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VÔLEI
O enigma
CIDA SANTOS
COLUNISTA DA FOLHA
A seleção brasileira masculina é o enigma da temporada. A apenas quatro meses da
Olimpíada de Sydney, na Austrália, não se sabe nem quem será o
levantador titular do time do técnico Radamés Lattari.
Hoje, o Brasil faz o primeiro jogo amistoso, de uma série de dois,
contra Portugal, em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo.
Para esta temporada, Lattari
convocou 21 atletas. Em pleno
ano olímpico, não é mais época
de fazer testes. E seleção não foi
feita para revelar jogadores. Essa
é uma tarefa dos clubes. Com
Tande, Giovane e Negrão, o grupo chega a 24 jogadores. Ou seja,
dois times completos, com reservas e titulares, treinando.
Em uma comparação com o futebol, seria o mesmo se Wanderley Luxemburgo, a quatro meses
de uma Copa do Mundo, convocasse 44 jogadores. Para não dizer
que nunca houve algo semelhante
no futebol brasileiro, em 1966, o
então técnico da seleção, Vicente
Feola, iniciou os treinos com 47
atletas convocados.
A indefinição era tanta na época que 20 dos 22 atletas que foram
àquela Copa entraram em campo
nos três jogos que a seleção brasileira disputou na Inglaterra. Resultado: uma vitória, duas derrotas e a eliminação, em uma das
mais vexatórias campanhas do
Brasil em Copas do Mundo.
Esse registro da história vale para que se reflita sobre experiências passadas e, principalmente,
para evitar a repetição dos mesmos erros. Lattari precisa acertar
rápido o time. E ele já tem condições para isso: está no comando
da seleção há quase quatro anos,
período suficiente para isso.
A novidade foi a volta de Giovane e Tande, que desistiram do vôlei de praia. Essa seria a única
questão a ser resolvida agora.
E não é uma questão nada fácil
já que os dois vão disputar duas
vagas no time com jogadores como Nalbert, Giba e Carlão. A essa
altura, todas as outras posições já
deveriam estar definidas.
A atacante Ana Flávia, ex-capitã da seleção brasileira, foi um
dos destaques do Modena, na
conquista do título italiano.
Pelas estatísticas, foi a melhor
bloqueadora da competição. Na
vitória por 3 a 0 sobre o Reggio
Calabria no quinto e decisivo jogo, saiu da quadra sem ter cometido um erro sequer.
Havia 27 anos que o Modena
não era campeão. Quem roubou
a cena foi a búlgara Antonina Zetova, maior pontuadora e melhor
atacante do torneio. Com Zetova,
26 anos e 1,88 m, o Modena superou o Reggio Calabria, da croata
Irina Kirillova e das cubanas Yumilka Ruiz, Marlenys Costa e
Ana Ivis Fernandez.
A vitória do Modena representa
mais uma conquista para a técnica chinesa Lang Ping, uma das
maiores jogadoras da história do
vôlei. Em 1995, ela assumiu o comando da seleção da China e inovou ao romper com a tradicional
rigidez dos métodos orientais, levando o time ao vice-campeonato
olímpico e mundial.
Para encerrar, fica aqui o registro curioso do leitor Jacques Motta: no site do Modena, a jogadora
Ana Flávia tem nacionalidade espanhola. Belo Horizonte, cidade
natal da atleta, é identificada como sendo na Espanha.
Italiano
O Roma, dos cubanos Osvaldo e Ihosvany Hernandez,
largou na frente na decisão
do título do Campeonato Italiano. Venceu o Modena, dos
atacantes Giani e Bas Van de
Goor, por 3 sets a 1 nos dois
primeiros jogos da série de
cinco da final. O próximo
confronto será quarta-feira,
em Roma. Com mais uma vitória, o time da casa conquista o título de campeão da
temporada.
Iugoslávia
A seleção masculina do país
pode desistir de participar da
Liga Mundial por graves problemas financeiros de sua federação de vôlei. A informação foi dada por um dos dirigentes do esporte. A equipe
da Iugoslávia, atual vice-campeã mundial e medalha
de bronze na última Olimpíada, está no Grupo A da competição, ao lado de Itália, Argentina e Canadá.
cidasan@uol.com.br
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