São Paulo, domingo, 15 de abril de 2007

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Com um a mais, Santos decepciona

Equipe de Luxemburgo atua com 11 contra 10 em boa parte do segundo tempo, mas não fura bloqueio do Bragantino

Bragantino 0
Santos 0

JULYANA TRAVAGLIA
PAULO GALDIERI

DA REPORTAGEM LOCAL

A torcida alvinegra, feliz, ditava aos gritos e ao som de tambores o ritmo dos minutos finais da partida. O apito final a fez explodir com o resultado no estádio do Pacaembu. Mas os alvinegros que ontem celebraram foram os do interior.
Com um a mais durante mais da metade do segundo tempo, o Santos não conseguiu bater o Bragantino no primeiro jogo das semifinais do Paulista e ficou no 0 a 0, em jogo que teve universitárias como gandulas.
A noite foi de êxito para o time de Bragança Paulista, que apostou na defesa e só fez reforçá-la à medida que o confronto evoluía, sobretudo depois que teve Luis Henrique expulso no começo da etapa final.
Porém, na prática, o empate no jogo de ida dos mata-matas não chega a complicar muito a tarefa santista de fazer valer seu favoritismo sobre o adversário, construído a partir de sua liderança sólida na primeira fase da competição.
Nova igualdade no duelo de domingo que vem, no Morumbi, coloca o time da Vila Belmiro na decisão do Estadual.
O Bragantino escolheu seguir os mandamentos básicos de um confronto típico entre time grande e pequeno. Como "nanico" da vez, armou-se para contragolpear e para anular o principal jogador santista.
O contra-ataque ficava por conta da velocidade de Everton, revelação da equipe de Bragança, e Alex Affonso, que depois do Paulista volta a defender o Palmeiras. A combinação resultou em algumas chances de ameaça a Fábio Costa.
Na defesa, coube ao volante Adriano marcar Zé Roberto de perto, segui-lo para onde ele fosse. "Tem que colar e fazer o mínimo de faltas possível. Eu estou chegando próximo, não estou batendo nele. Estou sendo leal para não dar chances de ele colocar alguém na cara do gol", disse o jogador do Bragantino, cuja marcação por vezes incomodou o craque rival.
Se Adriano não usou de violência para trabalhar, seus companheiros foram menos delicados. As faltas duras também foram utilizadas pelo Bragantino, que colecionou três cartões amarelos ainda no primeiro tempo. Mas a estratégia deu certo. O Santos só conseguiu fazer seu meio-campo jogar na segunda metade da etapa inicial, quando Kléber saía da lateral para a faixa central do campo para armar na hora em que o time retomava a bola.
Os santistas deixaram o gramado no intervalo resignados com o jogo mais complicado do que o esperado e o 0 a 0 no placar. "A gente sabia que teria dificuldade. O jogo não é fácil", disse Kléber, que ainda criticou a imprensa por, segundo ele, jogar o favoritismo todo na semifinal para cima do Santos.
No segundo tempo, o Bragantino juntou à precaução o atrevimento de quem enxerga uma chance de vencer. E, de fato, ela apareceu. Duas vezes. Ambas com Alex Affonso. Na segunda, numa jogada em que o time pediu pênalti de Adaílton.
O panorama mudou pouco tempo depois, com o vermelho dado a Luis Henrique. O Bragantino foi obrigado a abandonar a marcação individual em Zé Roberto. Porém nem isso foi suficiente para o Santos marcar. O time, com o papel que lhe cabia, pressionou, mas não levou. E o azarão, com o que lhe restava, segurou e celebrou.


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