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FUTEBOL
Feliz 2003?
SONINHA
COLUNISTA DA FOLHA
Adorei o Brasileiro deste
ano, com a disputa acalorada por uma vaga entre os oito primeiros e a luta desesperada por
um lugarzinho acima dos quatro
últimos. A duas rodadas do final,
ainda havia oito times tentando
passar para a segunda fase e onze
tentando não cair. Entre uma
ponta e outra, histórias dramáticas como a recuperação fantástica do Grêmio e do Goiás e a aflição de Palmeiras, Fla e Botafogo.
Dezenas de gols bonitos foram
marcados por jogadores de todas
as cores, idades e procedências. E
de todas as posições -meias e
atacantes, laterais e volantes, zagueiros e goleiros. Rodrigo Fabri,
Luis Fabiano, Ramon, Liédson,
Romário, Mancini, Aráujo, Márcio, Reinaldo, Jóbson, Aristizábal,
Adhemar, Nonato, Deivid, Lima,
Diego, Cláudio Pitbull, Robinho,
Alberto, Kaká, Thiago Gentil,
Evair, Claudecir, Dagoberto, Paulinho, Ricardo Oliveira, Gil, Martinez, Caíco, Valdir, Basílio, Jabá... Todos esses e muitos mais
deixaram suas marcas em 2002
-mesmo que seja um gol só, como a bela jogada do Nádson, do
Vitória, na 14ª rodada, roubando
dois pontos do Azulão aos 47min
do segundo tempo!
Um DVD com a história do
campeonato e suas imagens mais
marcantes seria um documento
espetacular. Precisaria vir em
dois ou três volumes...
Com o fim da temporada se
aproximando, muitos começam a
temer que, em comparação com a
empolgação deste ano, os oito meses do campeonato do ano que
vem sejam enfadonhos, principalmente se ele for disputado em
pontos corridos.
De fato, se o único objetivo do
Brasileirão for o título ou o vice-campeonato, a disputa perde
muito da graça. A uma certa altura, boa parte dos participantes fica fora do páreo. É importante
que haja outros estímulos -por
exemplo, que os três primeiros fiquem com a vaga da Libertadores
e os três ou quatro seguintes possam disputar a Pan-Americana.
Se a fórmula for mantida por
vários anos, a Pan vai ganhar
prestígio. E, se pagar bons prêmios e tiver bons times, ela será
interessante desde o começo -os
times brasileiros adoravam disputar a Mercosul, e os torcedores
adoravam assistir Flamengo x
San Lorenzo, Vasco x Boca Juniors, Palmeiras x River Plate.
Se não houver essa possibilidade, muitos jogos só terão interesse
para os dois times em campo, e
olhe lá -um confronto entre o
14º e o 17º no final do turno só vai
ter graça se envolver alguma rivalidade direta... Já em um campeonato apertado como este, todos os
jogos interessam a todo mundo.
Mas não é sempre que um campeonato é agitado assim. Haveria
tanta atenção e expectativa em
torno do rebaixamento se só Gama, Paysandu, Paraná e Figueirense estivessem se esfolando lá
embaixo? É claro que não! Os rivais diretos poderiam estar contando piadinhas sobre segunda
divisão, mas elas não estariam
em destaque nos jornais e nas correntes de e-mail. A graça é torcer
ou secar os grandes... É dizer que
o Palmeiras, como o Guga, não
sabe jogar na grama... (brincadeira, avaiense querido...) Dizer que
a Série B vai ser no Maracanã...
Além disso, só dois times costumam ser rebaixáveis, não quatro.
Se o campeonato tiver um tamanho razoável, não há por que derrubar tantos. A menos que subam
quatro, o que é uma loucura (mas
pode ser uma mãozinha para um
grande que caia neste ano...).
Ops, acho que eu não devia ter
dado essa idéia.
Café-com-leite
O Corinthians jogou no domingo em banho-maria, enquanto cozinhava os miolos
dos jogadores e dos torcedores no calor absurdo das três
da tarde. Só se esforçou para
cavar cartões. Não são só os
pontos corridos que mixam o
interesse no campeonato...
Câmbio
Kléber Leite informa que, a
despeito da contestação dos
números, a dívida do Fla em
98 foi auditada em reais, não
dólares. Tudo bem que o
câmbio então era de R$ 1,20
para US$ 1 (a diferença não
era sombra do que é hoje),
mas, mesmo assim, eu errei.
Vai rolar a festa?
André Rizek, na "Placar",
lembrou bem: se era para ser
uma homenagem, a CBF podia reunir craques campeões
pela seleção. Já pensou, um
mistão 94 x 2002? Mas vamos
à Coréia, podendo até perder.
E-mail
soninha.folha@uol.com.br
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