São Paulo, Sábado, 15 de Janeiro de 2000


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FUTEBOL
Clube carioca temia as penalidades e escalou quatro atacantes para definir durante prorrogação
Desesperado, Vasco quis fugir de Dida

SÉRGIO RANGEL
MÁRIO MAGALHÃES
da Sucursal do Rio


O temor do Vasco tinha sentido: diante do goleiro corintiano Dida, a equipe fracassou na sua segunda disputa de um título mundial de clubes.
Em 1998, perdera para o Real Madrid (Espanha), em Tóquio, no tempo normal.
Ontem, tentou dramaticamente não ir para os pênaltis. Não conseguiu. O clube com nome inspirado no navegador português Vasco da Gama novamente morreu na praia. E com Edmundo, seu astro, chutando para fora o pênalti decisivo.
Talvez nunca o medo de um goleiro especialista em pênaltis tenha influenciado tanto um treinador de futebol.
No segundo tempo da prorrogação, num gesto dramático, o técnico Antônio Lopes fez uma mudança que deixou o Vasco com quatro atacantes em campo: substituiu Ramón por Donizete. Antes, na primeira etapa do tempo extraordinário, trocara Juninho por Viola.
Ou seja: em vez de dois meias ofensivos e dois atacantes (Romário e Edmundo), ficou com quatro atacantes natos. Era o medo do goleiro na hora do pênalti.
Durante todo o tempo normal e a prorrogação, a dupla Romário-Edmundo teve imensas dificuldades. Com o corintiano Rincón posicionado mais defensivamente do que de costume, formou-se um paredão à frente da área que dificultou a penetração vascaína.
Grudado quase todo o tempo em Edmundo, Rincón estabeleceu com o atacante uma guerra de nervos -e física. No primeiro tempo, Rincón acertou um chute fraco por trás, fracassou ao tentar dar um "coice" e, aos 42 min, deu uma entrada por trás em Edmundo que lhe valeu um amarelo.
Pouco antes, irritado com o corintiano, Romário entrou forte numa dividida. Com o relacionamento "social" abalado, os dois atacantes vascaínos confirmaram estar reconciliados, pelo menos em campo. Aos 36 min, Edmundo chutou de primeira uma bola que, se tivesse sido passada para Romário, deixaria o companheiro em melhor condição. Edmundo desculpou-se.
No segundo tempo, mesmo com o Corinthians mais ofensivo, Romário e Edmundo não conseguiam romper a barreira adversária. Aos 35 min, lançado atrás da linha de zaga, Edmundo foi parado com a marcação de impedimento, contestado pelos vascaínos. Na prorrogação, levou um cartão amarelo por segurar Edílson num contra-ataque.
No banco de reservas, o vice-presidente de futebol do Vasco, deputado federal Eurico Miranda (PPB-RJ), ficou sentado sem o crachá emitido pela Fifa com essa finalidade. Apesar dos apelos do árbitro holandês Dick Jol, o dirigente continuou sem a credencial.
Aos 28 min do segundo tempo, protestou, gesticulando acintosamente, quando o juiz deu falta de Amaral em Rincón.


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