São Paulo, domingo, 15 de abril de 2007

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Para hospedar a polícia, Pan pede socorro a hotéis

A 3 meses dos Jogos, governo federal ainda não sabe onde alojar 6.000 policiais da Força Nacional e 2.000 federais

Ministério da Justiça divulga que três quartéis do Exército irão servir de acomodação, mas militares afirmam que não houve nenhum pedido

SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO

Sem ter onde alojar os 8.000 profissionais da Força Nacional de Segurança Pública e da Polícia Federal previstos para estar no Rio durante o Pan-Americano, o Ministério da Justiça decidiu apelar à rede hoteleira fluminense. Faltam três meses para a competição.
Há duas semanas, a Abih-RJ (Associação Brasileira da Indústria dos Hotéis do Rio) foi procurada por emissários do governo federal interessados em garantir acomodações para, pelo menos, 2.000 policiais.
O presidente da entidade, Alfredo Lopes, disse à Folha que ainda não houve acerto. "Estamos em negociação."
De acordo com Lopes, a expectativa do setor hoteleiro é a de ocupação de quase 100% dos 27 mil quartos disponibilizados pelos estabelecimentos na capital. Há também o plano de lotar os hotéis localizados em um raio de 100 km do Rio e até motéis, caso seja necessário.
O dirigente da hotelaria fluminense informou aos representantes do Ministério da Justiça que o procuraram que o efetivo de 2.000 policiais federais poderia, em uma primeira avaliação do problema, ser instalado na zona sul, no centro e no município litorâneo de Mangaratiba (a 105 km do Rio), de modo a não sobrecarregar uma única área com policiais armados e equipamentos.
"Estamos com reservas para 54% da disponibilidade dos hotéis. A expectativa é chegar, pelo menos, a 90%, o que seria uma ocupação muito boa para julho, com hóspedes internacionais. Geralmente, nesse mês, a taxa de ocupação varia de 55% a 60%", afirmou Lopes.
Por causa da demora na decisão sobre o local de acomodação, a entidade dos hotéis não tem como alojar todos os cerca de 6.000 policiais militares, de todos os Estados brasileiros, que formam a Força Nacional de Segurança Pública.
Para abrigar esse pessoal, o Ministério da Justiça ainda tenta dois quartéis de unidades desativadas há pouco tempo pelo Exército na região metropolitana: em São Gonçalo (a 20 km do Rio), o 3º Batalhão de Infantaria; e em São Cristóvão (zona norte), o 21º Grupo de Artilharia de Campanha.
O Exército informa que até agora nada está acertado com a Senasp (Secretaria Nacional de Segurança Pública), órgão do Ministério da Justiça encarregado do esquema de segurança do Pan. A Folha apurou que as unidades, mantidas sob proteção por equipes reduzidas de militares, não dispõem mais de equipamentos que propiciem conforto a hóspedes.
A Senasp anunciou que os 6.000 policiais da Força ficarão em pelo menos três unidades do Exército no Rio. O Centro de Comunicação Social do Exército negou a informação. Representação do Exército no Estado do Rio, o CML (Comando Militar do Leste) também negou que haja algum acordo já acertado com a Senasp.
"Informamos que até a presente data não houve nenhuma solicitação para alojar a Força Nacional em qualquer unidade do Exército", diz nota divulgada anteontem pelo CML.
Consultada sobre o teor do pronunciamento do Exército, a Senasp se limitou a dizer que, por questões de segurança, não serão divulgados os locais que abrigarão os policiais da Força Nacional de Segurança.


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