São Paulo, segunda-feira, 15 de maio de 2000


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VÔLEI

O enigma

CIDA SANTOS
COLUNISTA DA FOLHA

A seleção brasileira masculina é o enigma da temporada. A apenas quatro meses da Olimpíada de Sydney, na Austrália, não se sabe nem quem será o levantador titular do time do técnico Radamés Lattari.
Hoje, o Brasil faz o primeiro jogo amistoso, de uma série de dois, contra Portugal, em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo.
Para esta temporada, Lattari convocou 21 atletas. Em pleno ano olímpico, não é mais época de fazer testes. E seleção não foi feita para revelar jogadores. Essa é uma tarefa dos clubes. Com Tande, Giovane e Negrão, o grupo chega a 24 jogadores. Ou seja, dois times completos, com reservas e titulares, treinando.
Em uma comparação com o futebol, seria o mesmo se Wanderley Luxemburgo, a quatro meses de uma Copa do Mundo, convocasse 44 jogadores. Para não dizer que nunca houve algo semelhante no futebol brasileiro, em 1966, o então técnico da seleção, Vicente Feola, iniciou os treinos com 47 atletas convocados.
A indefinição era tanta na época que 20 dos 22 atletas que foram àquela Copa entraram em campo nos três jogos que a seleção brasileira disputou na Inglaterra. Resultado: uma vitória, duas derrotas e a eliminação, em uma das mais vexatórias campanhas do Brasil em Copas do Mundo.
Esse registro da história vale para que se reflita sobre experiências passadas e, principalmente, para evitar a repetição dos mesmos erros. Lattari precisa acertar rápido o time. E ele já tem condições para isso: está no comando da seleção há quase quatro anos, período suficiente para isso.
A novidade foi a volta de Giovane e Tande, que desistiram do vôlei de praia. Essa seria a única questão a ser resolvida agora.
E não é uma questão nada fácil já que os dois vão disputar duas vagas no time com jogadores como Nalbert, Giba e Carlão. A essa altura, todas as outras posições já deveriam estar definidas.

A atacante Ana Flávia, ex-capitã da seleção brasileira, foi um dos destaques do Modena, na conquista do título italiano.
Pelas estatísticas, foi a melhor bloqueadora da competição. Na vitória por 3 a 0 sobre o Reggio Calabria no quinto e decisivo jogo, saiu da quadra sem ter cometido um erro sequer.
Havia 27 anos que o Modena não era campeão. Quem roubou a cena foi a búlgara Antonina Zetova, maior pontuadora e melhor atacante do torneio. Com Zetova, 26 anos e 1,88 m, o Modena superou o Reggio Calabria, da croata Irina Kirillova e das cubanas Yumilka Ruiz, Marlenys Costa e Ana Ivis Fernandez.
A vitória do Modena representa mais uma conquista para a técnica chinesa Lang Ping, uma das maiores jogadoras da história do vôlei. Em 1995, ela assumiu o comando da seleção da China e inovou ao romper com a tradicional rigidez dos métodos orientais, levando o time ao vice-campeonato olímpico e mundial.
Para encerrar, fica aqui o registro curioso do leitor Jacques Motta: no site do Modena, a jogadora Ana Flávia tem nacionalidade espanhola. Belo Horizonte, cidade natal da atleta, é identificada como sendo na Espanha.

Italiano
O Roma, dos cubanos Osvaldo e Ihosvany Hernandez, largou na frente na decisão do título do Campeonato Italiano. Venceu o Modena, dos atacantes Giani e Bas Van de Goor, por 3 sets a 1 nos dois primeiros jogos da série de cinco da final. O próximo confronto será quarta-feira, em Roma. Com mais uma vitória, o time da casa conquista o título de campeão da temporada.

Iugoslávia
A seleção masculina do país pode desistir de participar da Liga Mundial por graves problemas financeiros de sua federação de vôlei. A informação foi dada por um dos dirigentes do esporte. A equipe da Iugoslávia, atual vice-campeã mundial e medalha de bronze na última Olimpíada, está no Grupo A da competição, ao lado de Itália, Argentina e Canadá.

cidasan@uol.com.br

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