São Paulo, quinta-feira, 14 de novembro de 2002

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AÇÃO

Muitas novidades

CARLOS SARLI
COLUNISTA DA FOLHA

Acompanhei de perto as pretensiosas reuniões que deram origem à Associação Brasileira de Surfe Profissional e ao Circuito Brasileiro de surfe.
No então imponente prédio da Ocean Pacific, localizado em São Paulo, reuniam-se surfistas-empresários, surfistas-jornalistas e surfistas-organizadores.
Foi dali que, em 1986, cinco das principais marcas de surfwear do país resolveram se juntar para viabilizar a primeira edição do circuito. O que há 16 anos esses surfistas empreendedores pretendiam -mas, acredito, não imaginavam- é que o Brasileiro de surfe profissional seria um dia organizado por uma das maiores empresas de comunicação do país, a Abril, e patrocinado por uma das maiores montadoras do mundo, a Volkswagen.
Não imaginavam também que teria uma competição tão acirrada e uma final tão emocionante quanto foi a sexta e decisiva etapa do SuperSurf, realizada na Prainha, no Rio de Janeiro, de quarta até o último domingo.
Com ondas grandes e/ou boas durante toda a competição e com o incrível cenário da Prainha (a única praia numa grande cidade que conheço e que, graças à ação dos surfistas, segue preservada) para ajudar, a prova definiu o campeão brasileiro de 2002 em grande estilo.
Quando o campeonato teve início, 20 dos 46 competidores regulares do circuito tinham condições de chegar ao título, à medida que as baterias evoluíam, diminuía o volume de pretendentes, mas, entre os remanescentes, aumentava a proporção.
Nas semifinais, todos os quatro competidores eram candidatos ao título da temporada. Aquele que vencesse a prova sairia da Prainha como campeão brasileiro, R$ 25 mil e uma pick-up Saveiro.
Entre eles, só Peterson Rosa já experimentara o prazer dessa vitória, aliás por três vezes, e passou sem dificuldades por Eric Miyakawa, que perdeu a oportunidade de vencer a bateria logo no início, em duas ondas nas quais falhou.
Na outra semi, com Marcelo Trekinho e Leonardo Neves, os cariocas tinham garantido um representante na final. Trekinho, apesar da torcida local, parece ter sentido o peso da disputa: não se achou na água e ficou mais fácil para Léo.
Para evitar o tetra do experiente Rosa, Léo se afastou dele na água, evitando o risco da marcação e do uso da prioridade. Deu certo, no meio da bateria de 30 minutos o carioca pegou um longo tubo que recebeu nota 10 dos juízes e virou a decisão. Administrou o resultado até o final e merecidamente entrou para a galeria de campeões, agora com 11 nomes, em 16 edições do Brasileiro.
No feminino, Andréa Lopes já havia conquistado o título e também uma Saveiro na etapa anterior. Silvana Lima, do Ceará, competindo como convidada, foi a surpresa da etapa. Disputou a final com Jacqueline Silva, uma das duas representantes brasileiras no Mundial, e só perdeu a bateria nos últimos segundos.
Durante a etapa, uma reunião decidiu pelo aumento do número de competidores dos 48 atuais para 80, com a volta dos Top 16 e dos Back 14. Em outra reunião, houve a eleição da diretoria da Abrasp para o próximo biênio com a vitória da situação e Pedro Muller na presidência. Nas duas, as acirradas discussões e os difíceis acordos em nada lembravam o consenso que reinava nas reuniões na OP.

Ferrugem lubrificado
Rodil Ferrugem venceu a decisiva etapa do Mundial de skate, WCS, em São Paulo, e ficou com o título de street. No vertical, o norte-americano Andy Mac Donald já havia assegurado o título.

Reality Show
A Roxy/Quiksilver e a MTV Americana estão à procura de oito meninas surfistas amadoras entre 18 e 24 anos que topem viajar o mundo competindo entre si para a produção de um programa.

Veículo nova de graça
Com 120 páginas, estreou o jornal de surfe e skate "Nuts".

EMA
Alexandre Freitas, responsável pelo circuito de corridas de aventura, continua internado na Austrália acometido por uma bactéria contraída durante sua participação no Eco-Challenge.

E-mail sarli@revistatrip.com.br



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