São Paulo, quarta-feira, 14 de novembro de 2001

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"Vôo da alegria" custa mais de R$ 60 mil

DOS ENVIADOS A SÃO LUÍS

O "congraçamento" de dirigentes promovido pela CBF em São Luís vai custar pelo menos R$ 66 mil para a confederação, segundo levantamento feito pela Folha.
A entidade que comanda o futebol brasileiro convidou todos os presidentes de federações estaduais -26, sem incluir o do Maranhão- para assistir ao jogo.
A reunião, conforme definiu o diretor do departamento técnico da CBF, Virgílio Elíseo Costa, será "um congraçamento para que o Brasil se classifique" ao Mundial.
Só em passagens aéreas, a CBF gastará R$ 38.745, soma do preço de bilhetes ida e volta das 26 cidades a São Luís, na classe econômica da Varig, sem a taxa de embarque. Os valores foram fornecidos por uma operadora de turismo.
Uma diária no hotel Vila Rica, no centro histórico da cidade, onde está hospedada a maioria dos dirigentes, custa R$ 199. Como a maior parte dos convidados chegou anteontem, serão três diárias.
De hotel, portanto, a CBF gastará mais R$ 15.522 somente com os presidentes de federações.
Embora a entidade tenha alertado que não seria possível levar acompanhantes, pois só bancaria as despesas dos cartolas, alguns deles estão com suas mulheres.
Além de passagem e hospedagem, o levantamento incluiu uma diária de R$ 200 por dirigente, para despesas de alimentação e transporte por três dias, o que totalizaria mais R$ 11.700.
Mas os presidentes de federações representam apenas uma parcela do "vôo da alegria".
Além deles, outros cartolas, como os vice-presidentes regionais da entidade, além de parentes, amigos e assessores dos homens que comandam a federação foram incluídos no pacote.
Embora não contabilizadas no levantamento da Folha, pelo menos duas vans de uma empresa maranhense de turismo estão à disposição dos convidados para passeios e locomoção na cidade.
Só no Vila Rica, onde estão hospedados os dirigentes de federações, a operadora que trabalha para a CBF reservou "pelo menos 50 quartos", segundo informou um funcionário do hotel.
Estão em São Luís, por exemplo, o motorista e o secretário particular de Ricardo Teixeira, presidente da CBF, embora o próprio dirigente não esteja na cidade -licenciado do cargo por problemas cardíacos, está nos EUA.
Um filho de Teixeira também está na cidade para o jogo.
Mas a "entourage" é mais ampla. O chefe de segurança da seleção, coronel Castelo Branco, possuiu uma "rede de coronéis" que presta serviço à entidade.
Em São Luís, há um deles, o coronel Amauri Faia, que só acompanha a delegação da Venezuela.
O próprio Castelo Branco, maior responsável por afastar a seleção do público nas cidades onde o time joga, está na capital maranhense chefiando a operação. A convite da CBF, ao menos mais dois integrantes do seu grupo irão no estádio. (FV, JAB e SR)


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