São Paulo, quinta-feira, 15 de maio de 2008

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Ataque corintiano ressuscita

Aumento da produção ofensiva acontece paralelamente à queda no poderio defensivo do alvinegro

Chicão minimiza gols sofridos e revela que pacto após derrota para o Goiás mudou a forma de o time se portar em campo agora

PAULO GALDIERI
ENVIADO ESPECIAL A RIBEIRÃO PRETO

LUÍS FERRARI
DA REPORTAGEM LOCAL

Defesa firme com ataque razoável ou ataque eficiente com defesa mais frágil. Na atual temporada, o Corinthians de Mano Menezes, semifinalista da Copa do Brasil, experimenta o movimento que lembra uma gangorra.
No início do ano, o treinador gaúcho não escondeu que sua estratégia era armar o time a partir do setor defensivo: a prioridade inicial era não levar gols. Com o passar do tempo -e com o aumento da cobrança sobre jogadores como Acosta-, o time passou a se soltar mais, incrementando consideravelmente seu poder ofensivo.
No início do Campeonato Paulista, a retaguarda alvinegra passou incólume por ataques como o são-paulino, do badalado atacante Adriano. Nos últimos três jogos, levou quatro gols. Incluindo dois (dentro do Pacaembu) do modesto CRB, time alagoano que de badalado não tem nada.
"No início, foi importante a prioridade na defesa, para dar mais segurança e confiança ao elenco", avalia o zagueiro Chicão. "Com o tempo, isso [tal necessidade] passou."
Ele minimiza o tento sofrido anteontem contra o São Caetano nos minutos finais. Alega que, a exemplo do segundo gol do CRB, o Corinthians foi vazado quando o resultado estava praticamente assegurado.
Por outro lado, o defensor (que deixou seus gols nas últimas duas apresentações corintianas) destaca a mudança na forma de o Corinthians jogar, após a derrota por 3 a 1 para o Goiás pela Copa do Brasil. E conta que isso foi decidido em um pacto entre os atletas.
"Sabíamos que tínhamos de dar mais em campo, mudar a nossa atitude nas partidas, precisávamos incentivar mais uns aos outros", afirmou ele. Sobre a forma de jogar, citou o posicionamento de Herrera mais avançado, com Dentinho mais aberto pelas laterais.
Se o atleta minimiza o movimento de gangorra, o técnico vê motivo para atenção.
"Não adianta ter força ofensiva se toda vez que a bola cai no seu sistema defensivo você leva um susto", disse Mano em Ribeirão Preto, após o jogo.
Ele destacou o fato de o meia-atacante Acosta ter voltado a marcar -ele entrou durante a partida contra o São Caetano e fez o terceiro gol anteontem.
Mas minimizou a euforia após a classificação à semifinal da Copa do Brasil pela primeira vez desde 2002.
"Futebol é tudo muito rápido. Hoje nós temos quatro vitórias consecutivas, mas, na hora em que relaxarmos um pouco, não conseguiremos vencer. É um time de superação", finalizou o treinador.


Colaborou FABIO TURA, do Datafolha


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