São Paulo, Domingo, 14 de Novembro de 1999
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VÔLEI
Partida pode definir vaga nos Jogos de Sydney
Enxuto, Brasil pega "muralha" russa

MARCILIO KIMURA
enviado especial a Nagoya

Uma seleção brasileira enxuta e defensivista entra em quadra na madrugada de amanhã, à 1h30 (de Brasília), contra a Rússia em Nagoya (Japão), pela Copa do Mundo feminina de vôlei.
A partida pode definir a classificação da seleção brasileira para os Jogos Olímpicos de Sydney. Na madrugada de hoje, a equipe enfrentaria a Itália. Até então, ocupava a terceira colocação do evento -que qualifica os três primeiros colocados para a Olimpíada.
A equipe chega à última etapa da Copa do Mundo como a que menos pontos sofreu (até o jogo com a Itália). Foram 498 pontos em 26 sets -é também o time que menos sets disputou. Menos até que as líderes Rússia (517 pontos, em 27 sets) e Cuba (542, em 28 sets), que, em contrapartida, cederam menos sets do que o Brasil.
""Com o novo sistema de pontos corridos, qualquer erro é fundamental. Todos os times agora buscam evitar erros", disse o técnico Bernardinho.
Porém são as russas quem sofreram, em média, menos pontos por set (19,14). O Brasil era o segundo (19,15 pontos por set).
A equipe brasileira era a segunda que menos tempo permaneceu em quadra. Nos oito primeiros jogos, foram nove horas e 16 minutos. Atrás só da lanterna Tunísia, que atuou sete horas e 17 minutos.
Japão era o que mais se desgastou até ontem (12 horas e 57 minutos). A Rússia teve nove horas e 36 minutos de jogo.
""Mas o desgaste acaba sendo praticamente igual para todos. Temos jogadoras baixas, como a Fofão (1,73 m ) e a Leila (1,79 m ), que, por isso, são mais exigidas do que as russas porque têm que saltar mais", diz o treinador.
Diferindo da característica do vôlei brasileiro, a equipe na Copa tem se destacado pela defesa.
Além de sofrer poucos pontos, tem duas atletas entre as dez melhores bloqueadoras -Janina, quinta, e Karin, nona. Na defesa, Ricarda é a sexta. E Virna é a terceira melhor passadora.
""Nossa seleção é mais experiente (é a mais velha da competição. O time titular tem média de 28,5 anos. A Rússia tem média de 22 ). A equipe mudou, usa mais a malícia e conseguiu evoluir nos pontos em que sempre foi deficiente", analisa a atacante Leila.
Para enfrentar a seleção mais alta do torneio (o time titular russo tem média de 1,88 m, cerca de 5 cm mais alto do que o brasileiro), Bernardinho quer explorar a defesa rival, único quesito em que as rivais não figuram entre as dez primeiras desse ranking.
""O passe tem que chegar bem à (levantadora) Fofão, para podermos utilizar as jogadas rápidas e diluir o bloqueio da Rússia."
Mas se o Brasil vai bem na defesa, no ataque está a maior deficiência. Nenhuma jogadora está entre as dez melhores pontuadoras e atacantes. Em 12º lugar, Virna anotou 103 pontos.
No aproveitamento de ataque, a situação é ainda pior. A canhota Leila é a brasileira mais bem colocada, com 44,22% de acerto.
Já a Rússia tem nesse quesito três jogadoras entre as dez melhores. Sendo que Chachkova é a líder, com 63,41%, e Tichetchenko, a terceira, com 57,72%.


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