São Paulo, quinta-feira, 14 de novembro de 2002

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FUTEBOL

Feliz 2003?

SONINHA
COLUNISTA DA FOLHA

Adorei o Brasileiro deste ano, com a disputa acalorada por uma vaga entre os oito primeiros e a luta desesperada por um lugarzinho acima dos quatro últimos. A duas rodadas do final, ainda havia oito times tentando passar para a segunda fase e onze tentando não cair. Entre uma ponta e outra, histórias dramáticas como a recuperação fantástica do Grêmio e do Goiás e a aflição de Palmeiras, Fla e Botafogo.
Dezenas de gols bonitos foram marcados por jogadores de todas as cores, idades e procedências. E de todas as posições -meias e atacantes, laterais e volantes, zagueiros e goleiros. Rodrigo Fabri, Luis Fabiano, Ramon, Liédson, Romário, Mancini, Aráujo, Márcio, Reinaldo, Jóbson, Aristizábal, Adhemar, Nonato, Deivid, Lima, Diego, Cláudio Pitbull, Robinho, Alberto, Kaká, Thiago Gentil, Evair, Claudecir, Dagoberto, Paulinho, Ricardo Oliveira, Gil, Martinez, Caíco, Valdir, Basílio, Jabá... Todos esses e muitos mais deixaram suas marcas em 2002 -mesmo que seja um gol só, como a bela jogada do Nádson, do Vitória, na 14ª rodada, roubando dois pontos do Azulão aos 47min do segundo tempo!
Um DVD com a história do campeonato e suas imagens mais marcantes seria um documento espetacular. Precisaria vir em dois ou três volumes...
Com o fim da temporada se aproximando, muitos começam a temer que, em comparação com a empolgação deste ano, os oito meses do campeonato do ano que vem sejam enfadonhos, principalmente se ele for disputado em pontos corridos.
De fato, se o único objetivo do Brasileirão for o título ou o vice-campeonato, a disputa perde muito da graça. A uma certa altura, boa parte dos participantes fica fora do páreo. É importante que haja outros estímulos -por exemplo, que os três primeiros fiquem com a vaga da Libertadores e os três ou quatro seguintes possam disputar a Pan-Americana.
Se a fórmula for mantida por vários anos, a Pan vai ganhar prestígio. E, se pagar bons prêmios e tiver bons times, ela será interessante desde o começo -os times brasileiros adoravam disputar a Mercosul, e os torcedores adoravam assistir Flamengo x San Lorenzo, Vasco x Boca Juniors, Palmeiras x River Plate.
Se não houver essa possibilidade, muitos jogos só terão interesse para os dois times em campo, e olhe lá -um confronto entre o 14º e o 17º no final do turno só vai ter graça se envolver alguma rivalidade direta... Já em um campeonato apertado como este, todos os jogos interessam a todo mundo.
Mas não é sempre que um campeonato é agitado assim. Haveria tanta atenção e expectativa em torno do rebaixamento se só Gama, Paysandu, Paraná e Figueirense estivessem se esfolando lá embaixo? É claro que não! Os rivais diretos poderiam estar contando piadinhas sobre segunda divisão, mas elas não estariam em destaque nos jornais e nas correntes de e-mail. A graça é torcer ou secar os grandes... É dizer que o Palmeiras, como o Guga, não sabe jogar na grama... (brincadeira, avaiense querido...) Dizer que a Série B vai ser no Maracanã...
Além disso, só dois times costumam ser rebaixáveis, não quatro. Se o campeonato tiver um tamanho razoável, não há por que derrubar tantos. A menos que subam quatro, o que é uma loucura (mas pode ser uma mãozinha para um grande que caia neste ano...).
Ops, acho que eu não devia ter dado essa idéia.

Café-com-leite
O Corinthians jogou no domingo em banho-maria, enquanto cozinhava os miolos dos jogadores e dos torcedores no calor absurdo das três da tarde. Só se esforçou para cavar cartões. Não são só os pontos corridos que mixam o interesse no campeonato...

Câmbio
Kléber Leite informa que, a despeito da contestação dos números, a dívida do Fla em 98 foi auditada em reais, não dólares. Tudo bem que o câmbio então era de R$ 1,20 para US$ 1 (a diferença não era sombra do que é hoje), mas, mesmo assim, eu errei.

Vai rolar a festa?
André Rizek, na "Placar", lembrou bem: se era para ser uma homenagem, a CBF podia reunir craques campeões pela seleção. Já pensou, um mistão 94 x 2002? Mas vamos à Coréia, podendo até perder.

E-mail
soninha.folha@uol.com.br



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