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Para hospedar a polícia, Pan pede socorro a hotéis
A 3 meses dos Jogos, governo federal ainda não sabe onde alojar 6.000 policiais da Força Nacional e 2.000 federais
Ministério da Justiça divulga que três quartéis do Exército irão servir de acomodação,
mas militares afirmam que
não houve nenhum pedido
SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO
Sem ter onde alojar os 8.000
profissionais da Força Nacional de Segurança Pública e da
Polícia Federal previstos para
estar no Rio durante o Pan-Americano, o Ministério da
Justiça decidiu apelar à rede
hoteleira fluminense. Faltam
três meses para a competição.
Há duas semanas, a Abih-RJ
(Associação Brasileira da Indústria dos Hotéis do Rio) foi
procurada por emissários do
governo federal interessados
em garantir acomodações para,
pelo menos, 2.000 policiais.
O presidente da entidade, Alfredo Lopes, disse à Folha que
ainda não houve acerto. "Estamos em negociação."
De acordo com Lopes, a expectativa do setor hoteleiro é a
de ocupação de quase 100% dos
27 mil quartos disponibilizados pelos estabelecimentos na
capital. Há também o plano de
lotar os hotéis localizados em
um raio de 100 km do Rio e até
motéis, caso seja necessário.
O dirigente da hotelaria fluminense informou aos representantes do Ministério da
Justiça que o procuraram que o
efetivo de 2.000 policiais federais poderia, em uma primeira
avaliação do problema, ser instalado na zona sul, no centro e
no município litorâneo de
Mangaratiba (a 105 km do Rio),
de modo a não sobrecarregar
uma única área com policiais
armados e equipamentos.
"Estamos com reservas para
54% da disponibilidade dos hotéis. A expectativa é chegar, pelo menos, a 90%, o que seria
uma ocupação muito boa para
julho, com hóspedes internacionais. Geralmente, nesse
mês, a taxa de ocupação varia
de 55% a 60%", afirmou Lopes.
Por causa da demora na decisão sobre o local de acomodação, a entidade dos hotéis não
tem como alojar todos os cerca
de 6.000 policiais militares, de
todos os Estados brasileiros,
que formam a Força Nacional
de Segurança Pública.
Para abrigar esse pessoal, o
Ministério da Justiça ainda
tenta dois quartéis de unidades
desativadas há pouco tempo
pelo Exército na região metropolitana: em São Gonçalo (a 20
km do Rio), o 3º Batalhão de
Infantaria; e em São Cristóvão
(zona norte), o 21º Grupo de
Artilharia de Campanha.
O Exército informa que até
agora nada está acertado com a
Senasp (Secretaria Nacional de
Segurança Pública), órgão do
Ministério da Justiça encarregado do esquema de segurança
do Pan. A Folha apurou que as
unidades, mantidas sob proteção por equipes reduzidas de
militares, não dispõem mais de
equipamentos que propiciem
conforto a hóspedes.
A Senasp anunciou que os
6.000 policiais da Força ficarão
em pelo menos três unidades
do Exército no Rio. O Centro
de Comunicação Social do
Exército negou a informação.
Representação do Exército no
Estado do Rio, o CML (Comando Militar do Leste) também
negou que haja algum acordo já
acertado com a Senasp.
"Informamos que até a presente data não houve nenhuma
solicitação para alojar a Força
Nacional em qualquer unidade
do Exército", diz nota divulgada anteontem pelo CML.
Consultada sobre o teor do
pronunciamento do Exército, a
Senasp se limitou a dizer que,
por questões de segurança, não
serão divulgados os locais que
abrigarão os policiais da Força
Nacional de Segurança.
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