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Saquarema pega a "onda" no sucesso do São Caetano
SÉRGIO RANGEL
ENVIADO ESPECIAL A SAQUAREMA
A Atlântica Boavista marcou
época no vôlei nos anos 80. Agora,
os herdeiros do grupo, incorporado pelo Bradesco há 20 anos, querem fazer história no futebol.
Em fevereiro, José Luiz Magalhães Lins Filho, 35, criou o Boavista, clube-empresa que já é vice-líder da segunda divisão do Rio.
Com patrocínio fixo e orçamento de R$ 100 mil mensais, Lins tem
planos ambiciosos para o Boavista, o "primo rico" do esporte fluminense: ser campeão da divisão de
acesso do Rio neste ano, jogar a
Copa do Brasil em 2006 e chegar à
elite do país em quatro anos.
"Me envolvi em outros clubes e
não gostei do resultado. Desta
vez, decidi criar meu time. A intenção é fazer do Boavista o São
Caetano do Rio", diz o dirigente,
que costuma chegar de helicóptero para assistir aos jogos do time
em Saquarema, cidade litorânea a
100 km da capital do Estado.
"O São Caetano cresceu com
apoio das Casas Bahia. Nosso
projeto é o mesmo. Só mudamos
o parceiro", diz Lins Filho, que
também conta com patrocínio de
uma empresa voltada para o consumo popular: a equipe é patrocinada pelo Ponto Frio, que gasta
R$ 60 mil por mês com o time.
Além de viabilizar financeiramente o clube, o dirigente contratou o técnico Valinhos, que já dirigiu a seleção nacional sub-20.
"Optei pelo Boavista por causa
do projeto. A estrutura é muito
boa, e os salários são pagos em
dia", declarou Valinhos.
Apesar de realizar seus jogos em
Saquarema, o time não treina na
cidade. Lins Filho arrendou um
moderno centro de treinamento
em Niterói, cidade que fica a 15
km do Rio e que serve de base para o clube. O time treina quase todos os dias longe de Saquarema e
apenas viaja para o município na
véspera de cada partida.
"Aqui não falta nada. Estou satisfeito. Eles cumprem tudo o que
prometem, coisa difícil nestes
tempos", disse o meia Wennedy,
o principal jogador da equipe.
Até o ano passado, ele atuava no
Belasitsa, time da primeira divisão do futebol búlgaro. O jogador
recebe cerca de R$ 3.000 mensais.
Para reforçar a equipe, Lins Filho contratou há duas semanas
Ziquinha e Cadão, destaques do
Friburguense, clube revelação do
Estadual do Rio deste ano.
O investimento já começa a dar
resultados. No sábado, a equipe
pode ganhar a liderança do seu
grupo se vencer o São Cristóvão.
"Agora, vamos tentar justificar
em campo a boa estrutura do nosso time", disse Wennedy. Apenas
o campeão da segunda divisão assegura vaga no Estadual-05.
Antes mesmo de ganhar fama
nacional, o São Caetano investiu
em jogadores de nome, como o
atacante Túlio. A idéia da diretoria do Boavista, porém, é trabalhar com jogadores pouco conhecidos, mas que tenham se destacado em clubes pequenos do Rio.
O plano do clube é contratar
atletas consagrados apenas quando alcançar a primeira divisão.
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