|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
VÔLEI
Partida pode definir vaga nos Jogos de Sydney
Enxuto, Brasil pega "muralha" russa
MARCILIO KIMURA
enviado especial a Nagoya
Uma seleção brasileira enxuta e
defensivista entra em quadra na
madrugada de amanhã, à 1h30
(de Brasília), contra a Rússia em
Nagoya (Japão), pela Copa do
Mundo feminina de vôlei.
A partida pode definir a classificação da seleção brasileira para os
Jogos Olímpicos de Sydney. Na
madrugada de hoje, a equipe enfrentaria a Itália. Até então, ocupava a terceira colocação do evento -que qualifica os três primeiros colocados para a Olimpíada.
A equipe chega à última etapa
da Copa do Mundo como a que
menos pontos sofreu (até o jogo
com a Itália). Foram 498 pontos
em 26 sets -é também o time
que menos sets disputou. Menos
até que as líderes Rússia (517 pontos, em 27 sets) e Cuba (542, em 28
sets), que, em contrapartida, cederam menos sets do que o Brasil.
""Com o novo sistema de pontos
corridos, qualquer erro é fundamental. Todos os times agora
buscam evitar erros", disse o técnico Bernardinho.
Porém são as russas quem sofreram, em média, menos pontos
por set (19,14). O Brasil era o segundo (19,15 pontos por set).
A equipe brasileira era a segunda que menos tempo permaneceu
em quadra. Nos oito primeiros jogos, foram nove horas e 16 minutos. Atrás só da lanterna Tunísia,
que atuou sete horas e 17 minutos.
Japão era o que mais se desgastou até ontem (12 horas e 57 minutos). A Rússia teve nove horas e
36 minutos de jogo.
""Mas o desgaste acaba sendo
praticamente igual para todos.
Temos jogadoras baixas, como a
Fofão (1,73 m ) e a Leila (1,79 m ),
que, por isso, são mais exigidas do
que as russas porque têm que saltar mais", diz o treinador.
Diferindo da característica do
vôlei brasileiro, a equipe na Copa
tem se destacado pela defesa.
Além de sofrer poucos pontos,
tem duas atletas entre as dez melhores bloqueadoras -Janina,
quinta, e Karin, nona. Na defesa,
Ricarda é a sexta. E Virna é a terceira melhor passadora.
""Nossa seleção é mais experiente (é a mais velha da competição.
O time titular tem média de 28,5
anos. A Rússia tem média de 22 ).
A equipe mudou, usa mais a malícia e conseguiu evoluir nos pontos em que sempre foi deficiente",
analisa a atacante Leila.
Para enfrentar a seleção mais alta do torneio (o time titular russo
tem média de 1,88 m, cerca de 5
cm mais alto do que o brasileiro),
Bernardinho quer explorar a defesa rival, único quesito em que as
rivais não figuram entre as dez
primeiras desse ranking.
""O passe tem que chegar bem à
(levantadora) Fofão, para podermos utilizar as jogadas rápidas e
diluir o bloqueio da Rússia."
Mas se o Brasil vai bem na defesa, no ataque está a maior deficiência. Nenhuma jogadora está
entre as dez melhores pontuadoras e atacantes. Em 12º lugar, Virna anotou 103 pontos.
No aproveitamento de ataque, a
situação é ainda pior. A canhota
Leila é a brasileira mais bem colocada, com 44,22% de acerto.
Já a Rússia tem nesse quesito
três jogadoras entre as dez melhores. Sendo que Chachkova é a líder, com 63,41%, e Tichetchenko,
a terceira, com 57,72%.
Texto Anterior: Blatter passa virada do ano no Brasil Próximo Texto: Técnico reclama de sistema do torneio Índice
|