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STOP & GO
Regras e exceções
JOSÉ HENRIQUE MARIANTE
Existem regras na F-1 que não
estão em nenhum manual. Estão
lá, em vigor, mas ninguém as
criou, ninguém as regula. E,
muitas vezes, poucos são os que
as percebem.
Uma dessas regras determina
como são escolhidos os campeões
em potencial, quem merecerá o
privilégio de lutar pelo título.
Claro, isso acontece apenas com
aquelas raras equipes que contam com a certeza, mesmo antes
dos testes do inverno europeu, de
que lutarão pelo título na temporada seguinte.
Foi o caso da McLaren, neste
ano. É o caso da McLaren também para o próximo. Seria plausível incluir a Ferrari, mas a presença de Schumacher, exceção,
como sempre, inviabiliza a aplicação dessa regra não escrita.
E, neste momento, a discussão
dentro da McLaren é exatamente essa: quem será o escolhido
para correr pelo título em 1999?
A resposta, pelas evidências colhidas nas duas últimas temporadas, é Coulthard.
O escocês, desde que assumiu a
vaga de Senna na Williams, está
sendo forjado para o cargo. Falta-lhe regularidade, falta-lhe estofo de campeão. Mas, como se
percebe pela lista recente de
campeões, tais qualidades podem ser anabolizadas com um
equipamento decente em mãos
-Villeneuve, por exemplo, mais
de uma vez reclamou de "um
monte de luzes piscando" em seu
painel, mas os Williams, quase
perfeitos, seguraram o tranco.
A opção pelo escocês se explica
por diversos motivos. Primeiro
por Hakkinen não merecer investimento superior ao realizado
neste ano. Fosse um verdadeiro
campeão, nem mesmo Coulthard teria coragem de reclamar
melhor tratamento.
Em segundo, dentro da lógica
do marketing, mas também do
esporte, é preferível um campeão
diferente a cada ano. As exceções
fazem por merecer. E Hakkinen,
convenhamos, é apenas regra.
Existe ainda um terceiro argumento, imbatível. A confusão
deste ano em Spa será melhor ingrediente em 1999.
NOTAS
Consolação
O ano não passou em branco
para os brasileiros da Indy. Gugelmin ganhou o prêmio de
melhor pintura de carro. A
exemplo de Boesel, merecedor
do título em 96 com o time da
Brahma. Mas a verdade é: o
Brasil interessa para a Indy não
pelo talento, mas pela força de
patrocínio. Já é alguma coisa.
Candidato
Boato diz que a Ford estuda
comprar um time na F-1 para
batizá-lo com a marca Jaguar.
O intuito seria enfrentar a Mercedes e a BMW a partir de 2000.
Como a Volkswagen queria fazer com sua Audi, planejamento, por enquanto, adiado.
Contra a maré
Outro boato diz que a Mercedes fica na F-1 só até 2002, período que seus executivos acreditariam ser suficiente para
derrubar as vendas da BMW. A
história não bate só por um detalhe: em 2002, provavelmente,
a fábrica bávara estará alcançando o auge com a Williams.
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