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BRASIL
Nove membros da delegação, incluindo Scolari, viram seus clubes perderem título no país
Em solo japonês, brasileiros revivem traumas do passado
FÁBIO VICTOR
FERNANDO MELLO
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
SÉRGIO RANGEL
ENVIADOS ESPECIAIS A KOBE
Não é apenas a seleção belga, rival de segunda-feira, em Kobe,
que vários dos integrantes da seleção brasileira querem vencer em
sua passagem pelo Japão.
Para parte da delegação brasileira, voltar à "terra do sol nascente"
significa também reviver momentos de desilusões e tentar superar um trauma. Foi em território nipônico, mais especificamente em Tóquio, onde anualmente é
disputado o Mundial interclubes,
que eles viveram suas maiores
tristezas no esporte.
Nada menos que quatro integrantes da comissão técnica e cinco jogadores do time verde-e-amarelo foram derrotados no estádio Nacional, na capital.
O comandante da equipe, Luiz
Felipe Scolari, saiu duas vezes de
Tóquio com uma derrota na bagagem. Na primeira, defendendo
o Grêmio, em 1995, perdeu o título para os holandeses do Ajax, em
uma dramática decisão de pênaltis após empate sem gols no tempo normal e na prorrogação.
Na segunda, em 1999, viu seu
Palmeiras ser batido por 1 a 0 pelo
Manchester United.
Curiosamente, após a derrota,
já em São Paulo, Scolari disse ter
se arrependido de não ter levado
para o Mundial o atacante Romário, que chegou a ser oferecido para a diretoria palmeirense.
O mesmo Romário que, três
anos depois, ele deixou no Brasil
mesmo após pedidos do presidente Fernando Henrique Cardoso, do presidente da CBF, Ricardo
Teixeira, e da vontade de 69% da
população, segundo apontou pesquisa realizada pelo Datafolha.
Da comissão técnica, o preparador físico Paulo Paixão, o preparador de goleiros Carlos Pracidelli
e o auxiliar técnico Flávio Teixeira, o Murtosa, também acompanharam Scolari na final daquele
30 de novembro de 1999.
"Quero pensar que o Japão me
trará uma alegria, o penta. Essa
conquista apagaria todas as tristezas", disse Scolari, que chegou a
tachar o revés para o Manchester
como o mais doloroso de sua carreira de treinador.
Mesmo com os dois vices, Scolari disse ter passado um período
feliz no Japão. Foi quando treinou
o Jubilo Iwata, em 1997, antes de ir
para o Palmeiras. Ainda na Coréia, na primeira fase da Copa,
afirmou que adorou sua passagem pelo país e que ele e sua mulher, Olga, recordavam com saudades a cultura japonesa e os
churrascos com os amigos.
O goleiro Marcos também lembra com sofrimento o duelo com
os ingleses. O hoje titular da seleção foi apontado como o maior
vilão da partida por ter falhado no
cruzamento de Giggs que originou o único gol do Manchester.
Outros palmeirenses da histórica final que pisaram ontem no Japão foram o zagueiro Roque Júnior e o lateral-esquerdo Júnior.
Mas não são só os pupilos de
Scolari naquele Palmeiras que colecionaram desilusões no estádio
Nacional. Dida, no gol do Cruzeiro, perdeu o título mundial para o
Borussia Dortmund, em 1997.
Um ano depois, foi a vez de o atacante Luizão sucumbir, com o
Vasco, ante o Real Madrid. O jogo, disputado no ano do centenário do clube carioca, terminou 2 a
1 para os espanhóis.
Mas o Japão não representa só
tristeza entre os jogadores da seleção. Há dois atletas no time que só
guardam alegrias de lá.
O capitão Cafu triunfou em Tóquio duas vezes, conquistando o
bicampeonato mundial com o
São Paulo, em 1992, diante do
Barcelona, e em 1993, contra o
Milan. Nesse último jogo, o lateral
teve a companhia do meia Juninho, que disputava sua primeira
temporada no clube paulista.
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