São Paulo, sábado, 15 de junho de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

OITAVAS/HOJE

Tática defensiva e disciplina dos dinamarqueses levam time a temer mata-mata

Inglaterra transfere ao rival o favoritismo e treina pênaltis

DO ENVIADO A SHIZUOKA

Quem fosse arriscar um palpite para Dinamarca x Inglaterra levando em conta o discurso dos dois treinadores certamente apostaria nos escandinavos.
Morten Olsen, 52, e Sven Goran Eriksson, 54, técnicos da Dinamarca e da Inglaterra, respectivamente, estão de acordo num ponto: enfrentar um time europeu é mais fácil para os dinamarqueses do que para os ingleses.
E também concordam em outro ponto: para os brasileiros, que, se passarem às quartas-de-final, pegam na próxima sexta o vencedor do confronto de hoje, o melhor seria torcer para os dinamarqueses saírem vencedores.
""A Inglaterra cresce contra rivais fortes, que saem para o jogo", diz Eriksson, que é sueco e se tornou o primeiro estrangeiro a dirigir o time inglês. ""Não se trata de menosprezo aos sul-americanos, muito pelo contrário, mas contra o Brasil temos até mais chances do que contra a Dinamarca."
Na primeira fase, lembra que a única vitória dos ingleses, classificados em segundo no ""grupo da morte", foi justamente contra a Argentina, apontada como a melhor equipe da chave. Contra Suécia e Nigéria, dois empates.
""A Dinamarca joga muito parecido com a Suécia. Fica fechada, põe uma porção de jogadores atrás da bola e deixa apenas um lá na frente. É um time muito disciplinado. Não tenho vergonha de dizer que entra como favorita."
Olsen, o técnico dinamarquês, é da mesma opinião. ""Para nós, é mais fácil pegar uma escola conhecida, como a britânica, do que um time sul-americano, do qual você pode esperar tudo. Até uma jogada individual que coloca todo um planejamento tático no lixo."
Ele lembra que o único tropeço de sua equipe na primeira fase foi contra os senegaleses e que a partida contra o Uruguai foi até mais difícil do que a contra a França.
""Sabíamos como os franceses viriam. Podíamos ter perdido, mas provavelmente seria um jogo sem grandes surpresas. E foi."
Stig Tofting, que tem reclamado de dores em um dos joelhos, pensa como Olsen. ""Temos vários atletas que atuam no futebol inglês. Já o brasileiro é mais imprevisível", comentou o meia, ele próprio jogador do Bolton Wanderers, da Inglaterra.
Dizendo-se ciente das dificuldades que o time deverá ter em Niigata -a partida começa às 8h30, horário de Brasília-, Eriksson fez seus jogadores treinarem exaustivamente cobranças de pênaltis nos últimos dias. ""Numa fase assim, decidir um jogo nos pênaltis é uma possibilidade que não pode ser descartada e para a qual temos que nos preparar."
Segundo o sueco, mesmo antes do início da Copa ele já forçara seus atletas a treinar pênaltis.
Mas da forma que for, se passarem para as quartas-de-final, antes mesmo do próximo jogo, os ingleses devem receber um presente. As mulheres e as namoradas dos jogadores devem chegar segunda ao Japão para passar uma noite na concentração.
A exceção seria Victoria Adams, ex-Spice Girls que é casada com David Beckham. Grávida de seis meses, ela deve ficar na Inglaterra. (JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO)


NA TV - Globo e Sportv, ao vivo, às 8h30


Texto Anterior: EUA tropeçam, mas avançam
Próximo Texto: Perfil: Tomasson, com dores, quer jogar e realizar seu sonho
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.