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centenário
Dívida do Corinthians supera R$ 100 mi
Balanço de 2006 e débitos recentes mostram rombo de R$ 107,8 milhões, o que significa 56% de crescimento desde 2005
Cenário será ainda pior se time alvinegro não receber dinheiro cobrado da MSI, cujo pagamento é duvidoso para auditores do clube
RICARDO PERRONE
DO PAINEL FC
RODRIGO MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Uma gastança desenfreada
em 2006, combinada à torneira
fechada da parceira MSI, fez a
dívida do Corinthians alcançar
a cifra de R$ 107,8 milhões.
Esse valor é a soma do débito
ao final do ano (R$ 85,8 milhões) com a multa no caso Nilmar (R$ 22 milhões). Esse é o
tamanho do rombo da temporada passada quando considerado o passivo sem as receitas
que o clube ganhará no ano.
Os números são do balanço
de 2006, obtido pela Folha. A
dívida do Corinthians com Nilmar foi determinada pela Fifa.
Ao final do ano passado, o
clube tinha para receber apenas R$ 0,67 para cada R$ 1 que
tem de pagar em 2007. Ou seja,
se entregasse todos os seus créditos aos credores, não seria
suficiente para cobrir o rombo.
Em 2005, havia R$ 1 a receber para cada R$ 1 a pagar. Daquela data até agora, o rombo
total cresceu 56%, com acréscimo de R$ 39 milhões.
"O clube está em uma situação de endividamento. Não recebeu recursos da MSI para pagar os salários. E todos os compromissos estão em nome do
Corinthians", reconheceu o vice-presidente de finanças,
Emerson Piovezan.
O cenário mostrado pelo balanço só não é pior porque o
clube prevê receber R$ 17,9 milhões da MSI. Mas o parecer da
auditoria BDO Trevisan, contratada para analisar as contas,
relata que a empresa não confirma o pagamento.
Ao fechar a parceria, no final
de 2004, o Corinthians tinha
como um dos objetivos reduzir
a sua dívida, que então girava
em torno de R$ 60 milhões.
O dinheiro da MSI entrou,
mas o débito aumentou. Agora,
o clube corre em busca do magnata russo Boris Berezovski.
Sem parceiro e sem troféus
há mais de um ano -o último
foi o do Brasileiro-05-, o presidente Alberto Dualib sofrerá
pressão por causa das contas.
Uma comissão da oposição
deve reprovar o balanço no
Conselho. O líder dos oposicionistas, Andrés Sanchez, fala em
entregar o caso a advogados.
"Para quem quer ser presidente do clube, o balanço é
mais do que assustador. É desesperador", afirma Sanchez,
que qualifica a situação corintiana como pré-falimentar.
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