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FUTEBOL
Atlético-MG e Cruzeiro iniciam disputa por vaga na semifinal do Brasileiro e supremacia no Estado
Minas decide o melhor da temporada
CARLOS HENRIQUE SANTIAGO
da Agência Folha,
em Belo Horizonte
A série de jogos das quartas-de-final entre Cruzeiro e Atlético-MG começa hoje em Belo Horizonte, no estádio do Mineirão,
em clima de decisão estadual.
Além de representar a classificação para a próxima etapa do
Campeonato Brasileiro-99, os jogos significam a afirmação da
equipe vencedora como a melhor
do futebol mineiro neste ano.
Para a torcida do Cruzeiro, as
quartas-de-final valem como revanche sobre o eterno rival, que
conquistou o Campeonato Mineiro de 1999.
Para os atleticanos, desclassificar o Cruzeiro, um dos favoritos
para o título do Brasileiro-99, é
quase tão importante quanto ser
campeão novamente.
"Só o Atlético tirar o Cruzeiro já
vai ser uma vitória. Nós não temos um grande time, mas, se tivermos raça, dá para chegar à final", afirmou o torcedor Marcelo
Júnior, 22, da torcida organizada
Galoucura.
O clima esquentou mais ainda
após a definição dos times classificados, quando o presidente do
Conselho Deliberativo do Atlético-MG, Alexandre Kalil, afirmou
que o Cruzeiro era o adversário
preferido pela diretoria do clube,
lembrando que, no Campeonato
Mineiro deste ano, o rival precisava do empate para ir à final,
mas acabou perdendo.
O técnico do Cruzeiro, Levir
Culpi, não gostou da provocação
de Kalil. "Ele passou do limite. Essa vai ser uma situação diferente.
Ele pode ter certeza. Nós continuamos com a vantagem, e jogar
por três empates é uma vantagem
muito grande para um clássico",
declarou o treinador, que no ano
passado levou o time ao vice-campeonato do Nacional.
O Cruzeiro, segundo colocado
na primeira fase do Brasileiro-99,
tem a vantagem sobre o Atlético-MG, sétimo colocado, só no caso
de haver o terceiro jogo das quartas-de-final.
Se um dos times vencer os dois
primeiros jogos, hoje e domingo
que vem, ele estará automaticamente classificado para as semifinais. Qualquer outra combinação
de resultados provoca a realização do terceiro jogo.
Ao final da série com três jogos,
o time que tiver pelo menos cinco
pontos passa para a fase seguinte.
Se as duas equipes continuarem
empatadas em número de pontos
e saldo de gols, o Cruzeiro estará
classificado.
O número de confrontos entre
Atlético-MG e Cruzeiro, este ano,
pode chegar a nove, se houver necessidade do terceiro jogo das
quartas-de-final, no próximo dia
24 de novembro.
Nesse caso, a média de partidas
entre os dois maiores times de
Minas chegaria a uma por mês,
desde março, quando eles disputaram a primeira edição da Copa
dos Campeões Mineiros, competição incorporada, este ano, ao
calendário do futebol no Estado.
O último ano em que os dois times se encontraram pelo menos
nove vezes foi 1985, quando 11
clássicos foram realizados.
Se a classificação para as semifinais ficar definida já no segundo
jogo, o número de clássicos, oito,
se igualará ao de 1987.
O Cruzeiro leva vantagem sobre o rival nos seis jogos já disputados este ano: venceu quatro,
um deles na primeira fase do Brasileiro-99, e empatou um.
Sua única derrota, porém, garantiu ao Atlético-MG a classificação para a final do Campeonato Mineiro, na qual venceu o
América-MG e se sagrou campeão estadual.
O técnico Culpi evita falar em
vitória por antecipação. "Esse
prognóstico não dá para fazer. O
Atlético jogava pelo empate na
Copa dos Campeões, e nós vencemos por cinco gols de diferença.
Depois, nós jogamos pelo empate
no campeonato estadual, e o
Atlético venceu por 2 a 0."
O técnico atleticano, Humberto
Ramos, aposta no momento psicológico de seu time, que se classificou ao vencer o Grêmio por 2 a
0 na última rodada.
"Com a vitória, a motivação dos
jogadores cresceu muito, mas vai
ser uma parada difícil, porque,
contra o Cruzeiro, existe sempre
a rivalidade", afirmou.
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