São Paulo, Domingo, 14 de Novembro de 1999
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FUTEBOL
Atlético-MG e Cruzeiro iniciam disputa por vaga na semifinal do Brasileiro e supremacia no Estado
Minas decide o melhor da temporada

CARLOS HENRIQUE SANTIAGO
da Agência Folha,

em Belo Horizonte


A série de jogos das quartas-de-final entre Cruzeiro e Atlético-MG começa hoje em Belo Horizonte, no estádio do Mineirão, em clima de decisão estadual.
Além de representar a classificação para a próxima etapa do Campeonato Brasileiro-99, os jogos significam a afirmação da equipe vencedora como a melhor do futebol mineiro neste ano.
Para a torcida do Cruzeiro, as quartas-de-final valem como revanche sobre o eterno rival, que conquistou o Campeonato Mineiro de 1999.
Para os atleticanos, desclassificar o Cruzeiro, um dos favoritos para o título do Brasileiro-99, é quase tão importante quanto ser campeão novamente.
"Só o Atlético tirar o Cruzeiro já vai ser uma vitória. Nós não temos um grande time, mas, se tivermos raça, dá para chegar à final", afirmou o torcedor Marcelo Júnior, 22, da torcida organizada Galoucura.
O clima esquentou mais ainda após a definição dos times classificados, quando o presidente do Conselho Deliberativo do Atlético-MG, Alexandre Kalil, afirmou que o Cruzeiro era o adversário preferido pela diretoria do clube, lembrando que, no Campeonato Mineiro deste ano, o rival precisava do empate para ir à final, mas acabou perdendo.
O técnico do Cruzeiro, Levir Culpi, não gostou da provocação de Kalil. "Ele passou do limite. Essa vai ser uma situação diferente. Ele pode ter certeza. Nós continuamos com a vantagem, e jogar por três empates é uma vantagem muito grande para um clássico", declarou o treinador, que no ano passado levou o time ao vice-campeonato do Nacional.
O Cruzeiro, segundo colocado na primeira fase do Brasileiro-99, tem a vantagem sobre o Atlético-MG, sétimo colocado, só no caso de haver o terceiro jogo das quartas-de-final.
Se um dos times vencer os dois primeiros jogos, hoje e domingo que vem, ele estará automaticamente classificado para as semifinais. Qualquer outra combinação de resultados provoca a realização do terceiro jogo.
Ao final da série com três jogos, o time que tiver pelo menos cinco pontos passa para a fase seguinte. Se as duas equipes continuarem empatadas em número de pontos e saldo de gols, o Cruzeiro estará classificado.
O número de confrontos entre Atlético-MG e Cruzeiro, este ano, pode chegar a nove, se houver necessidade do terceiro jogo das quartas-de-final, no próximo dia 24 de novembro.
Nesse caso, a média de partidas entre os dois maiores times de Minas chegaria a uma por mês, desde março, quando eles disputaram a primeira edição da Copa dos Campeões Mineiros, competição incorporada, este ano, ao calendário do futebol no Estado.
O último ano em que os dois times se encontraram pelo menos nove vezes foi 1985, quando 11 clássicos foram realizados.
Se a classificação para as semifinais ficar definida já no segundo jogo, o número de clássicos, oito, se igualará ao de 1987.
O Cruzeiro leva vantagem sobre o rival nos seis jogos já disputados este ano: venceu quatro, um deles na primeira fase do Brasileiro-99, e empatou um.
Sua única derrota, porém, garantiu ao Atlético-MG a classificação para a final do Campeonato Mineiro, na qual venceu o América-MG e se sagrou campeão estadual.
O técnico Culpi evita falar em vitória por antecipação. "Esse prognóstico não dá para fazer. O Atlético jogava pelo empate na Copa dos Campeões, e nós vencemos por cinco gols de diferença. Depois, nós jogamos pelo empate no campeonato estadual, e o Atlético venceu por 2 a 0."
O técnico atleticano, Humberto Ramos, aposta no momento psicológico de seu time, que se classificou ao vencer o Grêmio por 2 a 0 na última rodada.
"Com a vitória, a motivação dos jogadores cresceu muito, mas vai ser uma parada difícil, porque, contra o Cruzeiro, existe sempre a rivalidade", afirmou.



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