São Paulo, quinta-feira, 15 de abril de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Saquarema pega a "onda" no sucesso do São Caetano

SÉRGIO RANGEL
ENVIADO ESPECIAL A SAQUAREMA

A Atlântica Boavista marcou época no vôlei nos anos 80. Agora, os herdeiros do grupo, incorporado pelo Bradesco há 20 anos, querem fazer história no futebol.
Em fevereiro, José Luiz Magalhães Lins Filho, 35, criou o Boavista, clube-empresa que já é vice-líder da segunda divisão do Rio.
Com patrocínio fixo e orçamento de R$ 100 mil mensais, Lins tem planos ambiciosos para o Boavista, o "primo rico" do esporte fluminense: ser campeão da divisão de acesso do Rio neste ano, jogar a Copa do Brasil em 2006 e chegar à elite do país em quatro anos.
"Me envolvi em outros clubes e não gostei do resultado. Desta vez, decidi criar meu time. A intenção é fazer do Boavista o São Caetano do Rio", diz o dirigente, que costuma chegar de helicóptero para assistir aos jogos do time em Saquarema, cidade litorânea a 100 km da capital do Estado.
"O São Caetano cresceu com apoio das Casas Bahia. Nosso projeto é o mesmo. Só mudamos o parceiro", diz Lins Filho, que também conta com patrocínio de uma empresa voltada para o consumo popular: a equipe é patrocinada pelo Ponto Frio, que gasta R$ 60 mil por mês com o time.
Além de viabilizar financeiramente o clube, o dirigente contratou o técnico Valinhos, que já dirigiu a seleção nacional sub-20.
"Optei pelo Boavista por causa do projeto. A estrutura é muito boa, e os salários são pagos em dia", declarou Valinhos.
Apesar de realizar seus jogos em Saquarema, o time não treina na cidade. Lins Filho arrendou um moderno centro de treinamento em Niterói, cidade que fica a 15 km do Rio e que serve de base para o clube. O time treina quase todos os dias longe de Saquarema e apenas viaja para o município na véspera de cada partida.
"Aqui não falta nada. Estou satisfeito. Eles cumprem tudo o que prometem, coisa difícil nestes tempos", disse o meia Wennedy, o principal jogador da equipe.
Até o ano passado, ele atuava no Belasitsa, time da primeira divisão do futebol búlgaro. O jogador recebe cerca de R$ 3.000 mensais.
Para reforçar a equipe, Lins Filho contratou há duas semanas Ziquinha e Cadão, destaques do Friburguense, clube revelação do Estadual do Rio deste ano.
O investimento já começa a dar resultados. No sábado, a equipe pode ganhar a liderança do seu grupo se vencer o São Cristóvão.
"Agora, vamos tentar justificar em campo a boa estrutura do nosso time", disse Wennedy. Apenas o campeão da segunda divisão assegura vaga no Estadual-05.
Antes mesmo de ganhar fama nacional, o São Caetano investiu em jogadores de nome, como o atacante Túlio. A idéia da diretoria do Boavista, porém, é trabalhar com jogadores pouco conhecidos, mas que tenham se destacado em clubes pequenos do Rio.
O plano do clube é contratar atletas consagrados apenas quando alcançar a primeira divisão.


Texto Anterior: Goleada faz do time o melhor da Libertadores-04
Próximo Texto: Memória: No vôlei, clube teve estrelas da "geração de prata"
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.