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FUTEBOL
Clube carioca temia as penalidades e escalou quatro atacantes para definir durante prorrogação
Desesperado, Vasco quis fugir de Dida
SÉRGIO RANGEL
MÁRIO MAGALHÃES
da Sucursal do Rio
O temor do Vasco
tinha sentido: diante do goleiro corintiano Dida, a equipe fracassou na sua
segunda disputa de
um título mundial de clubes.
Em 1998, perdera para o Real
Madrid (Espanha), em Tóquio,
no tempo normal.
Ontem, tentou dramaticamente
não ir para os pênaltis. Não conseguiu. O clube com nome inspirado no navegador português
Vasco da Gama novamente morreu na praia. E com Edmundo,
seu astro, chutando para fora o
pênalti decisivo.
Talvez nunca o medo de um goleiro especialista em pênaltis tenha influenciado tanto um treinador de futebol.
No segundo tempo da prorrogação, num gesto dramático, o
técnico Antônio Lopes fez uma
mudança que deixou o Vasco
com quatro atacantes em campo:
substituiu Ramón por Donizete.
Antes, na primeira etapa do tempo extraordinário, trocara Juninho por Viola.
Ou seja: em vez de dois meias
ofensivos e dois atacantes (Romário e Edmundo), ficou com quatro atacantes natos. Era o medo
do goleiro na hora do pênalti.
Durante todo o tempo normal e
a prorrogação, a dupla Romário-Edmundo teve imensas dificuldades. Com o corintiano Rincón posicionado mais defensivamente
do que de costume, formou-se
um paredão à frente da área que
dificultou a penetração vascaína.
Grudado quase todo o tempo
em Edmundo, Rincón estabeleceu com o atacante uma guerra de
nervos -e física. No primeiro
tempo, Rincón acertou um chute
fraco por trás, fracassou ao tentar
dar um "coice" e, aos 42 min, deu
uma entrada por trás em Edmundo que lhe valeu um amarelo.
Pouco antes, irritado com o corintiano, Romário entrou forte
numa dividida. Com o relacionamento "social" abalado, os dois
atacantes vascaínos confirmaram
estar reconciliados, pelo menos
em campo. Aos 36 min, Edmundo chutou de primeira uma bola
que, se tivesse sido passada para
Romário, deixaria o companheiro em melhor condição. Edmundo desculpou-se.
No segundo tempo, mesmo
com o Corinthians mais ofensivo,
Romário e Edmundo não conseguiam romper a barreira adversária. Aos 35 min, lançado atrás da
linha de zaga, Edmundo foi parado com a marcação de impedimento, contestado pelos vascaínos. Na prorrogação, levou um
cartão amarelo por segurar Edílson num contra-ataque.
No banco de reservas, o vice-presidente de futebol do Vasco,
deputado federal Eurico Miranda
(PPB-RJ), ficou sentado sem o
crachá emitido pela Fifa com essa
finalidade. Apesar dos apelos do
árbitro holandês Dick Jol, o dirigente continuou sem a credencial.
Aos 28 min do segundo tempo,
protestou, gesticulando acintosamente, quando o juiz deu falta de
Amaral em Rincón.
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