.
Como tutora do futebol (modalidade tão popular que por
vezes supera diferenças militares, religiosas, étnicas e tantas
outras), tem atuado em todo o
planeta bancando ser uma entidade mais pacificadora até que
a própria ONU.
Agora, as atenções estão mais
voltadas para israelenses e palestinos. Mas há pouco eram os
países balcânicos, os africanos,
as colônias em busca da independência, as nações desprezadas pela ONU e por aí vai.
Mas os interesses são muitos.
O plano de expansão global do
futebol, iniciado por João Havelange, foi o estopim para esse
marketing da Fifa, que visa ampliar a multidão seguidora do
esporte, catequizada (e lucrativa) como em qualquer seita, e
firmar o futebol como o maior
fenômeno social do século.
Tal marketing foi muito bem
visto na partida entre EUA e Irã
na Copa da França, partida que
atraiu tanto que deve ter bis,
agora em caráter ""amistoso".
Casualmente ou não, temos
visto recentemente épicos confrontos nos campos, como o ótimo Croácia x Iugoslávia, pelas
eliminatórias da Euro-2000, ou
o nulo Etiópia x Eritréia, por um
torneio seletivo africano.
A valorização do fair play nas
competições da Fifa não pode
ser criticada, mas a benevolência que tem sido passada pela
entidade é, às vezes, hipócrita.
Por exemplo, a entidade sugeriu que a comunista e paupérrima Coréia do Norte abrigasse
também jogos da próxima Copa
do Mundo, na tentativa de reaproximá-la da vizinha do sul.
As aparições de novas federações e seleções, por mais inexpressivas que sejam, são vendidas como uma expansão da modalidade. Mas isso, na verdade,
representa mais votos e poder ao
presidente da Fifa.
No mundo do futebol, como
na política ou na religião, um
aperto de mão e um sorriso podem esconder outros objetivos.
Corte
A saída de Ronaldo da delegação brasileira da Austrália é
obra do Comitê de Jogadores
da Fifa, que contabilizou seis
amistosos do atacante no ano
(incluiu os dois em que ele foi
chamado e não jogou).
Salvação
Não foi só o Brasileiro que sobreviveu. A Copa Mercosul foi
salva com a eliminação de Palmeiras e Flamengo do torneio
nacional. Os dois jogam pelas
semifinais da Mercosul até 9 de
dezembro e, se fizerem três jogos nas finais, atuam no dia 29.
Punição
A fama da Uefa de rigorosa é
justa. Desde outubro, 12 equipes foram multadas na Europa
por má conduta de torcedores,
47 por mau comportamento
do time, 26 por arremesso de
objetos no campo e 4 por ferir
regulamentos da entidade.
Além disso, 17 atletas e um técnico receberam punições.
E-mail rbueno@folhasp.com.br
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