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BOXE
Próxima parada de Tyson
EDUARDO OHATA
DA REPORTAGEM LOCAL
Não é difícil imaginar Mike
Tyson encerrando a sua carreira da mesma forma que ""Sugar" Ray Robinson: um grande
ex-campeão que vai de cidade em
cidade para capitalizar sobre o
nome, em feitos do passado.
"Iron" Mike não chegou a esse
ponto... ainda. Entretanto, mais
dia, menos dia, Tyson chega lá.
Principalmente se levarmos em
conta a afirmação desta semana
de seu manager, Shelly Finkell (é
"ele", sim, apesar do primeiro nome), de que o ex-campeão mundial dos pesados acumula dívidas
que atingem os US$ 38 milhões.
E Tyson mesmo admite que precisa lutar até saldar suas dívidas.
Uma derrota de "Iron" Mike em
seu próximo compromisso, previsto para 11 de junho, distribuído
em pay-per-view nos EUA, certamente acelerará esse processo.
Afinal, seu oponente, o irlandês
baseado nos EUA Kevin McBride
não é assim nenhuma maravilha.
A qualidade de McBride limita-se à cor de sua pele. Afinal, todos
sabem que os pesados brancos
despertam a atenção do público.
Não é novidade que os pesos-pesados não atravessam o seu
melhor momento (essa entressafra é cíclica), porém até para esses
parâmetros McBride é limitado.
Quem assistiu a seu último combate, estou certo, há de concordar.
Pelo teipe de sua luta com Kevin
Montiy, deu para notar que seu
nível está pouco acima dos participantes de torneios amadores.
"The Clones Colossus" McBride
não prima pela técnica, é lento e
tampouco demonstra precisão
nos golpes, bem atabalhoados.
Uma análise de seu cartel tampouco revela algo impressionante. Os nomes marginalmente conhecidos já o bateram: DaVarryl
Williamson, Axel Schulz, Louis
Monaco. E até o desconhecido
Michael Murray, que tinha mais
derrotas do que vitórias à época.
Por isso mesmo é que ele foi selecionado pela equipe de Tyson.
Aliás, corrigindo-me, McBride
leva ao ringue uma coisa legal.
Traz de volta à evidência Goody
Petronelli, o treinador do ex-campeão médio Marvelous Marvin
Hagler (mas que não produziu
mais nenhum campeão depois).
A conclusão só pode ser uma: se
Tyson perder para McBride, é o
fim da linha para ele. Pelo menos
como atração do primeiro nível.
E isso é algo que Mike ainda é.
A própria derrota do americano
para o britânico Danny Williams
em sua última foi algo inesperado. E olha que o inglês é alguns
degraus melhor do que McBride.
No caso, Tyson conta com o benefício da dúvida. Contra Williams, diz que machucou a perna
no primeiro assalto (replays mostram movimentos de perna de
Tyson que fortalecem tal teoria).
Por isso, é prematuro dizer que
sua carreira no alto nível terminou. No entanto, de novo, uma
derrota para McBride, em Washington, pode ser a pá de cal.
Guardadas as devidas proporções, o que aconteceu com o brasileiro "Maguila" após as derrotas
para Evander "Real Deal" Holyfield e "Big" George Foreman
-que matou a vontade de fãs de
todo o país em conhecê-lo ao fazer um tour pelo país-, pode (e
deve) se repetir com "Iron" Mike.
Ninguém está inume a este fim.
Nem "Sugar" Ray Robinson.
Popó 1
Para quem se perguntava por onde andava o argentino Jorge ""La
Hiena" Barrios, que deu uma canseira em Popó em 2003, a ESPN exibe hoje, às 16h, teipe da luta na qual Barrios tornou-se campeão dos
superpenas da OMB (a programação será repetida amanhã, às 22h).
Sim, trata-se do mesmo título que estava em jogo quando o argentino desafiou o pugilista baiano no Miami Arena, nos EUA. Barrios é
agora contratado da Golden Boy Promotions, de Oscar de la Hoya.
Popó 2
A segunda edição do Boxe Brasil, programação de pugilismo organizada por Popó, acontece em 21 de maio, em Vitória (ES). Segundo
Popó, a luta de fundo não está definida, mas são candidatos a participar dela o supergalo Carlos de Oliveira ou o pena Valdemir Pereira.
E-mail eohata@folhasp.com.br
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