|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
MEMÓRIA
Primeiras famílias a mudar para o Brasil partiram de Kobe
DO ENVIADO A OSAKA
Muito antes de a seleção brasileira chegar a Kobe, onde o Brasil joga na segunda-feira pelas
oitavas-de-final, a sulista cidade
japonesa já possuía uma estreita
ligação com o Brasil.
Em 28 de abril de 1908, o navio
Kasato Maru saiu de Kobe para
levar os primeiros imigrantes japoneses ao Brasil. A bordo estavam 158 famílias (781 pessoas).
Em 18 de junho, elas chegaram
ao porto de Santos e abriram de
vez as portas entre os países.
Vinte anos após o embarque
do lendário navio, foi inaugurado em Kobe um alojamento para imigrantes, famoso depois
como Centro de Imigração.
A última leva antes da entrada
japonesa de fato na Segunda
Guerra aconteceu em 22 de junho de 1941, quando o navio
Buenos Aires Maru partiu de
Kobe -até 1941, 188.986 japoneses seguiram para o Brasil.
Em 28 de dezembro de 1952,
foi reiniciado o fluxo com a partida do navio Shinzo Santos Maru de Kobe para a Amazônia.
A partir dos anos 70, Kobe viu
sua ligação com o Brasil sofrer
abalos. Em 1971, foi fechado o
Centro de Imigração na cidade
e, em 1985, foi a vez do Consulado do Brasil na cidade.
Porém a comunidade brasileira na região ainda é grande e
mantém a estreita relação. Nos
jogos da seleção, por exemplo,
dezenas de pessoas lotam um
restaurante brasileiro em Kobe.
""Cerca de cem pessoas têm
acompanhado em um telão. Ouvimos pagode e comemos comidas típicas, como a feijoada",
disse Elivaldo Tsutsuni, gerente
do restaurante, que espera um
movimento ainda maior com a
chegada da seleção à cidade.
O ex-jogador Kazu, famoso no
Brasil no começo dos anos 90
após passagem pelo Santos, vive
hoje em Kobe. Ele foi importante na popularização do futebol
no Japão, no início da J-League.
Em 1994, a cidade recebeu
uma final entre times brasileiros. São Paulo e Botafogo decidiram a Recopa sul-americana
-os paulistas fizeram 3 a 1.
Os brasileiros contribuíram
ainda nos anos 90 com a reconstrução de Kobe, castigada por
um terremoto.
(RODRIGO BUENO)
Texto Anterior: Brasil: Em solo japonês, brasileiros revivem traumas do passado Próximo Texto: Microfone Índice
|