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FUTEBOL
Depois de equipe ser sensação do Nacional, diretoria vai lutar por mais dinheiro da televisão e dos patrocinadores
Revigorado, Santos fala grosso para 2003
Ormuzd Alves/Folha Imagem
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O técnico Leão brinca com o atacante Robinho após o penúltimo treino do Santos, ontem, em Jarinu, para a final contra o Corinthians |
FÁBIO SEIXAS
RICARDO PERRONE
ENVIADOS ESPECIAIS A JARINU
Com o Santos próximo de conquistar o título do Brasileiro, a diretoria do clube promete falar grosso no ano que vem quando o
assunto for dinheiro. Os dirigentes já se preparam para lutar no
Clube dos 13 por melhores cotas
de TV e também por contratos de
patrocínio mais rentáveis.
A diferença de tratamento dado
aos santistas nas divisões da receita gerada pelos direitos de transmissão é uma das questões que mais incomodam os diretores.
Neste ano, por exemplo, o clube
do litoral paulista ganhou menos
dinheiro da TV no Nacional do
que o grupo mais bem pago, formado por Vasco, Flamengo, Corinthians, São Paulo e o Palmeiras, que caiu para a Série B.
Segundo o diretor de futebol do
Santos, Francisco Lopes, o time
espera receber uma verba maior,
apesar de a Globo já ter definido
que irá pagar menos aos clubes.
"Até agora, sofremos um bloqueio nas negociações com a TV
aberta porque nosso time não
chegava às decisões. Até o Bahia
ganhou uma cota melhor que a
nossa neste ano. Agora temos um
maior poder de barganha para
mudar isso", declarou Lopes.
Neste ano, o Santos já tentou receber o mesmo que seus principais rivais, mas não conseguiu.
Lopes acredita que o clube será
tratado de outra maneira se quebrar o seu jejum de títulos. O último de relevância foi o do Paulista
de 1984, em cima do Corinthians.
Porém, mesmo se a equipe falhar e não triunfar no Nacional,
apesar de poder perder para o Corinthians, amanhã, por um gol de
diferença, os dirigentes acreditam
que estarão fortalecidos em 2003.
O principal trunfo é ter na equipe jovens revelações como Robinho, 18, e Diego, 17, que, segundo
a diretoria, não sairão do clube.
"Montamos um time praticamente com custo zero, alcançamos nossos objetivos e agora temos um grupo valorizado. Quem
não quer ver o Diego e o Robinho
jogando?", afirmou Lopes.
Teste
Já no começo do ano, os santistas irão testar o novo poder que
acreditam ter nas negociações
com a Bombril, sua atual patrocinadora, e com a Umbro, fornecedora dos uniformes do Santos. Os
contratos com as duas empresas
terminam no fim deste mês.
"Nossa campanha no Brasileiro
despertou os torcedores santistas
que estavam adormecidos. Isso
valoriza o time, pois gera mais
consumo, mais venda de camisa.
É um fato que tem de ser analisado agora", disse o dirigente.
As negociações com a Bombril
já começaram. Com seu novo status, o clube espera convencer o
patrocinador a se transformar em
parceiro, ajudando a bancar salários e a contratar jogadores. Pelo
acordo atual, a empresa paga R$
240 mil por mês ao Santos.
Ao mesmo tempo em que o time se valorizou e espera ter melhores receitas, os jogadores que
ficarão sem contrato em dezembro também se sentem fortalecidos e vão exigir salários melhores.
Nessa situação estão Alberto,
Maurinho, Léo e Robert.
O clube tem um teto salarial de
R$ 70 mil e pretende mantê-lo. Se
for preciso, dispensando atletas.
"Os jovens têm contratos longos.
Eles têm salários bons para quem
não foi campeão. Se forem, terão
de cumprir o que está no contrato
deles", disse Lopes.
Também deve ser dura a negociação para a renovação do compromisso de Emerson Leão, que
termina no próximo dia 31.
Os dirigentes se dizem agradecidos ao técnico pelo fato de ele ter
descartado contratações caras e
decidido trabalhar com um time
de garotos. "O Leão manteve os
nossos cofres fechados, mas ele
também tem de nos agradecer.
Resgatamos o Leão quando ele estava desempregado", declarou o
diretor de futebol santista.
Com ou sem o técnico, a fórmula de apostar em jovens será repetida. As revelações santistas acreditam que servirão de inspiração
até para os concorrentes.
"Não sei se somos os melhores,
mas serviremos de exemplo para
todos em 2003", avaliou Diego.
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