São Paulo, Domingo, 14 de Novembro de 1999
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Britânico quer continuar missão do ex-campeão Muhammad Ali

do enviado a Mar del Plata

Em sua missão de espalhar a crença em Alá e devolver o glamour ao boxe, dando continuidade à tarefa do ex-campeão dos pesados Muhammad Ali, Naseem Hamed vem conquistando a atenção do mundo artístico.
O popstar Michael Jackson visitou uma academia especialmente para acompanhar a preparação de Hamed para sua estréia nos EUA, em 1997.
Para o pugilista, a atração que exerce sobre a classe artística é causada pelo fato de ser um representante, nos ringues, de atores, popstars e rappers.
Hamed, cuja mulher, Elisha, está grávida do segundo filho do casal, respondeu às questões da Folha formuladas durante a convenção da OMB, realizada em Mar del Plata, na Argentina, há duas semanas. (EO)

Folha - Como você explica o fato de pessoas que normalmente não acompanham o boxe e até artistas mundialmente famosos torcerem por você?
Naseem Hamed -
Sou diferente de qualquer outro lutador. No ringue represento os artistas, trago coisas que outros lutadores não trazem: drama, música, expectativa, emoção e glamour.

Folha - E qual a origem disso?
Hamed -
Isso não vem de mim, de minha pegada ou de minha força. Nenhum ser humano normal poderia fazer o que eu faço. Não estou contando vantagem, é que Alá está me usando para realizar isso. É Alá que guia meus passos, é Alá quem me dá forças. Não creio que poderia estar fazendo isso por mim mesmo. Nossa religião foi a última a chegar ao homem e também é a mais poderosa, assim como o nosso profeta Maomé, que o nome dele seja louvado.

Folha - E qual seria o interesse de Alá em ajudar um boxeador?
Hamed -
Estou espalhando a crença em Alá. Tudo o que faço é mostrar às pessoas que trabalho para Ele. Meu objetivo é me tornar uma lenda, assim como Muhammad Ali (ex-tricampeão dos pesados, que se converteu à religião muçulmana).

Folha - Você está dizendo que acredita ser um novo Ali?
Hamed -
Não. Ali está em um patamar próprio, sozinho no topo. Ele é um embaixador não apenas do boxe, mas de todo o esporte. Aliás, foi justamente por ser seu fã que resolvi lutar pelo título do Conselho Mundial, o mesmo conquistado por ele. Quando Ali se aposentou, o boxe perdeu o glamour, a impetuosidade. Agora, tento trazer isso de volta. Entre milhões, existe só um Muhammad Ali. Assim como existe apenas um Naseem Hamed.


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