Reuters

Gustavo Kuerten durante a partida em que perdeu do sueco Magnus Norman por 3 a 1

Derrota de 3 a 1 para o novo número 1 do mundo faz o jogador subir sete posições

JOSÉ ALAN DIAS
ENVIADO ESPECIAL A ROMA

Gustavo Kuerten falhou na primeira final em que defendia um título. Perdeu ontem o Torneio Masters Series de Roma, Itália, para o sueco Magnus Norman.
Novo número um do ranking mundial, Norman assinalou 3 sets a 1 (6/3, 4/6, 6/4, 6/4), em três horas e cinco minutos de jogo.
O brasileiro mantinha uma sequência de 11 vitórias no evento, que é realizado em quadra de saibro (terra batida). Em três participações (16 jogos até ontem), sofrera apenas uma derrota, nas semifinais de 1998, para o chileno Marcelo Ríos. Roma é o torneio em que Kuerten tem o melhor aproveitamento da carreira, com 93,9% de vitórias.
Com os 70 pontos que acumulou no ranking por ter chegado à final em Roma, Kuerten soma 205 pontos no ano e passou do 13º para o sexto posto no ranking, que considera somente os resultados da atual temporada. Se vencesse, chegaria à quarta posição, com 235 pontos.
O prêmio por ter chegado à final foi de US$ 211 mil. Ao sueco, caberão US$ 400 mil.
O brasileiro requisitou atendimento médico no terceiro game do quarto set. Vinte dias atrás, quando perdeu do eslovaco Karol Kucera em Monte Carlo, torneio que havia vencido no ano passado, Kuerten sentiu dores nas costas e teve de se afastar por 20 dias do circuito profissional para tratamento de uma lesão.
No jogo de ontem, depois de ser massageado nas costas e na perna por um fisioterapeuta da ATP (Associação dos Tenistas Profissionais), Kuerten retornou à quadra. Durante a entrevista coletiva realizada após a partida, declarou que não se tratava do problema acusado anteriormente. "Comecei a sentir um pouco de fraqueza. Não tinha mobilidade. Tive uma sequência de jogos à noite. Se o calendário não fosse tão apertado, poderia ter feito um trabalho para entrar melhor", disse Kuerten, que, um dia antes, afirmara estar "no melhor" de sua forma física.
"Não senti dor. É que corri mais, fiquei sempre na defensiva, desde o início", completou o tenista.
A derrota frustrou a maior parte dos cerca de 9 mil espectadores que acompanharam a final na quadra central do Foro Itálico, e que estavam torcendo pelo brasileiro. Na cerimônia de premiação, misturando espanhol e italiano, Kuerten agradeceu o apoio.

Novo número um
A partir de hoje, Magnus Norman tomará de Andre Agassi a liderança da chamada Corrida dos Campeões. Terá o total de 321 pontos, contra 267 do norte-americano, eliminado em Roma nas oitavas-de-final. Norman é o quinto jogador a liderar o ranking nessa temporada, depois de Agassi, do russo Ieviguêni Kafelnikov, do australiano Lleyton Hewitt e do francês Fabrice Santoro.
"Isso é demais para mim. Não quero sair por aí dizendo: sou o número um. Sou uma pessoa muito tímida. Estou liderando a corrida. Não sonhava com isso cinco, seis meses atrás. Não quero que façam comparações com outros tenistas, mas é óbvio que estou orgulhoso do que fiz", disse Norman durante a entrevista coletiva. Foi o nono título de sua carreira -esse ano, venceu em Auckland e chegou às semifinais do Aberto da Austrália.
Na atual temporada, Kuerten jogou 32 partidas de simples, somando torneios da ATP e a Copa Davis. Tem 22 vitórias e 10 derrotas. Ganhou um título, em Santiago (Chile), em simples e duplas. Foi finalista em Miami (EUA), perdendo para o norte-americano Pete Sampras por 3 sets a 1, em quadra dura.
Kuerten deve seguir hoje para Hamburgo, na Alemanha, onde participa do Masters Series local. O rival de estréia será o marroquino Karim Alami, 26, atual 27º do ranking. Na única vez em que se enfrentaram, em um torneio de exibição em São Paulo, em 1997, Kuerten venceu por 2 sets a 0.
Será a última competição antes de Roland Garros (França), o mais importante evento do saibro, que começa dia 29.


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