São Paulo, domingo, 15 de abril de 2007

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TOSTÃO

Ainda há coisas boas e belas


Não param de surgir talentos e há belas partidas, além de técnicos ousados e dirigentes que querem mudar o futebol


ESTÁ DURO de ler, escutar e ver tantas tragédias nos noticiários diários, tanta violência em suas várias formas, tanta destruição do meio ambiente, tantos gastos acima do previsto com o Pan, tantas trocas de favores e elogios por outros interesses, tanta miséria, tantos problemas nos aeroportos, na saúde e na educação e tanta ineficiência e lentidão para resolvê-los.
Está duro de ver tanta violência nos gramados, nas arquibancadas e perto dos estádios, tantos jovens saindo do Brasil para jogar no exterior, tantas partidas ruins e tanta incompetência e promiscuidade na gestão do futebol.
Ainda bem que não param de surgir grandes promessas, que há belos jogos e com muitos gols, como o entre Botafogo e Vasco, que há alguns técnicos inovadores e ousados, como Cuca, que há alguns poucos dirigentes que querem mudar o futebol, como Bebeto de Freitas, e ainda muitos brilhantes jornalistas esportivos, independentes, que não vão atrás de opiniões festivas e interesseiras, como Fernando Calazans.
Ainda bem que há pessoas generosas, ternas, éticas, preocupadas com o meio ambiente, com as injustiças e que não são cúmplices de uma sociedade gananciosa, hipócrita e do espetáculo.
Ainda bem que as quaresmeiras continuam belas, apesar do final da quaresma, que os passarinhos não param de cantar, que tenho a companhia de pessoas queridas e disposição para sonhar e buscar novas experiências e que, de vez em quando, posso me desligar e sair por aí, distraído, caminhando contra o vento, infelizmente com documentos.
A coluna voltará a ser publicada no dia 6 de maio.

Chuva de gols
Os oito gols do clássico entre Botafogo e Vasco foram decorrentes do acaso, dos mistérios do futebol, de acertos e erros individuais, da vontade dos jogadores, da ousadia dos técnicos e da fragilidade defensiva dos dois times, mesmo com três zagueiros.
Como o Botafogo tinha um meia ofensivo (Lúcio Flávio) e mais três atacantes (Zé Roberto e Jorge Henrique pelos lados e Dodô pelo centro), o Vasco jogava com Abedi mais de ponta-direita do que de ala e as duas equipes não tinham um marcador fixo pelos lados, havia grandes espaços nas laterais que foram muito bem aproveitados. Os zagueiros e armadores tentavam fazer a cobertura e estavam sempre atrasados.
Em vez de três zagueiros sem um lateral ou ala fixo, é muito mais fácil, simples e prático jogar com dois zagueiros, dois laterais, três no meio-campo e três atacantes, como fazem hoje muitas grandes equipes da Europa. Nenhum time joga com três zagueiros e três atacantes, pois sobram apenas quatro jogadores para as laterais e o meio-campo.
O Botafogo tem jogado um futebol eficiente, inovador e ousado, mas pode ficar ainda melhor na defesa, sem piorar o ataque.

Decisão no Paulistão
O correto seria ter jogos na Vila Belmiro, em Bragança, no Morumbi e em São Caetano. Do jeito que será, ficou mais fácil para Santos e São Paulo jogarem a final. Aí, a vantagem do Santos será jogar por dois empates ou por derrota e vitória por mesma diferença de gols, e não por dois resultados iguais.

Deu a lógica
A presença de três grandes times da Inglaterra nas semifinais da Copa dos Campeões e de três da Espanha nas da Copa da Uefa confirma o que acontece nos torneios nacionais da Europa. A Inglaterra tem no momento os melhores grandes times do mundo, enquanto na Espanha existe mais regularidade e maior número de boas equipes entre os médios e pequenos clubes.

tostao.folha@uol.com.br


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