São Paulo, quarta-feira, 14 de novembro de 2001

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Roseana diz que jogo não afetará pré-candidatura

DOS ENVIADOS A SÃO LUÍS

A governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PFL), condenou a ligação entre esporte e política e afirmou que a realização da partida de hoje à noite em São Luís não terá influência "nenhuma" em sua pré-candidatura à Presidência.
Em entrevista exclusiva à Folha, concedida ontem à tarde no Palácio dos Leões, residência do Governo do Estado, ela não quis falar sobre eleições.
Ao final da entrevista, porém, informada de que, caso o Brasil seja campeão mundial, São Luís poderia ser a primeira cidade visitada pela seleção, tradição da CBF, Roseana ouviu de um assessor: "Será uma boa época para os campeões desembarcarem aqui".
A governadora, que ascendeu ao segundo lugar nas pesquisas na semana passada, sorriu. A Copa termina em junho. As eleições serão em outubro.
"Esporte não combina com política. Não tem nada a ver, você não pode confundir. Eu nunca fiz isso", disse Roseana, 48, que estará hoje no Castelão.
"Nunca utilizei nenhuma partida de futebol, nenhuma festa popular, politicamente. Time de futebol, baile de Carnaval, essas coisas, você não pode misturar com política.
A escolha do local do jogo, porém, foi fruto de uma barganha no Congresso. O resultado de hoje pode definir o futuro da CPI do Futebol, no Senado, em que o presidente da CBF é investigado. O partido da governadora, o PFL, será decisivo na votação do relatório final.
Teixeira é amigo do irmão de Roseana, Fernando Sarney, diretor da CBF e articulador político do jogo em São Luís.
E o governo maranhense, em que pese as declarações da governadora, trabalha para capitalizar em cima da seleção.
A própria governadora admitiu que seu governo terá dividendos financeiros com a passagem da seleção. "Isso tudo faz parte do nosso programa de turismo. Os hotéis e os vôos estão todos lotados."
"Isso não é um investimento para a seleção. É para o Estado", declarou, sobre os R$ 200 mil gastos para reformar o Castelão. Ela disse que os investimentos no complexo do estádio, incluindo um ginásio, chegaram a R$ 1 milhão.
O jogo da seleção em São Luís atendeu a um pedido pessoal de Roseana, que justificou: "Pedi que nós nos habilitássemos já que temos um estádio bom e uma época boa, porque não chove. Ao mesmo tempo, divulgaria o Maranhão".
A governadora também evitou falar das CPIs sobre futebol. "Isso é do fórum do Legislativo, eu sou do Executivo. Não é bom dar opiniões porque não acompanhei de perto."
Será o segundo jogo da seleção que Roseana assistirá em São Luís -ela foi ao amistoso contra Portugal que inaugurou o Castelão, em 1982.
Em 1998, já governadora, não pôde acompanhar ao vivo o empate (1 a 1) com a Iugoslávia. Estava numa UTI se recuperando de uma cirurgia.
Torcedora do Flamengo e do Sampaio Corrêa, Roseana disse que gostaria de ver Denílson desde o início do jogo.
"Gosto daquele que entra sempre no segundo tempo... O Denílson. Ele poderia entrar já no começo, para tã, tã, tã", disse, fazendo gestos de dribles.
Antes, já havia pedido Romário, mas Scolari disse que ela deveria se ater só à política.
"Acho que o Felipão está certo. Ele não vai se meter no meu governo, e eu não me meto no futebol dele", afirmou Roseana, que deu o seu palpite: Brasil 4 a 0. (FV, JAB e SR)


Texto Anterior: Governo abre exceção e libera energia
Próximo Texto: "Vôo da alegria" custa mais de R$ 60 mil
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.