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Roseana diz que
jogo não afetará
pré-candidatura
DOS ENVIADOS A SÃO LUÍS
A governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PFL),
condenou a ligação entre esporte e política e afirmou que a
realização da partida de hoje à
noite em São Luís não terá influência "nenhuma" em sua
pré-candidatura à Presidência.
Em entrevista exclusiva à Folha, concedida ontem à tarde
no Palácio dos Leões, residência do Governo do Estado, ela
não quis falar sobre eleições.
Ao final da entrevista, porém,
informada de que, caso o Brasil
seja campeão mundial, São
Luís poderia ser a primeira cidade visitada pela seleção, tradição da CBF, Roseana ouviu
de um assessor: "Será uma boa
época para os campeões desembarcarem aqui".
A governadora, que ascendeu ao segundo lugar nas pesquisas na semana passada, sorriu. A Copa termina em junho.
As eleições serão em outubro.
"Esporte não combina com
política. Não tem nada a ver,
você não pode confundir. Eu
nunca fiz isso", disse Roseana,
48, que estará hoje no Castelão.
"Nunca utilizei nenhuma
partida de futebol, nenhuma
festa popular, politicamente.
Time de futebol, baile de Carnaval, essas coisas, você não
pode misturar com política.
A escolha do local do jogo,
porém, foi fruto de uma barganha no Congresso. O resultado
de hoje pode definir o futuro da
CPI do Futebol, no Senado, em
que o presidente da CBF é investigado. O partido da governadora, o PFL, será decisivo na
votação do relatório final.
Teixeira é amigo do irmão de
Roseana, Fernando Sarney, diretor da CBF e articulador político do jogo em São Luís.
E o governo maranhense, em
que pese as declarações da governadora, trabalha para capitalizar em cima da seleção.
A própria governadora admitiu que seu governo terá dividendos financeiros com a
passagem da seleção. "Isso tudo faz parte do nosso programa de turismo. Os hotéis e os
vôos estão todos lotados."
"Isso não é um investimento
para a seleção. É para o Estado", declarou, sobre os R$ 200
mil gastos para reformar o Castelão. Ela disse que os investimentos no complexo do estádio, incluindo um ginásio, chegaram a R$ 1 milhão.
O jogo da seleção em São Luís
atendeu a um pedido pessoal
de Roseana, que justificou:
"Pedi que nós nos habilitássemos já que temos um estádio
bom e uma época boa, porque
não chove. Ao mesmo tempo,
divulgaria o Maranhão".
A governadora também evitou falar das CPIs sobre futebol. "Isso é do fórum do Legislativo, eu sou do Executivo.
Não é bom dar opiniões porque não acompanhei de perto."
Será o segundo jogo da seleção que Roseana assistirá em
São Luís -ela foi ao amistoso
contra Portugal que inaugurou
o Castelão, em 1982.
Em 1998, já governadora, não
pôde acompanhar ao vivo o
empate (1 a 1) com a Iugoslávia.
Estava numa UTI se recuperando de uma cirurgia.
Torcedora do Flamengo e do
Sampaio Corrêa, Roseana disse
que gostaria de ver Denílson
desde o início do jogo.
"Gosto daquele que entra
sempre no segundo tempo... O
Denílson. Ele poderia entrar já
no começo, para tã, tã, tã", disse, fazendo gestos de dribles.
Antes, já havia pedido Romário, mas Scolari disse que ela
deveria se ater só à política.
"Acho que o Felipão está certo. Ele não vai se meter no meu
governo, e eu não me meto no
futebol dele", afirmou Roseana, que deu o seu palpite: Brasil
4 a 0.
(FV, JAB e SR)
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